quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Jo 3.16 TÃO GRANDE SALVAÇÃO






Introdução.
Hb 2.3 fala da grande salvação que nos foi dada por meio de Jesus, e pergunta: “Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação?” Por que não uma salvação comum? Tem que ser grande?

Por que é grande a salvação que Cristo nos oferece?
  1. É grande pela sua procedência “Deus amou”  vem do senhor. Não nasceu na cabeça de alguém, nem de alguma instituição. Ele nos amou sendo nós pecadores.

  1. Grande pela sua amplitude – “o mundo”. Não apenas algumas pessoas ou regiões.

  1. Grande pela sua intensidade – “de tal maneira” – Jo 13.1 “até o fim. Deus não desiste de nós.

  1. Grande pelo seu preço – custou muito para Deus. Ele nos deu o seu Filho (1 pe 1.18 “não por prata ou ouro, mas pelo seu precioso sangue”

  1. Grande pela sua oportunidade – “todo aquele”. Não exclui ninguém

  1. Grande pela sua facilidade – “não de obras”. Não tem que cumprir promessas, basta crer de todo coração.

  1. Grande pelo seu livramento – Nos livra da condenação eterna. Pode existir uma dádiva maior que a vida eterna. Jesus não diz que teremos a vida eterna, mas que ela já pode ser uma realidade em nossa vida (1 Jo 5.11-12)

  1. Grande pela sua benção – nos possibilita estar com o Senhor para todo sempre.

Conclusão:
Como escaparemos?

O Brasil é um enorme campo missionário. As pessoas estão tirando a Bíblia do centro. Perdemos a simplicidade do evangelho. A mensagem é simples. “Quem crer e for batizado, será salvo; quem porém não crer, será condenado” (Mc 16.16)

Em Jo 10.9 Jesus afirma: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo”. Não adianta estar perto da porta: 5 cm ou 5 km está perdido. “tem que passar por ela”. Precisamos nos arrepender e confiar em Cristo, como alguém afirmou: “É melhor ficar vermelho agora que amarelo depois”. 

Jo 3 NOVO NASCIMENTO




Introdução.

Jesus afirma : “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3), ou “entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). Portanto, Nascer de novo, é o imperativo mais importante da existência. O que significa isto?

O que não é Novo Nascimento?
  1. Em Jo 2.23-25 nos é dito que muitos viram os sinais que Jesus havia feito, mas Jesus não se confiava a eles. Nicodemos era um destes, mas Jesus não se impressionava com pessoas que o procuram apenas por curiosidade e por milagres. Portanto, Novo Nascimento não significa ficar impressionado apenas com o poder de Deus;
  2. Não basta apenas ter um assentimento intelectual sobre Jesus. Nicodemos sabia algumas coisas corretas sobre Jesus, inclusive aceitava sua messianidade mas não era nascido de novo  (Jo 2.2).
  3. Novo nascimento não é religiosidade – Nicodemos era um mestre religioso entre o povo de Israel – (Jo 3.1). Era fariseu, a seita mais restrita do judaísmo, mas estava longe do reino de Deus.
  4. Novo nascimento não é reencarnação – (Jo 3.4-5). Jesus diz que não está falando de carne, mas de um nascimento espiritual.
  5. Novo Nascimento não é um processo natural. Mas é algo gerado por Deus.

O que é Novo Nascimento

  1. “Se alguém não nascer da água” (Jo 3.5) – Não é o batismo, que não pode salvar por si mesmo, mas o símbolo do arrependimento, da lavagem que o sangue do Cordeiro faz em nós. (Tt 3.5);
  2. Se alguém não nascer da água e do Espírito (Jo 3.5) – É um derramar do Espírito no coração. É regeneração. Você continua na mesma pele, na mesma carne, a casca é a mesma, mas o coração é diferente. (Sl 51.10) Mente, coração e valores mudados.

Como pode acontecer isto? (Jo 3.9)
  1. Jesus afirma que Novo Nascimento é para agora, na nossa história. É coisa contemporânea! Ele diz estar falando de coisas concretas, terrenas (Jo 3.12).
  2. Jesus exemplifica esta história com outra história do antigo Testamento (Nm 21.8). Jesus afirma que assim como a serpente de bronze personificava a maldade do coração deles, quando o Filho do homem fosse levantado na cruz, faria o mesmo (Jo 3.14);
  3. Se você quer nascer de novo, olhe para Jesus! Ele tira a peçonha, o veneno da vida. Ele nos purifica e nos cura!

