segunda-feira, 16 de abril de 2018

Vós sois a luz do mundo




Mt 5.13-16
"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5. 13-16).

Questões preliminares:
1.      Você já procurou estudar as implicações deste texto acima?
2.      O que você entende pela expressão Sal da terra?
3.      O que você entende pela expressão Luz do Mundo?
4.      Você acha que a igreja tem correspondido a esta declaração de Jesus?
5.      Você se percebe com Sal e Luz?

1. Igreja e mundo possuem naturezas distintas. Imitar o mundo e suas atitudes torna a igreja irrelevante no seu papel, perdendo sua capacidade transformadora.

2. A Igreja inibe a decomposição e corrupção

O sal:
a) Preserva: impede a corrupção.
b) Dá sabor “Se o sal vier a se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor?”
c. Influência

A luz:
a) Dá direção.
b) Aquece
c) Afugenta as trevas
d) Gera vida – fotossíntese.

Quando a igreja perde seu poder de influência?

A) Quando confunde o evangelho com comportamento: Legalismo.
B) Quando se isola do mundo: Ascetismo
C) Quando imita o mundo: Mundanismo
D) Quando se omite nas questões da justiça: Conformismo

A Igreja: Agência de transformação histórica

1.     O Plano de Deus através da igreja:
a.     Profecia
b.     Sacerdócio

2.     A ação social da Igreja - braço estendido na prática do bem: A igreja sempre foi pioneira nas grandes transformações sociais.
a. Inclusão da mulher – Gl 3.28
b. A dignidade dos escravos – Ef 6.9
c. Superação da barreira racial  - At 10.15
d. Fundação de hospitais, escolas, agências de misericórdia: Exército da salvação, Alcoólatras anônimos

3.     “Eu não tenho plano B” – Deus decidiu usar seu povo para a continuidade da obra (Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8).  

Conclusão:
Deus chamou a igreja para abençoar e influenciar.

A.   A Igreja é sal da terra. Ela é chamada para impactar e transformar. O mundo é corrompido e precisa de ação temperada com graça e serviço. Este era o desejo de Jesus: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”.

B.    A Igreja é luz do mundo. Satanás comanda o império das trevas, mas a luz afasta as trevas. (Fp 2.15)

quarta-feira, 11 de abril de 2018

As Sete frases da cruz. "Nas tuas mãos..." Lucas Quintino


“Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34); “Hoje mesmo estará comigo no paraíso” (Lc 23.43); “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste” (Mt 27.46); “Mulher, eis aí o teu filho... filho, eis aí a tua mãe” (Jo 19.26); “Tenho sede” (Jo 19.28) “Está consumado” (Jo.19.30); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Estas são as sete “palavras”, que Jesus proferiu na cruz. Quatro destas frases foram direcionadas a Deus Pai, uma ao ladrão crucificado ao seu lado, uma a um dos soldados e uma a Maria e ao discípulo João.

Jesus deixou uma mensagem bem direta àqueles que estavam mais próximos no momento de sua crucificação, mas além de se dirigir àquelas pessoas, ele também estava falando com cada um de nós. As palavras de Jesus na cruz foram uma eloquente exposição do evangelho. É justamente por esse motivo que os evangelistas registraram e perpetuaram essas palavras em seus escritos.

Acredita-se que a última palavra de Jesus na cruz foi “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito” (Lc.23.46). Essa palavra revela o que ocupou a mente de Cristo em seu último instante de antes da morte. A origem desta palavra e os ensinamentos contidos nela são extremamente relevantes para nós hoje, e é justamente sobre isso que gostaria de tratar neste pequeno texto.

A origem da palavra.

Jesus cita o salmo 31.5 ao entregar seu espírito nas mãos do Pai. Este salmo foi escrito por Davi em um momento de profunda angústia e perseguição. Em 24 versículos, Davi narra sua experiência em dois ciclos que vão da perseguição, sofrimento e angústia ao livramento, segurança e paz. O verso 5 retrata a atitude de fé do rei, que mesmo em meio a muita dor e sofrimento, decide confiar-se ao julgamento e livramento de Deus.

