terça-feira, 17 de abril de 2018

As Sete frases da Cruz: "Está consumado" Nilton Barbosa


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Aquela sexta feira foi a mais longa da história. Começou de madrugada. Jesus foi preso da quinta a noite e levado imediatamente a casa de Anás, onde foi julgado e levou a primeira bofetada. A seguir foi encaminhado ao Sinédrio, julgado por Caifaz e na madrugada de sexta foi levado à Pilatos, que depois de interroga-lo o enviou a Herodes, que por sua vez o devolveu a Pilatos.

Sem forças para soltar Jesus, embora soubesse que ele era inocente, depois de mandar açoitá-lo, o entregou para ser crucificado.

Os guardas exageraram nos açoites e quase o mataram. Depois disso, ele mesmo carregando a sua cruz, foi conduzido a um monte chamado Calvário e crucificado entre 2 ladrões e era apenas 9 horas da manhã.

Em meio a insultos, cusparadas e acenos agressivos, ele começou a se desconjuntar na cruz. Seus ossos, suas juntas começaram a ceder, em meio a câimbras e ao desconforto, pois na cruz não há posição que não doa, suas forças foram minguando.

Ao meio dia, o sol escureceu, o dia ficou parecido com a noite, trovões e relâmpagos cortaram os céus. Ei-lo sozinho na cruz! Abandonado por amigos, abandonado por discípulos. Deus, o Pai, o abandonou!

As 6 da tarde, quando os sons eram bem baixos, as conversas aconteciam como sussurros apenas, Jesus reuniu todas as forças que lhe restavam, usou toda a sua envergadura, esticou os pés para baixo, estendeu os braços para o lado, estufou o peito para frente, jogou a cabeça para trás e bradou: ESTÁ CONSUMADO! TETELESTAI! ESTÁ TUDO ACABADO! (Max Lucado).

O interessante de tudo isso é que tudo acabou exatamente onde começou. Tudo acabou na cruz. E tudo começou na cruz. A cruz é a peça central do quebra cabeça da criação (I Pedro 1:18 a 20).

A cruz de Jesus é a base de toda a criação, foi por causa da cruz que o universo foi criado. Antes que o criador dissesse Haja Luz, ele disse Haja Cruz! (Max Lucado).

Antes que fosse criado um cisco neste universo, a cruz do meio do Calvário já flutuava no altar eterno de Deus, manchada com o sangue do Cordeiro!

Na cruz Jesus não só viabilizou a criação, como também pagou a nossa dívida para com Deus. (Colos. 2:13 a 15).

Removeu o escrito de dívida, arrancou das nossas costas e das paredes do inferno todo o nosso pecado e qualquer um que conseguir crer nessa obra de Jesus, não será julgado outra vez, porque Jesus pagou tudo.

Quando jesus bradou: Está Consumado! Seu brado atravessou a noite escura, rasgou o véu do santuário, fendeu as rochas, abriu os sepulcros, ressuscitou mortos, atravessou os céus dos céus e chegou aos ouvidos do Altíssimo, que estava de costas para cruz, mas que ao ouvir o brado, se virou. E quando Ele olhou para cruz, já estava tudo pronto! Tudo feito! Tudo acabado! Ele viu seu filho Jesus e enxergou na face de seu filho todos aqueles que Nele creem. Sua justiça foi satisfeita. A pena foi aplicado em Jesus e, por isso, Ele pode nos olhar com misericórdia e estender a sua graça a todo aquele que Nele crer.

Aleluia! Está consumado!



segunda-feira, 16 de abril de 2018

Vós sois a luz do mundo




Mt 5.13-16
"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5. 13-16).

Questões preliminares:
1.      Você já procurou estudar as implicações deste texto acima?
2.      O que você entende pela expressão Sal da terra?
3.      O que você entende pela expressão Luz do Mundo?
4.      Você acha que a igreja tem correspondido a esta declaração de Jesus?
5.      Você se percebe com Sal e Luz?