Qual a importância do Novo Nascimento?
  1. Jesus afirma que é uma experiência possível, e imprescindível. É necessário nascer de novo para ver o Reino de Deus (Jo 3.7).
  2. Jesus afirma que é uma experiência histórica – pode acontecer hoje. (Jo 3.12)

Quais as bênçãos do Novo Nascimento?
  1. Salvação – Quem nasce de novo, experimenta a alegria da salvação. Nos tornamos cidadãos dos céus. Quem crê tem (não terá) a vida eterna (Jo 3.15). É para hoje!
  2. Absolvição – (Jo 3.18; Rm 8.1).
  3. Atração irresistível para a luz - (Jo 3.20,21). É impossível nascer de novo e ainda querer continuar na prática do mal. É uma mudança de vida!
  4. Passa a ser guiado pelo Espírito - (Jo 3.8). Muitos podem criticá-lo, mas você passa a ser guiado pelo Espírito de Deus.
Nicodemos era um homem que tinha status, mas Jesus disse que aquilo apenas não bastava. Você já nasceu de novo? Hoje, se você ouvir a voz de Deus, não endureça o seu coração (Hb 4.7); pois aquele que o confessar diante dos homens, Jesus o confessará diante do Pai (Mt 10.32).

Jo 2.13-25 PERIGOS DE UMA RELIGIÃO ACOMODADA




Na semana passada estudamos o primeiro milagre de Deus no casamento. Você tem orado para Deus encher o seu lar com sua presença?

Hoje estudaremos o texto que nos fala de Deus purificando o Templo. Eis alguns pontos para  pensar:

  1. Jesus se irou contra aqueles comerciantes.Você já pensou na idéia de um Deus irado?

  1. Por que Deus se irou? qual é a razão de sua indignação?

  1. É possível hoje, que nós adoradores venhamos a perder a dimensão de Deus dentro do Templo? Aqueles homens eram religiosos, mas sua religiosidade não os livrou das “chibatadas” de Deus.

  1. Na sua interpretação, o que significa o Vs.19?

  1. Este texto nos aponta para vários desvios religiosos:

A.     O perigo de uma religiosidade mercantilista.

B.      O perigo de uma religiosidade acomodada.

C.     O perigo de uma religiosidade que perde o seu propósito, que é o de glorificar a Deus

  1. O que significa a ressurreição de Jesus?(2.22) Muitos hoje falam de reencarnação. É possível conciliar estas duas coisas ou elas são excludentes?

  1. O Senhor Jesus deseja que nos creiamos nele ( 2.23) você entende o que significa crer em Jesus?

  1. Jesus sabe da natureza da psique humana (2.24-25), apesar disto ele nos ama (Jo 3.16) Quais são as áreas de seu mundo psicológico que precisam ser tocadas e curadas por Deus?

Jo 2.1-12 DEUS FAZ MILAGRES EM NOSSA CASA




Estudar a Bíblia não é tão misterioso quanto parece. Na verdade é muito agradável! lembre-se que ela é a Palavra de Deus. Isto significa que Deus quer falar contigo. Por isso leia-a sempre com oração, com o coração aberto para ouvir o que Deus quer lhe dizer.
Hoje o nosso texto é Jo 2. 1-12 eis algumas perguntas que podem orientar sua leitura:

1.      Por que Deus escolheu fazer seu primeiro milagre numa festa de casamento. Será que existe um propósito intencional nisto? Por que?
2.      Vinho na cultura hebraica representa alegria, plenitude, paz e a benção de Deus. O que será que os donos da festa sentiram quando o vinho acabou?
3.      Quais são as conseqüências de um casamento, quando o “vinho” acaba? enumere alguns itens.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_______________________________________________________________

4.      Maria diz que devemos fazer tudo o que ele nos diz(2.5). você tem feito o que Jesus lhe tem dito para fazer?
5.      O texto nos mostra algumas atitudes que devemos tomar para experimentar o milagre em nosso lar.
              
a.       “Jesus também foi ____________________ 2.1-2 você já o convidou para entrar no seu lar?
b.      “Fazei tudo o que ele vos disser” 2.5 você tem obedecido a Jesus?
c.       “Enchei de água as talhas” 2.7 você tem seguido suas instruções?
PORTANTO: Convidar Jesus, obedecê-lo, e seguir suas instruções são passos necessários para que o milagre aconteça.
O texto mostra também o resultado do milagre: o vinho novo é melhor (2.10) o que Deus tem preparado para sua vida, se você obedece-lo pode surpreende-lo. Você deseja este milagre?
Ore ao Senhor convidando-o para sua vida, para encher o seu lar, e para capacitá -lo a  obediência e a seguir suas instruções.      