Ao analisar o salmo fica claro que o registro relata muito mais do que a experiência do rei Davi. O verso 13 afirma: “...tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida.”. No verso 11 vemos: “Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me veem na rua fogem de mim.” Ao citar esse salmo, Jesus nos mostra mais uma passagem do Antigo Testamento que se referia a ele.

Toda a bíblia aponta para Cristo. É assim que Jesus orienta seus discípulos a interpretar as Escrituras (Lc.24.25-27), e é assim também que nós devemos ler a Palavra de Deus. Jesus Cristo é o “homem bem aventurado” do salmo 1; “o filho” que deve ser beijado no salmo 2; o servo sofredor do salmo 22; o bom pastor do salmo 23; o rei sofredor, que descansa em paz do salmo 31.

O ensinamento da palavra.

Essa é a segunda citação direta de um salmo entre as sete palavras da cruz. Isso mostra que Jesus tinha a palavra de Deus no coração em seu momento de maior dor. O próprio Cristo nos alertara que a boca fala do que o coração está cheio (Mt.12.34), e nesse caso vemos que ao invés de murmurar e se queixar do Pai, suas últimas palavras foram de entrega e fé.

Precisamos nos esforçar para ter a Palavra de Deus no coração. Decorá-la não é apenas um exercício mental, é um ato de preparação espiritual. Em alguns momentos não teremos a Bíblia nas mãos, nenhum irmão estará conosco, não teremos acesso a nenhum recurso externo, apenas àquilo que já foi gravado em nossas mentes. E nesse momento, será quando mais precisaremos da Palavra de Deus conosco. Jesus guardou a Palavra no coração para não pecar contra Deus (Sl.119.9).

Ao entregar seu espírito nas mãos do Pai, Jesus nos lembra que um dia nosso espírito será a única coisa que nos resta, e que o único destino justo que podemos dar a ele são as mãos do Pai. Vivemos em um tempo em que mais do que nunca somos levados a pensar que a beleza, a saúde e o conforto do corpo são as únicas coisas que valem a pena nessa vida. Contudo os cristãos sabem que isso não é verdade. Jesus é muito claro quando alerta “essa noite te pedirão a tua alma, ... para quem será?” (Lc. 12.20). E o próprio apóstolo Paulo, ao entender esse ensinamento alerta a Timóteo que : “o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser.” (1Tm.4.8).

A última palavra de Jesus nos ensina também a não desconfiarmos do amor e cuidado de Deus, mesmo em meio a dor e o sofrimento. Jesus fez a oração que todos nós devemos fazer. Entregar-se nas mãos de Deus em meio ao sofrimento é a única atitude que pode nos fazer superar o sofrimento e a morte definitivamente. Essa atitude está fundamentada na fé e no poder da ressurreição. Através da fé podemos dizer como Jó que nosso redentor vive e por fim se levantará sobre a terra (Jó 19.25).


Para concluir, gostaria de lembrar que essas não foram as últimas palavras de Jesus. Ele ressuscitou, deu provas disto a seus discípulos, os abençoou, comissionou e prometeu retornar. Essas foram as verdadeiras últimas palavras de Jesus. Através delas os discípulos foram profundamente impactados. Eles resistiram as perseguições, difundiram a mensagem do evangelho por toda Jerusalém, Judeia, Samaria e pelos confins da terra. Suportaram até mesmo o martírio, honrando a Deus na vida e na morte. Me chama a atenção o fato da obra de Cristo na vida de Estevão. Esse diácono da igreja de Jerusalém foi morreu apedrejado. O motivo de sua morte foi uma sentença injusta proferida pelo mesmo grupo de pessoas que condenou Jesus. Contudo, em seus últimos instantes, Estevão olhou para o céu, e contemplou a Cristo glorificado, assentado no trono. Nesse momento suas últimas palavras foram: “Jesus, nas tuas mãos entregou meu espírito” (At.7.59).


Estevão só disse essas palavras porque o próprio Jesus já as havia dito antes, nos dando através de seu sacrifício o direito e o poder de repeti-las. Minha oração hoje é “Pai nas tuas mãos entrego meu espírito”. Qual é a sua?

sábado, 7 de abril de 2018

As Sete frases. "Pai ! Perdoa-lhes porque. Potenciano.



"Pai ! Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.."

Lc.23. 33-38


33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.

34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.

35 O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.

36 Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:

37 Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

38 Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: ESTE É O REI DOS JUDEUS.