1. Igreja e mundo possuem naturezas distintas. Imitar o mundo e suas atitudes torna a igreja irrelevante no seu papel, perdendo sua capacidade transformadora.

2. A Igreja inibe a decomposição e corrupção

O sal:
a) Preserva: impede a corrupção.
b) Dá sabor “Se o sal vier a se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor?”
c. Influência

A luz:
a) Dá direção.
b) Aquece
c) Afugenta as trevas
d) Gera vida – fotossíntese.

Quando a igreja perde seu poder de influência?

A) Quando confunde o evangelho com comportamento: Legalismo.
B) Quando se isola do mundo: Ascetismo
C) Quando imita o mundo: Mundanismo
D) Quando se omite nas questões da justiça: Conformismo

A Igreja: Agência de transformação histórica

1.     O Plano de Deus através da igreja:
a.     Profecia
b.     Sacerdócio

2.     A ação social da Igreja - braço estendido na prática do bem: A igreja sempre foi pioneira nas grandes transformações sociais.
a. Inclusão da mulher – Gl 3.28
b. A dignidade dos escravos – Ef 6.9
c. Superação da barreira racial  - At 10.15
d. Fundação de hospitais, escolas, agências de misericórdia: Exército da salvação, Alcoólatras anônimos

3.     “Eu não tenho plano B” – Deus decidiu usar seu povo para a continuidade da obra (Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8).  

Conclusão:
Deus chamou a igreja para abençoar e influenciar.

A.   A Igreja é sal da terra. Ela é chamada para impactar e transformar. O mundo é corrompido e precisa de ação temperada com graça e serviço. Este era o desejo de Jesus: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”.

B.    A Igreja é luz do mundo. Satanás comanda o império das trevas, mas a luz afasta as trevas. (Fp 2.15)

quarta-feira, 11 de abril de 2018

As Sete frases da cruz. "Nas tuas mãos..." Lucas Quintino


“Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34); “Hoje mesmo estará comigo no paraíso” (Lc 23.43); “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste” (Mt 27.46); “Mulher, eis aí o teu filho... filho, eis aí a tua mãe” (Jo 19.26); “Tenho sede” (Jo 19.28) “Está consumado” (Jo.19.30); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Estas são as sete “palavras”, que Jesus proferiu na cruz. Quatro destas frases foram direcionadas a Deus Pai, uma ao ladrão crucificado ao seu lado, uma a um dos soldados e uma a Maria e ao discípulo João.

Jesus deixou uma mensagem bem direta àqueles que estavam mais próximos no momento de sua crucificação, mas além de se dirigir àquelas pessoas, ele também estava falando com cada um de nós. As palavras de Jesus na cruz foram uma eloquente exposição do evangelho. É justamente por esse motivo que os evangelistas registraram e perpetuaram essas palavras em seus escritos.

Acredita-se que a última palavra de Jesus na cruz foi “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito” (Lc.23.46). Essa palavra revela o que ocupou a mente de Cristo em seu último instante de antes da morte. A origem desta palavra e os ensinamentos contidos nela são extremamente relevantes para nós hoje, e é justamente sobre isso que gostaria de tratar neste pequeno texto.

A origem da palavra.

Jesus cita o salmo 31.5 ao entregar seu espírito nas mãos do Pai. Este salmo foi escrito por Davi em um momento de profunda angústia e perseguição. Em 24 versículos, Davi narra sua experiência em dois ciclos que vão da perseguição, sofrimento e angústia ao livramento, segurança e paz. O verso 5 retrata a atitude de fé do rei, que mesmo em meio a muita dor e sofrimento, decide confiar-se ao julgamento e livramento de Deus.

Ao analisar o salmo fica claro que o registro relata muito mais do que a experiência do rei Davi. O verso 13 afirma: “...tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida.”. No verso 11 vemos: “Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me veem na rua fogem de mim.” Ao citar esse salmo, Jesus nos mostra mais uma passagem do Antigo Testamento que se referia a ele.