Jo 1 QUEM ERA JESUS?






Introdução:
O Evangelho de João é um dos livros mais densos das Escrituras. Ele narra a vida de Jesus, não a partir dos eventos, mas a partir dos seus discursos. Ele declara de forma intencional que o seu propósito ao narrar os fatos, era para que, tomando conhecimento do que aconteceu, pudéssemos crer em Cristo, e assim tivéssemos a vida eterna (Jo 20.30-31).
No primeiro capítulo ele descreve quem era Jesus, descrito aqui como o Verbo (do grego Logos Jo 1.1). Qual o significado do “verbo” para as pessoas do tempo de Cristo e em nossos dias?

A concepção do Verbo em João:

1. O Verbo era o ponto de partida e sentido de toda história – Jo 1.1; Ap 5: Ele é quem abre o livro e possibilita a compreensão da história.

2. O Verbo era Deus – Portanto, identificado com a natureza divina

3. O Verbo se tornou homem e viveu entre nós – Jo 1.14

4. O Verbo veio habilitar uma nova geração de filhos de Deus – Jo 1.11-12

Aplicações práticas:
  1. O Verbo estabelecer o significado da história, por conseguinte, dá sentido também à minha vida –

  1. O Verbo nos fala de um Deus pessoal. Tão humano e amigo que resolveu habitar entre nós (Jo 1.14).

  1. O Verbo me ajuda a entender minha identidade – Por meio de Jesus, posso me tornar um filho de Deus (Jo 1.12).

Conclusão:
Cazuza afirma em uma de suas musicas: “Ideologia, eu quero uma pra viver”. Este é o grande desejo da raça humana. Encontrar uma razão para viver e para morrer. Você já encontrou o sentido de sua vida?
Dostoievsky diz que “O segredo da existência humana consiste não somente em viver, mas acima de tudo, encontrar um motivo para crer”.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mt 18.21-35 O perdão de Deus na família



Introdução:

Walter Trobisch, quando era convidado a realizar uma cerimônia de casamento, costumava perguntar aos noivos. “Vocês já brigaram alguma vez?”. Quando respondiam que não, ele dizia. “Então vão e briguem, se conseguirem perdoar, voltem aqui que eu faço o casamento de vocês”. De fato, perdão é fundamental para a unidade do casamento.

Contexto:
O texto anterior fala do perdão (Mt 18.15-20) e Jesus parece estar introduzindo esta questão para uma pergunta ainda mais séria que surgirá no capítulo 19 de Mateus, quando as pessoas indagam sobre a questão do divórcio. Jesus deixa claro que o divórcio não é uma questão institucional, se é ou não aprovada pela lei; mas ensina que o problema é mais sério, pois está ligado à dureza do coração (Mt 19.3-12).

Sem perdão, não há casamento com saúde. Se quisermos cura em nossos lares, temos que aprender a perdoar.

Conceitos errados sobre o perdão:
  1. Silêncio é  a voz do perdão – Pelo contrário, muitas vezes, é a raiz da amargura, que vai adensando e consumindo aos poucos a vida das pessoas. A ira “sepultada” é nefasta.

  1. Tempo é remédio: Cura tudo – Muitas vezes é como câncer não tratado. Quando mais tempo passa, mais destrutivo.

  1. Sentir-se ofendido é anti cristão – A Bíblia até admite a possibilidade da ira diante de determinadas coisas e ofensas recebidas. “Irai-vos e não pequeis!”. O problema não é se iramos ou não, mas o que fazemos com esta ira. Vemos Jesus confrontando a Judas com sua traição: “Com um beijo trais o Filho do Homem?”

Por que perdoar?
  1. Porque esta é a base do nosso relacionamento com Deus –
    1. A parábola do credor  - Mt 18 (20 milhões de reais ou 2  mil reais?);
    2. A oração dominical – “Perdoa nossas dividas, assim como perdoamos.”

  1. Porque precisamos continuar livres –
    1. Assim também meu pai celeste vos fará, se do intimo, não perdoardes, cada um a seu irmão” (Mt 18.35)
    2. “Não perdoar é tomar um copo de veneno esperando que o outro morra”.