O Calvário é o local da Justiça de Deus. Porque está escrito: “Toda alma que pecar essa morrerá!". O Calvário é a evidência de que como pecadores Cristo assumiu em nosso lugar a condenação que era nossa.

Algumas versões bíblicas dizem: Chegado ao lugar chamado CAVEIRA. Esta figura nos assusta.

Se você é o tempo do MANDRAQUE e do FANTASMA

os dois grandes personagens criados por Lee Falk na década de 1930. Os chamados crossovers, Mandrake era um ilusionista que se valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos, e de poderes telepatas e Fantasma seu companheiro. Um cavaleiro solitário. No seu dedo o Anel da Caveira assumiu uma grande importância no início das aventuras do Fantasma. A figura mitológica dos dois era a Caverna da Caveira. Lugar sinistro.

No momento culminante da sua paixão e crucificação, depois de ter sido preso, condenado e humilhado pelo povo e autoridades políticas e religiosas, Jesus tem uma exclamação reveladora de um coração misericordioso: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Esta exclamação que poderemos também interpretar como uma oração filial elevada por Deus Filho a Deus Pai, é uma oração de perdão que exprime o profundo sentido de misericórdia que habitava o coração de Jesus. Sentimento este que é a expressão nata de um Deus perdoador.

Para Ele, a atitude mórbida do povo, a trapaça dos chefes e soldados romanos e a conspiração das autoridades religiosas judaicas devem, apesar de tudo, serem perdoados, dado que, eles não conhecem a gravidade e as consequências últimas dos seus próprios atos.

«Não há dúvida de que os responsáveis diretos (políticos e religiosos) tinham consciência clara de que iriam condenar um inocente, cometendo não um homicídio e sim um "deicídio"; mas não entendiam naquele momento de paixão, que estavam a cometer um erro, ao condenarem o Filho de Deus.

O Apóstolo Paulo na sua epístola aos Coríntios se dá conta deste fato quando referindo-se à sabedoria de Deus, afirma que " mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;". ( I Coríntios 2, 7-8)

A condenação de Jesus na perspectiva humana é a maior injustiça já cometida em um tribunal humano. As provas contra Jesus eram evidentemente equivocadas, o próprio promotor, Pilatos, afirma que “não via nele crime algum”. A justiça afirma sua inocência, e apesar disto o condena. Todo tribunal injusto faz o contrário: junta provas, ainda que falsas, para provar a culpa. No caso de Jesus as evidências mostravam que ele não era culpado.

Mas o que nos leva a considerar aqui não é a justiça dos homens, mas a de Deus.

Jesus foi levado à morte injustamente. E é essa uma das atitudes de Jesus que nos leva a compreender o que é o verdadeiro amor.

Podemos comparar as injustiças que sofremos com as que Jesus suportou? Se ele pôde perdoar seus torturadores, certamente podemos decidir perdoar também.

Portanto, perdão não é um sentimento. Perdão é uma decisão. A própria palavra DE-CISÃO, impõe uma dimensão de corte, ruptura. Há um rompimento com possibilidade de uma justiça própria ou até mesmo uma justiça legal. Podemos nos sentir injustiçados, mas diante do exemplo de Cristo, somos convidados a imitá-lo.

Alguns ferimentos muito profundos podem exigir tempo antes que haja perdão total, mas podemos decidir esquecer, decidir apagar a maioria das injustiças que experimentamos, rápida e completamente, escolhendo perdoar os ofensores.

O salmista diz que Deus não se lembra dos nossos pecados perdoados. Jesus expõe a essência do perdão, considerando a ignorância dos homens.

A boa notícia é que podemos pedir a Deus que nos ajude a perdoar. Podemos orar para que ele nos ajude a lembrar o que Jesus suportou e dizer: “Pai, perdoo quer eles saibam ou não o que estavam fazendo. Eu lhes perdoo, não por merecimento, mas porque quero assemelhar-me a ti”.

Somos chamados a nos parecer com Cristo. Esse é talvez um dos maiores desafios. Sermos perdoadores.

Rev. José Carlos Potenciano.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

As Sete frases. Meu Deus...Por que me... Samuel Vieira


Mt 27.46 Deus meu, por que me desamparastes?