Toda a bíblia aponta para Cristo. É assim que Jesus orienta seus discípulos a interpretar as Escrituras (Lc.24.25-27), e é assim também que nós devemos ler a Palavra de Deus. Jesus Cristo é o “homem bem aventurado” do salmo 1; “o filho” que deve ser beijado no salmo 2; o servo sofredor do salmo 22; o bom pastor do salmo 23; o rei sofredor, que descansa em paz do salmo 31.

O ensinamento da palavra.

Essa é a segunda citação direta de um salmo entre as sete palavras da cruz. Isso mostra que Jesus tinha a palavra de Deus no coração em seu momento de maior dor. O próprio Cristo nos alertara que a boca fala do que o coração está cheio (Mt.12.34), e nesse caso vemos que ao invés de murmurar e se queixar do Pai, suas últimas palavras foram de entrega e fé.

Precisamos nos esforçar para ter a Palavra de Deus no coração. Decorá-la não é apenas um exercício mental, é um ato de preparação espiritual. Em alguns momentos não teremos a Bíblia nas mãos, nenhum irmão estará conosco, não teremos acesso a nenhum recurso externo, apenas àquilo que já foi gravado em nossas mentes. E nesse momento, será quando mais precisaremos da Palavra de Deus conosco. Jesus guardou a Palavra no coração para não pecar contra Deus (Sl.119.9).

Ao entregar seu espírito nas mãos do Pai, Jesus nos lembra que um dia nosso espírito será a única coisa que nos resta, e que o único destino justo que podemos dar a ele são as mãos do Pai. Vivemos em um tempo em que mais do que nunca somos levados a pensar que a beleza, a saúde e o conforto do corpo são as únicas coisas que valem a pena nessa vida. Contudo os cristãos sabem que isso não é verdade. Jesus é muito claro quando alerta “essa noite te pedirão a tua alma, ... para quem será?” (Lc. 12.20). E o próprio apóstolo Paulo, ao entender esse ensinamento alerta a Timóteo que : “o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser.” (1Tm.4.8).

A última palavra de Jesus nos ensina também a não desconfiarmos do amor e cuidado de Deus, mesmo em meio a dor e o sofrimento. Jesus fez a oração que todos nós devemos fazer. Entregar-se nas mãos de Deus em meio ao sofrimento é a única atitude que pode nos fazer superar o sofrimento e a morte definitivamente. Essa atitude está fundamentada na fé e no poder da ressurreição. Através da fé podemos dizer como Jó que nosso redentor vive e por fim se levantará sobre a terra (Jó 19.25).


Para concluir, gostaria de lembrar que essas não foram as últimas palavras de Jesus. Ele ressuscitou, deu provas disto a seus discípulos, os abençoou, comissionou e prometeu retornar. Essas foram as verdadeiras últimas palavras de Jesus. Através delas os discípulos foram profundamente impactados. Eles resistiram as perseguições, difundiram a mensagem do evangelho por toda Jerusalém, Judeia, Samaria e pelos confins da terra. Suportaram até mesmo o martírio, honrando a Deus na vida e na morte. Me chama a atenção o fato da obra de Cristo na vida de Estevão. Esse diácono da igreja de Jerusalém foi morreu apedrejado. O motivo de sua morte foi uma sentença injusta proferida pelo mesmo grupo de pessoas que condenou Jesus. Contudo, em seus últimos instantes, Estevão olhou para o céu, e contemplou a Cristo glorificado, assentado no trono. Nesse momento suas últimas palavras foram: “Jesus, nas tuas mãos entregou meu espírito” (At.7.59).


Estevão só disse essas palavras porque o próprio Jesus já as havia dito antes, nos dando através de seu sacrifício o direito e o poder de repeti-las. Minha oração hoje é “Pai nas tuas mãos entrego meu espírito”. Qual é a sua?

sábado, 7 de abril de 2018

As Sete frases. "Pai ! Perdoa-lhes porque. Potenciano.



"Pai ! Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.."

Lc.23. 33-38


33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.

34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.

35 O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.

36 Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:

37 Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

38 Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: ESTE É O REI DOS JUDEUS.