  1. Para que nosso casamento não acabe –
    1. A causa do divórcio  - Dureza e não uma questão legal.
    2. Certa mulher disse ao seu marido: “Eu te perdôo, para que possamos continuar vivendo juntos’.

  1. Para que Satanás não destrua nossa vida –
    1. A ausência de perdão é uma poderosa arma do diabo;
    2. Você concorda: “Duas pessoas cristãs não necessariamente produzem um lar cristão?”
    3. Você sabia? O índice de divórcio entre evangélicos e não-evangélicos é o mesmo.

O que é perdão?
    1. Não é a negação da dor -  Quando reconhecemos a dor, lidamos de forma objetiva.

    1. Lembrar o fato, sem o sentimento relacionado ao fato – Muitos afirmam que perdoar é esquecer. Isto não é verdade, neste caso deveríamos ter amnésia. Perdoar é lembrar o fato, mas este fato, quando evocado em nossa memória, não estaria mais associado ao sentimento que normalmente se relacionava ao fato.

    1. Perdoar é absolver o outro – Perdoar é virar a página, consolidar o débito é deixar o outro sair de nosso peito.

    1. Perdoar é romper com a amargura do passado, resolver viver – Sem perdão não avançamos. Nenhuma pessoa, cuja vida esteja fundamentada numa experiência de dor conseguirá caminhar de forma bonita. Sua vida será sempre uma miséria.

    1. Perdoar é ficar no prejuízo – Quem perdoa sai perdendo? Não! A maior perda se dá quando não somos capazes de perdoar. R. Alves: “O diabo soma. Deus subtrai. Deus não tem contabilidade. Não soma virtudes, não soma pecados”.


Conclusão:

O exemplo de Jesus
“Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
"Se eu me recusar a perdoar, só pode ser por uma razão: eu jamais compreendi a graça de Cristo" (R. Kent Hughes).

domingo, 18 de novembro de 2012

EVANGELIZAÇÃO X PREDESTINAÇÃO



Introdução:

Existem alguns temas nas Escrituras que são difíceis de conciliar:

  1. Como o Deus Pai, Filho, Espírito Santo podem ser três pessoas subsistindo em forma de uma só?
  2. Como conciliar a pessoa teantrópica de Cristo. Ao mesmo tempo 100% humano e 100% divino?
  3. Como a responsabilidade humana e a soberania de Deus podem andar juntas?
  4. Se Deus sabe de todas as coisas antes que a peçamos, por que pedir, e ainda mais difícil: Se oração não muda o coração de Deus, por que orar?

No Livro: Evangelização e soberania de Deus, J.I. PACKER[1], o autor procura tratar destas questões. Se Deus controla todas as coisas, por que evangelizar? A soberania de Deus enfraquece a Evangelização?  Há contradição entre Predestinação e Evangelização?

Para Packer, trata-se de um antinômio da revelação de Deus contida na Bíblia. Um antinômio não é um paradoxo, mas “Uma contradição entre conclusões que parecem igualmente lógicas, razoáveis, ou necessárias”. Naturalmente trata-se de uma contradição aparente, e há razões para se crer tanto numa quanto na outra. No paradoxo, não são os fatos que dão idéia de contradição, mas as palavras.

Eis alguns exemplos de paradoxos:

               “Sou livre, quando sou escravo”

               “Entristecidos, mas sempre alegres”

               “Nada tendo, mas possuindo tudo”.

Nestes casos, diz Packer, a contradição é verbal, não real. Isto é paradoxo.

No antinômio, precisamos aceitá-lo como ele é, e aprender a viver com ele. É algo que não compreendemos no presente, mas que são complementares.

Por exemplo, na física escalada, 1 + 1+ 1= 3, mas nos números vetoriais, o resultado pode ser 1. Quando falamos de paralelas, pensamos em duas linhas retas que andam juntas e nunca se tocam, mas quando vamos para física quântica sabemos as paralelas se tocam no infinito.

Considere, portanto, dois atributos de Deus: Ele é ao mesmo tempo juiz e rei. Como juiz, o ser humano torna-se responsável pelas escolhas morais que faz e é julgado por elas. Como rei, Deus é soberano: Ele ordena, governa e controla todas as coisas, e nada acontece sem sua ordem, inclusive no plano da salvação, já que ele escolhe e predestina para a salvação.