O Coelho da Páscoa


- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é...... bem...... é uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos ........ Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a, professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- ??????? Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa ....... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?
- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo


©Copyright Recebi este texto por e-mail e não sei quem é o autor. Se alguém souber, por favor, me informe.


Introdução:
Esta é a quarta frase de Jesus na cruz. Ela aparece em dois evangelhos: Mateus e Marcos (15.34). por ser uma frase enigmática, suscita várias perguntas:

Questões teológicas:

1. O que significa esta frase? Qual é o seu sentido?
Jesus exclama angustiantemente a Deus dizendo ter sido abandonado por Deus. Marcos usa a palavra gregaegkataleípo, o que significa abandonar, ou desertar. No Salmo 22, onde o salmista faz esta afirmação profética, a palavra usada em hebraico é azab, cujo sentido é deixar, soltar ou abandonar. Jesus está consciente de que Deus o abandonou e que se fez de surdo ao seu clamor. “Este não é um abandono simbólico ou poético. É real! Se houve uma criatura que alguma vez sentiu o abandono de Deus, essa criatura foi o Filho de Deus na cruz do Calvário!” (Paulo Washer).
Ele não exclamou, “Deus meu, Deus meu, por que o povo me tem desamparado?” Ele sabe que era Deus quem havia feito! A resposta pode ser encontrada em somente uma amarga verdade: a razão dele estar na cruz era o próprio Deus. Então, por que Deus faria isto com o seu filho amado?


2. Como podemos entender a ideia de que “Deus abandonou Deus?” Assumindo que Jesus é Deus, como poderia a primeira pessoa da Trindade se afastar da Segunda pessoa da Trindade?
Paul Washer: “Uma das minhas maiores preocupações é que a Cruz de Cristo é raramente explicada. Não é suficiente dizer que “Ele morreu” - porque todos os homens morrem. Não é suficiente dizer que “Ele teve uma morte nobre” – porque os mártires fazem o mesmo”.


3. Se Deus abandonou o seu Filho na hora que mais precisava, por que deveríamos crer que na nossa aflição poderemos contar com Deus?
Como vimos acima, a palavra “desamparastes” é mais forte. Literalmente, “por que me abandonastes”. De todas as frases de Jesus esta é a mais difícil de entender. Martinho Lutero passou um dia inteiro meditando nela, e não é sem razão que ela incomoda tantos estudiosos da Bíblia.
Abandono de Deus é o castigo para um criminoso. Abandono é o sofrimento para os piores, para o vil – não para Jesus. Então, porque Jesus declara que Deus o abandonou?


A quarta frase de Cristo ensina-nos:


A. Pecado é coisa séria.

Muitas vezes consideramos a graça de Deus alguma coisa de somenos importância, mas ao descrever o perigo da graça barata Bonhoeffer afirma que não podemos considerar barato aquilo que para Deus custou tanto. Jesus se tornou vil e detestável aos olhos de Deus – a coisa mais vil e detestável que poderia existir – e Deus derramou a extensão de Sua ira sobre Ele.
O pecado separa o homem de Deus. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus…” (Is 59.2).

B. Pecado exige reparação plena

Jesus satisfez toda necessidade da justiça de Deus. Nenhum homem poderia apresentar uma obra perfeita que satisfizesse a justiça divina. Este é um dos aspectos mais esquecidos na doutrina da redenção. Cristo morreu na cruz não apenas para pagar o preço do nosso pecado, mas ele assumiu aquele lugar maldito para satisfazer a justiça divina.

Stott afirma: “Jesus não pagou para o diabo nos libertar. Jesus pagou para Deus. O sacrifício de Jesus satisfez a exigência de justiça de Deus. E por causa disso é que somos perdoados e podemos conhecer o amor de Deus por nós. Deus tratou Jesus como culpado em nosso lugar e separou-se Dele quando estava na cruz, e Jesus exclamou: “Deus meu, porque me desamparaste?” (Mc.15:34). Jesus teve que ficar separado do Pai por nossa causa, para nos reconciliar com Ele ao morrer (Rm 8:32).

Deus mostrou Sua justiça trazendo a morte, mas mostrou Seu amor no fato que não fomos nós que morremos, e sim Jesus. Então, não podemos desvalorizar nem menosprezar o amor e a justiça de Deus.