O Calvário é o local da Justiça de Deus. Porque está escrito: “Toda alma que pecar essa morrerá!". O Calvário é a evidência de que como pecadores Cristo assumiu em nosso lugar a condenação que era nossa.

Algumas versões bíblicas dizem: Chegado ao lugar chamado CAVEIRA. Esta figura nos assusta.

Se você é o tempo do MANDRAQUE e do FANTASMA

os dois grandes personagens criados por Lee Falk na década de 1930. Os chamados crossovers, Mandrake era um ilusionista que se valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos, e de poderes telepatas e Fantasma seu companheiro. Um cavaleiro solitário. No seu dedo o Anel da Caveira assumiu uma grande importância no início das aventuras do Fantasma. A figura mitológica dos dois era a Caverna da Caveira. Lugar sinistro.

No momento culminante da sua paixão e crucificação, depois de ter sido preso, condenado e humilhado pelo povo e autoridades políticas e religiosas, Jesus tem uma exclamação reveladora de um coração misericordioso: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Esta exclamação que poderemos também interpretar como uma oração filial elevada por Deus Filho a Deus Pai, é uma oração de perdão que exprime o profundo sentido de misericórdia que habitava o coração de Jesus. Sentimento este que é a expressão nata de um Deus perdoador.

Para Ele, a atitude mórbida do povo, a trapaça dos chefes e soldados romanos e a conspiração das autoridades religiosas judaicas devem, apesar de tudo, serem perdoados, dado que, eles não conhecem a gravidade e as consequências últimas dos seus próprios atos.

«Não há dúvida de que os responsáveis diretos (políticos e religiosos) tinham consciência clara de que iriam condenar um inocente, cometendo não um homicídio e sim um "deicídio"; mas não entendiam naquele momento de paixão, que estavam a cometer um erro, ao condenarem o Filho de Deus.

O Apóstolo Paulo na sua epístola aos Coríntios se dá conta deste fato quando referindo-se à sabedoria de Deus, afirma que " mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;". ( I Coríntios 2, 7-8)

A condenação de Jesus na perspectiva humana é a maior injustiça já cometida em um tribunal humano. As provas contra Jesus eram evidentemente equivocadas, o próprio promotor, Pilatos, afirma que “não via nele crime algum”. A justiça afirma sua inocência, e apesar disto o condena. Todo tribunal injusto faz o contrário: junta provas, ainda que falsas, para provar a culpa. No caso de Jesus as evidências mostravam que ele não era culpado.

Mas o que nos leva a considerar aqui não é a justiça dos homens, mas a de Deus.

Jesus foi levado à morte injustamente. E é essa uma das atitudes de Jesus que nos leva a compreender o que é o verdadeiro amor.

Podemos comparar as injustiças que sofremos com as que Jesus suportou? Se ele pôde perdoar seus torturadores, certamente podemos decidir perdoar também.

Portanto, perdão não é um sentimento. Perdão é uma decisão. A própria palavra DE-CISÃO, impõe uma dimensão de corte, ruptura. Há um rompimento com possibilidade de uma justiça própria ou até mesmo uma justiça legal. Podemos nos sentir injustiçados, mas diante do exemplo de Cristo, somos convidados a imitá-lo.

Alguns ferimentos muito profundos podem exigir tempo antes que haja perdão total, mas podemos decidir esquecer, decidir apagar a maioria das injustiças que experimentamos, rápida e completamente, escolhendo perdoar os ofensores.

O salmista diz que Deus não se lembra dos nossos pecados perdoados. Jesus expõe a essência do perdão, considerando a ignorância dos homens.

A boa notícia é que podemos pedir a Deus que nos ajude a perdoar. Podemos orar para que ele nos ajude a lembrar o que Jesus suportou e dizer: “Pai, perdoo quer eles saibam ou não o que estavam fazendo. Eu lhes perdoo, não por merecimento, mas porque quero assemelhar-me a ti”.

Somos chamados a nos parecer com Cristo. Esse é talvez um dos maiores desafios. Sermos perdoadores.

Rev. José Carlos Potenciano.