A Bíblia trata as duas coisas de forma simultânea, sem nenhuma crise. Se o homem não reconhecer o Jesus como Filho de Deus, Salvador, está eternamente perdido (Jo 3.18), mas ao mesmo tempo a Palavra de Deus nos afirma que são salvos todos aqueles que foram “destinados à vida eterna” (At 13.48). No entanto, precisamos manter com igual ênfase as duas verdades aparentemente conflitantes. Deus é juiz soberano, as pessoas serão condenadas se não obedecerem ao que Ele diz. Serão condenadas porque rejeitaram a salvação, por meio de Jesus, que Ele nos ofereceu.

Em Rm 9, vemos um tratado tremendo sobre os “decretus horribilis”, Paulo afirma que não depende de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus usar sua misericórdia. (Rm 9.16) Afirma ainda que Deus odiou Esaú, antes dele ter nascido, “para que, o propósito de Deus quanto à eleição, prevalecesse” (Rm 9.11). Estas afirmações são fortes e soam agressivas para o homem. No entanto, quando entramos no capítulo 10, o mesmo Paulo que fala tão seriamente da escolha de Deus, está orando pela conversão dos judeus (Rm 10.1), e afirma que é necessário pregar, pois sem a pregação do Evangelho, o homem não pode se converter e ser salvo. Por isto é necessário pregar (Rm 10.11-14).

Você crê na soberania de Deus? Packer afirma que cremos, por duas razões:

1. Deus é soberano no mundo por ele criado. É por isso que oramos porque sabemos que Deus é soberano. Se não entendermos que Deus controla todas as coisas, não faz sentido orar.

2. Deus é soberano na salvação.

a. Você dá graças por sua salvação?

b. Você ora pela salvação dos outros?

Estas duas atitudes naturais do homem de fé indicam que de fato cremos que Deus é soberano. Deus é soberano no mundo por ele criado, por isso oramos. Deus é soberano na salvação, por isto agradecemos a salvação.

Packer adverte, que existem dois perigos quando não consideramos estes dois lados da questão:

1 – Preocupação exclusiva com a responsabilidade humana – Afirmamos que os homens são responsáveis e nos esquecemos que o homem sem Cristo está morto, incapaz de se inclinar para Deus, e que somente com o toque do Espírito Santo ele poderá se voltar a Deus. E somente através da graça de Deus ele poderá reviver espiritualmente. Precisamos sempre lembrar que usamos nossos dons e talentos, evangelizamos, mas somos apenas instrumentos:

At 13.48;

2Tm 2.10;

Tt 1.1;

Quando só olhamos para a responsabilidade humana, nos esquecermos de que é Deus quem faz, e deixamos de glorificá-lo. Podemos usar todos os meios para convencer pessoas a se renderem a Cristo, como Paulo faz em 1 Co 9.19-23, mas na evangelização, precisamos entender que a soberania de Deus deve nos orientar no planejamento, oração e na ação.

Podemos chamar este risco de “Antropocentrismo Arminiano”, por colocar a ênfase na ação do homem, tirando a glória de Deus.

2 – Preocupação exclusiva com a soberania de Deus.  Os resultados negativos surgem imediatamente:

·        Enfraquecimento da oração – Se Deus é quem faz, por que orar?

·        Perda do impulso evangelístico – Não sinto a responsabilidade de pregar

·        Perda da sensibilidade com o próximo -  Não me aproximo do pecador para lhe compartilhar as boas novas. Torno-me passível em relação ao mandato missionário.

Ilustração I: Certo fazendeiro calvinista se aproximou do seu vizinho metodista, que estava com uma lavoura muito bonita e lhe disse: “É meu irmão, Deus é realmente soberano e bom, veja como está sua plantação. A soja está bonita... Deus manda chuva no tempo certo e controla todas as coisas”. O arminiano respondeu: “É... eu sei que Deus é bom, mas não fosse a gente arrancar o mato, tirar os cupins, semear a cultivar a semente, acho que não teríamos esta lavoura bonita que temos aqui...” A preocupação exclusiva com a soberania de Deus, não traduz a mentalidade apostólica e bíblica.

Ilustração II: Dois séculos atrás, Willian Carey procurou o diretor da fraternidade de ministros da Inglaterra para falar do seu chamado missionário. A resposta foi: “Quando Deus quiser converter os pagãos, ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”.

O calvinismo fatalista, não leva em consideração todos os lados da salvação, que inclui a eleição divina e a responsabilidade humana.

Como corrigir estas distorções?