C. A cruz de Jesus Cristo diz respeito à santidade de Deus.

Pode parecer estranho que um lugar de sangue, sofrimento e tormento diga respeito à santidade, mas a cruz responde esta questão: Como um santo Deus pode reconciliar-se com pessoas impuras? Essa questão demanda outra: como o relacionamento entre um santo Deus e pessoas impuras pode ser restaurado sem algum ato grosseiro de injustiça?

Deus derramou sua ira sobre Cristo até todo aspecto da justiça demandada por um Deus santo fosse satisfeito.

Na cruz vemos o quanto Deus valoriza Sua santidade. Vemos que Deus não violará sua própria santidade mesmo que seja para salvar aqueles a quem Ele ama. Aqui na cruz vemos ira e misericórdia encontrando-se. Vemos ambas em sua gloriosa plenitude – a exposição final da ira de Deus e a exposição final da misericórdia de Deus.

A ira de Deus foi colocada sobre Cristo. O profeta Isaias afirma: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará em suas mãos” (Is 53.10).
Cristo pagou a sentença completa da justa ira que eu merecia. o inculpável pagando a sentença do pecador.

Se isto não é verdade, como responder a questão: Cristo nunca pecou, então, por que um homem sem pecado sofreria a ira de Deus?

Ele entrou naquele tribunal, e ficou entre o juiz e a pessoa culpada e disse “eu pagarei a sentença dela”. Ele tomou o pecado de outras pessoas sobre si mesmo. Ele tomou sobre si uma dimensão tão grande de pecado que Ele se fez pecado.
Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.17).


Quando olhamos para a cruz, vemos Jesus Cristo pagando a justa sentença de um pecador. Ali na cruz Jesus experimenta a morte física. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5), mas seu maior sofrimento, ainda que fosse tão indescritível, não era físico, ele também encara a morte espiritual, a consequência que o pecado traz ao ser humano, afastando-o de Deus. Ele é punido encarando a fúria da ira de Deus. Ele é punido pelo pecado cometido em consciente rebelião contra Deus. Ele encara a eterna extensão da ira de Deus pelos pecados. Ali na cruz Jesus encara a justiça e o tormento do inferno.

Pouco antes de ser preso, Jesus ficou muito angustiado a ponto de suar sangue, mas não por medo do sofrimento que os homens iam lhe causar, e sim porque a ira justa de Deus cairia sobre Ele. A ira pelos pecados de toda a humanidade.

No jardim, ele orou três vezes para que “o cálice” fosse removido, mas todas as vezes a sua vontade entregava-se a vontade do Pai. Que cálice era este pelo qual Jesus pedia fervorosamente que se possível não tivesse que beber? Não se tratava da cruel cruz romana e a tortura física que lhe esperava. Se você ficar impressionado pela apavorante imagem retratada na paixão de Cristo de Mel Gibson pode correr o risco de não enxergar o que ocorreu na Cruz. A oração de Jesus focava num aspecto mais sinistro que ele teve de enfrentar. Ele assumiu o pecado dos eleitos por Deus.

A justiça de Deus se revela na cruz de Cristo. “A justiça de Deus se revela no Evangelho” (Rm 1.17).
O homem não poderia pagar sua afronta, nada do que o homem fizesse seria capaz de reparar o efeito do pecado.

A proposta de Deus
Paulo afirma que Deus fez uma proposta: “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Rm 3.25). Você já tinha ouvido falar desta proposta de Deus?

O texto de Rm 3.21-26 constitui-se num bloco compactado, que o professor Cranfield acertadamente chama de "o centro e o cerne" do todo que constitui a parte principal da carta de Paulo aos Romanos. O Dr. Leon Morris diz que eles seriam "possivelmente o parágrafo mais importante que jamais se escreveu". A sua expressão-chave é "a justiça de Deus", Refere-se a uma justiça que provém de Deus, frisando dessa maneira a iniciativa salvadora que ele tomou a fim de conceder aos pecadores a condição de justos aos seus olhos. Em Rm 1.17 e 3.21 lemos que essa justiça foi "revelada" ou "manifestada", isto é, se deu num determinado tempo na história dos homens.

