segunda-feira, 2 de março de 2020

A Autoridade de Cristo no Evangelho de Marcos



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Relendo o Evangelho de Marcos, fiquei deslumbrado com o número de vezes que este Evangelista fala da exousia (autoridade de Cristo). Este é um tema muito comum nas cartas paulinas, mas assume uma nota marcante nos escritos de Marcos. Existe uma discussão muito clara em Marcos sobre a fonte da autoridade de Jesus, no cap. 11:27-33 Jesus não tenta responder a pergunta que os sacerdotes, escribas e anciãos lhe fizeram. Pelo contrário, força-os a refletir sobre a autoridade de João Batista, colocando-os numa situação de neutralidade condenatória. Jesus responde da mesma forma que eles, sem demonstrar interesse em discursar sobre a fonte de sua autoridade.

I.  Sua fonte de Autoridade
Marcos estabelece pelo menos cinco fontes:

1.     Sua coerência de vida
-Mc 1.22 - "Ao ensinar, não como os escribas".

            2. Sua intimidade com Deus
            -Mc 1.35 - "Alta madrugada"
            -Mc 6.30 -"Seus retiros espirituais" –Não sofria a tirania do urgente, reservava tempo para reflexão.

            3. Sua consciência vocacional
            Marcos procura revelar quão profundo era o sentimento de Jesus em relação ao seu ministério
            -Mc 1.38 - "Para isto vim..."
           
            4. Sua identidade: relação com o Pai 
            - Mc 11.15-19 - "A casa de meu Pai será chamada casa de oração..."
            - Mc 11.1-11 - "O Senhor precisa dele".          Ao ser questionado sobre sua fonte de autoridade, não se preocupa em responder. A parábola dos lavradores maus de Marcos 12, revela sua identidade e a consciência que ele mesmo tinha de herdeiro e filho legítimo da vinha.

            5. Sua humanidade, aceitação e amor
            -Mc 2.15-17 - Assenta-se com publicanos (traidores da nação), e gente de caráter reconhecidamente refutável.
            -Mc 14.3-9 - Aceita estranha adoração de uma mulher cujos convidados murmuravam  pelo simples fato de tê-la presente
            -Mc 14.17-21 - Convida para assentar à mesa um homem que  haveria de trai-lo, mesmo sabendo de antemão de suas intenções malignas

            6. Sua vitória sobre a morte
Não ficou na sepultura (Mc 16.6).

II. Áreas de autoridade
Marcos registra a autoridade de Jesus em várias áreas. Eis algumas delas:

1. Autoridade para ensinar

Jesus não era formado pelas escolas rabínicas. Ele não tinha autoridade institucional para ministrar. Entretanto, Marcos demonstra que Jesus assume esta autoridade.

-Mc 1.21-28 - "Como quem tem autoridade".
-Mc 12.28-34 - Um escriba se rende à sua sabedoria.
-Mc 12.37 - "A multidão o ouvia com prazer".

2. Autoridade para confrontar poderes demoníacos

Existe uma quantidade imensa de textos neste evangelho que demonstram esta autoridade de Jesus. Jesus está sempre dando ordens à potestades malignas sobre este assunto.
-Mc 1.23-27 - O espírito imundo em Cafarnaum
-Mc 1.34 -  Muitos demônios repreendidos
-Mc 1.39 - Pregando e expelindo demônios;
-Mc 3.11,12 - Jesus repreende espíritos imundos e os proíbe de falar
-Mc 3.13-15 - Autoriza seus discípulos a terem a mesma autoridade
-Mc. 5.1-14 - O endemoninhado gadareno

3. Autoridade para curar
Seu poder se manifestava também na sua capacidade de trazer normalidade à vida das pessoas.
-Mc 1.28-31 - A sogra de Pedro
-Mc 1.31-34 - Muitos doentes de toda sorte de enfermidades
-Mc 1.40-45 - Cura do leproso
-Mc 2.1-12 - Paralítico de Cafarnaum
-Mc 3.1-6 - Cura da mão ressequida
-Mc 5.24-34 - Mulher hemorrágica
-Mc. 5:35-43 - ressurreição da filha de Jairo.

4. Autoridade para agir sobre os fenômenos da natureza -
-Mc 4.35-41 - Acalma uma tempestade
-Mc 6.45-52 - Anda sobre o mar;
-Mc 11.12-14 – Amaldiçoando a figueira sem fruto Mc 11.20

5. Autoridade para perdoar pecados
- Mc 2.5-7 – Para espanto das pessoas presentes declarou o perdão dos pecados.

Para espanto de seus ouvintes, ele declara a libertação da culpa que estava sobre as pessoas. Curiosamente esta foi uma das mais questionadas.

III. Implicações desta autoridade

1. Sua autoridade é a-temporal
Marcos procura demonstrar o domínio eterno do Mestre.
-Mc 16.17 - “Estes sinais hão de acompanhar os que creem”. Ele é soberano eternamente.

2. Sua autoridade foi delegada à Igreja
-Mc 3.13-15 - Designou os discípulos para estarem com ele e os enviou a pregar.
-Mc 16.17-18 - Afirma que sinais e prodígios seguirão os seus discípulos.
-Mc 16.20 - Os discípulos tiveram a confirmação da delegação desta autoridade, ao ministrar sinais que se manifestavam quando pregavam o Evangelho.

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