A prevenção se dá quando cremos nas duas doutrinas e a mantemos diante de nós, igual e constantemente enfatizadas, para orientação e governo de nossas vidas.

Fl 2.12.14 é um texto que pode ser usado para nos esclarecer.

Ele nos desafia a “desenvolver nossa salvação”, e isto parece indicar uma ação humana. Mas ao mesmo tempo afirma que “Deus é quem efetua em nós tanto o querer (vontade), como o realizar (prática)”. Isto se refere á operação de Deus. Ele age na salvação e na santificação, mas a responsabilidade do versículo 12 recai, aparentemente, no homem. Nós precisamos usar com igual ênfase as duas verdades aparentemente conflitantes.

Perguntaram a C. H. Spurgeon. “como o Senhor seria capaz de reconciliar estas duas verdades?, e ele respondeu: “- Nunca! Elas não são inimigas e eu não preciso reconciliar amigos”.

Packer elabora algumas proposições, negativas e positivas|:


Quatro proposições negativas:


1.      A graça de Deus, soberana, não compromete nada sobre a natureza da evangelização.  Evangelizar é necessário. Nenhum ser humano pode ser salvo sem evangelização. (Rm 10.9-12). Quando Deus nos envia para pregar isto faz parte do seu propósito e estratégia para salvar a humanidade. Jesus cria na soberania de Deus, e pregava a salvação.


2.      A crença de que Deus é soberano, não afeta a urgência da evangelização. Sem Jesus, o homem sem Deus está perdido e só lhe resta a condenação e o inferno. “Os campos estão brancos” – é tempo de colheita!


3.      A crença na soberania não afeta a sinceridade do apelo. Nós não somos hipócritas, mesmo quando sabemos que salvação é obra de Deus no coração do pecador e apelamos por sua conversão. “Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo” (Rm 10.13), e o método de Deus é usar seus servos: “Como crerão se não há quem pregue?”.


4.      A crença na soberania não afeta a responsabilidade do pecador. Em toda Escritura vemos que homem está perdido se rejeitar a salvação. Ez 18.31; Jo 3.19; 5.40. Hb 2.3: “Como escaparemos se negligenciarmos tão grande salvação?”


Proposição Positiva:


1.      A soberania nos fornece a única esperança de sucesso na Evangelização.  Por que haverá colheitas? Porque há eleitos. O homem carnal, sem a operação do Espírito Santo, não pode entender, nem aceitar as coisas do Espírito. Será que, através da oratória, podemos ressuscitar o homem que está morto em seus delitos e pecados? Como empreendimento humano, a tarefa da evangelização é impossível. Fé é dom de Deus (Ef 2.8-9; At 11.18; 18.9; Jo 6.44)

Ao evangelizarmos, cremos na Chamada Eficaz que o Espírito Santo faz ao pecador. Por isto pregamos nesta promessa de Deus. Esta proposição gera três efeitos em nossas vidas

a.      Nos torna ousados – O homem mais empedernido, ao ser tocado pelo Espírito Santo, se eleito, responderá a este maravilhoso chamado que Deus lhe faz. Portanto, nenhum homem, por mais distante que pareça, não pode ser alcançado pela graça de Deus. A graça de Deus pode salvar qualquer homem em qualquer circunstância.

b.      Nos torna pacientes – Deus salva a seu tempo. Enquanto isto, semeamos com lágrimas e oramos pelos pecadores (Rm 10.1).

c.      Nos torna homens de oração – Oração é a confissão de nossa impotência e necessidade (2 Ts 3.1). Pregação e oração devem andar juntas.



Conclusão:

Perguntaram a Adoniram Judson, numa das masmorras da antiga Birmânia (atual Mianmar), quais as possibilidades do evangelho fazer qualquer diferença na vida dos homens pecadores e depravados, e elas se converterem? Sua resposta foi: “As possibilidades são tão grande quanto as promessas de Deus”. 

Questões para discussão:   

1.       1. A partir do texto, levante três questões dialéticas que desafia o pensar teológico quando se trata da evangelização e predestinação;

2.    2.    Quais os riscos para a igreja com o hiper-calvinismo e quais os efeitos teológicos quando se nega a eleição incondicional?

3.       Que aplicações práticas você  pode extrair, a partir da leitura, para sua vida e para seu ministério?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            






[1] J.I. PACKER - Evangelização e soberania de Deus, São Paulo, Casa de Cultura Cristã, 2003.