A verdade é que Deus é amor, mas também é justo. A sociedade moderna gosta de afirmar o primeiro ponto, minimizando o pecado e a importância da obra de Cristo e da santidade requerida por Deus, e esta mesma sociedade, quer negar ou minimizar a santidade de Deus. A verdade é que Deus é amor, e ama o pecador; mas ele é justo também, e tem que punir o pecador, ou seu substituto.

A obra de Cristo satisfaz todas as exigências de justiça, santidade e retidão de Deus para que Ele possa livremente agir em favor dos pecadores.

Jesus oferecendo Seu sangue como propiciação a um Deus santo, fez um pagamento total e final de todas as dividas. Somente por meio do sangue de Jesus Cristo, Deus se torna propicio e pode manifestar Sua graça, misericórdia e amor a favor do homem.

Como afirma o apóstolo Pedro: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).

Por ser santo, justo e verdadeiro, Deus precisa condenar o pecador, a menos que não se encontre um meio para satisfazer sua Justiça. E Deus satisfez sua justiça por meio do sacrifício de Seu Filho Jesus Cristo.

Qualquer sacrifício, oferta, penitencia ou sofrimento que é oferecido a Deus, não poderá mudá-Lo. Ninguém poderá ganhar o amor e o perdão de Deus. Ele se torna propicio conosco somente e exclusivamente por causa do sangue derramado na cruz do Calvário da parte de Seu Filho. Deus proveu o Cordeiro para que nos pudéssemos ser reconciliados com Ele….um Deus de amor.
O pecado exige sacrifício, expiação. Cristo, nosso substituto, fez expiação por nós; foi o nosso substituto. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Não é que Deus se tenha sentido prazer no sofrimento de Seu amado Filho, mas através de sua morte, a vontade de Deus se cumpriu. Nenhum outro meio tinha poder de remover o pecado, satisfazer a justiça, e apaziguar a ira de Deus contra nós.


Conclusão:

a. “Este é o Cordeiro de Deus.
. .” Você gosta deste versículo, que é uma afirmação de João Batista apontando para Jesus quando veio para ser batizado por ele? Você se lembra da segunda parte? “Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Foi isto que o Cordeiro de Deus veio fazer.

b. O crente não é feito “justiça de Deus” por alguma boa obra ou caráter irrepreensível mas como resultado da imputação pela qual ele é considerado justo ante Deus pela obra de Cristo em seu favor. Da mesma maneira Cristo se “fez pecado por nós”, ainda que tenha sido uma culpa imputada, foi uma culpa real, trazendo uma inquietante culpa para Sua alma. Ele esteve em nosso lugar, e morreu desamparado por Deus.

c. É comum centrarmos num aspecto da doutrina de Deus. Seu amor, não sua santidade. Esta é a visão romântica de um Deus Santo que exige reverência. Infelizmente a sociedade moderna tem grande atração pelo seu amor mas não quer sua santidade, porque um Deus amoroso, sem santidade, não exige um padrão santo de viver.

d. É comum sentirmo-nos desamparados ou abandonados por Deus quando sofremos perdas ou reveses: “Deus me abandonou.” Não é verdade. O que gera o abandono de Deus é o pecado. Jesus experimentou isto da forma mais profunda. Se estamos em pecado, não há como evitar o sentimento de desamparo. mas assim, que Jesus fez a expiação, ele orou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” E Deus em seguida foi recebido pelos braços do Pai Amado.

e. Para concluir: Paulo Washer afirma: “O crente com discernimento espiritual clama “Deus, Deus, sei que me amas já que não recusaste nem a teu filho, teu único filho.” Esta declaração é a forma mais radical encontrada por Jesus para revelar a grandeza e majestade da obra de sua redenção. Pelas suas pisaduras fomos sarados.

As Sete frases. Mulher...eis ai... Christiane Bernardes


“Mulher, eis aí o teu filho. Eis aí a tua mãe!”
João 19:26 / Is. 53

O apóstolo Paulo, o maior pregador do cristianismo, disse que pregava a Cristo, e este crucificado. Disse que se gloriava na cruz. Foi na cruz que Jesus nos redimiu. Foi na cruz que ele esmagou a cabeça da serpente.

Foi na cruz que ele satisfez a justiça de Deus e demonstrou o seu maior amor. O profeta Isaías, no cap. 53 700 anos a.C., fez um registro tão detalhado a respeito da morte de Cristo, que nos impressiona. Uma parte dos verbos está no passado, é como se ele estivesse visto o que já havia acontecido.

1 - Algumas reflexões a respeito do desenrolar dos fatos:

→ Eu posso observar que ....

Pilatos por covardia levou Jesus a cruz. Os Judeus e os sacerdotes por inveja acusaram a Jesus. Nós também matamos Jesus com os nossos pecados. Eu e você estávamos lá quando crucificaram o nosso Salvador! Não apenas como expectadores, mas como participantes culpados, tramando, traindo, e entregando Ele para ser crucificado. Foram os meus pecados e os seus pecados que transpassaram Jesus na cruz. Ele foi moído pelas minhas e pelas suas iniquidades.

→ Mas nós não podemos nos esquecer (Is. 53) de que....

Jesus foi à cruz ESPONTANEAMENTE, deliberadamente. Sua cruz estava incrustrada no coração de Deus desde a fundação do mundo. Ele veio para morrer. Seu sofrimento não produziu compaixão, solidariedade. Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu. Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas. Ele foi rejeitado pelos apóstolos, Judas traiu, Pedro negou, os outros fugiram. Ele foi rejeitado pelo próprio Pai, quando na Cruz, a feiura horrenda dos nossos pecados estava Nele, e Deus puniu os nossos pecados no seu filho.

→ E diante disso, eu preciso pensar no por que...

A CRUZ... é estranho que uma ferramenta de tortura tenha se transformado num movimento de esperança. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um fato estabelecido na agenda de Deus. A cruz de Cristo expressa o maior amor de Deus por nós, onde acontece o maior de todos os sacrifícios, quando Jesus, deixando sua gloria, veio e foi moído, humilhado, foi perseguido, preso, escarnecido, pregado na cruz. Não foram pregos que prenderam Jesus na cruz, foi amor! 

Max Lucado disse ...“quando lhe foi pedido que descrevesse o tamanho do seu amor, Cristo estendeu uma das mãos para a direita e a outra para a esquerda e nessa posição elas foram pregadas, para que você soubesse que Ele morreu por amor a você”! E o maior plano de salvação do universo é posto em prática. E por trás da linda história da manjedoura uma guerra acontece. Tudo isso se desenrola de acordo com o plano e propósito do Pai. E Ele vai para a cruz para vencer a cruz e Ele mata a morte com a morte!

→ E em meio ao horror, gerado por amor, onde a recompensa éramos nós, Jesus olha para a sua mãe (JOÃO 16:26). 
Maria está mais velha. Rugas em lugar da pele jovem. Mãos calejadas. Criou seus filhos, e agora, contempla a crucificação do primogênito. Eu posso imaginar as lembranças dela enquanto testemunha a tortura que Ele sofre: O longo caminho até Belém, talvez. Uma cama de bebê feita de feno. Quando fugitivos no Egito. Em casa, em Nazaré. Pânico em Jerusalém...”Achei que ele estivesse com você!” A aulas de carpintaria. Risos à mesa de jantar. Até o dia em que Jesus entrou em casa, com olhar firme, voz direta...Ele ouvira as notícias: “João está pregando no deserto”. Então Ele se desfaz da sua roupa de carpinteiro, e, com um último olhar, diz adeus a sua mãe. Ambos sabiam que Ele nunca mais seria o mesmo e naquele último olhar eles compartilharam um segredo. Ele sabia o que estava por vir. Maria conheceu naquele dia a dor no coração que surge ao se dizer adeus, e adeus para um filho. Desde então, passou a amar seu filho a distância, compartilhando Ele com a multidão.

“Aí está o seu filho.” Jesus pedia que João fosse filho para Maria. Jesus olha para Maria e vê Maria, sempre que Ele olha, ELE vê. A dor que Ele sentiu provavelmente era maior que a provocada pelos pregos e espinhos. Havia cumplicidade entre eles, e no olhar silencioso, eles mais uma vez compartilham um segredo, mas desta vez não foi um adeus.... foi um até breve!

→ Diante de tudo isso, eu não poderia deixar de falar um pouco a respeito de relacionamentos, de cumplicidades compartilhadas. Nós não somos perfeitos nem convivemos com pessoas perfeitas. Temos motivos de queixas uns contra os outros. Os relacionamentos mais íntimos adoecem.

As amizades mais próximas se esbarram em decepções e mágoas. As palavras de amor são substituídas por censuras e os abraços de irmãos são trocados pelo afastamento gelado. Os relacionamentos adoecem na família, na igreja, no trabalho. Pessoas que andaram juntas e comungaram dos mesmos sentimentos e ideais, afastam-se. Casais que fizeram votos de amor no altar, ferem um ao outro com palavras duras. Amigos que celebravam juntos as venturas da vida distanciam-se. Parentes que antes festejavam juntos recuam amargurados. Irmãos antes amigos se separam tomados por indiferença. Eu poderia passar horas falando com vocês a respeito de relacionamentos, citando personagens da bíblia, como:

* Caim e Abel - um relacionamento familiar de inveja e ódio assassino.

* Noé - que sobrevive ao Dilúvio, mas não sobrevive a curiosidade sexual de seu filho.

* Abraão - que anda com Deus, mas não consegue andar com o sobrinho Ló.

* Abraão, Sarah e Hagar - um triângulo de interesses que se transforma num “caso” para o qual nenhum dos três implicados estava preparado.

* Ismael e Isaque - nunca se deram bem e suas descendências não se entendem até hoje.

* Raquel e Lia - Duas irmãs amando e disputando o mesmo homem a vida toda.

* Jacó e Esaú ­- uma tragédia!

* José e seus irmãos – maldade, mentira!

* Hofni e Finéias, filhos de Eli - quanta dor para o pai - Icabode: foi-se a Glória de Israel!

* Samuel - o homem que denunciou os filhos de Eli e que ungiu Davi - não teve sorte com os próprios filhos.

* Davi - é interpretado pelos irmãos como um presunçoso e arrogante.

* Davi e Saul - tem a pior história de genro e sogro de toda a Bíblia.

* Saul e Jonatas - separadamente juntos até a morte.

* Jonatas e Davi - separadamente unidos até a morte.

* Davi e seus filhos – tragédia!

* Davi, Urias e Bateseba - desejo, paixão, prazer e, então, engano, morte, perdas, tristezas, luto, e a vida continua.

* Oséias, o profeta - por ordem divina, casou-se com Gomer, a mulher dele e de todos.

E Mateus nos faz viajar pela genealogia de Jesus - que tem todos estes personagens e suas angustias familiares como cenário - para nos dizer que a família é o problema, mas que a solução vem em família. Jesus é a solução que emerge das des-soluções familiares e de suas próprias dis-soluções.

Há duas coisas que eu gostaria de comentar acerca de família.

1) A primeira, é que a família é sempre a última a enxergar a gente. O evangelho de Marcos nos fala disso (Cap. três). Seus familiares foram “prendê-lo” porque diziam que Ele “estava fora de si”.

2) A segunda fala vem de um ato da Cruz. “Mulher, eis aí o teu filho” - diz ele a Maria, mostrando-lhe o jovem apóstolo João. “Eis aí a tua mãe...” - conclui Ele. 

João a levou para casa. A família biológica e cultural frequentemente não nos enxerga. Assim, é na Cruz que as pessoas podem se fazer família e se perceberem umas às outras. Jesus não tem muito a dizer sobre família apenas porque tudo o que Ele diz passa pelo coração da família. A cruz nos ensina a perdoar 70 vezes 7. Na cruz o filho aventureiro conhece o caminho de volta e o filho amargurado que nunca saiu tem a chance de participar da festa. Na cruz a mãe sem filho encontra filhos sem mãe. Na cruz Jesus traz para dentro da casa quem vive do lado de fora.

Na cruz Jesus presenteia os de dentro com a companhia dos de fora. Na cruz os laços mais profundos de família ganham significado.

Olha para o lado! Eis ai o teu irmão!

“O Cordeiro de Deus foi morto, mas Ele ressuscitou e Ele ainda remove pedras. Da próxima vez que for chamado a sofrer, preste atenção: Talvez seja a situação na qual você chegará mais perto de Deus. Olhe com cuidado. É bem possível que a mão que se estende para conduzi-lo à saída da obscuridade seja uma mão perfurada, e o nome daquele que estende a mão é SALVADOR!” (Max Lucado).