sábado, 7 de abril de 2018

As Sete frases. "Pai ! Perdoa-lhes porque. Potenciano.



"Pai ! Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.."

Lc.23. 33-38


33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.

34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.

35 O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.

36 Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:

37 Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

38 Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: ESTE É O REI DOS JUDEUS.




O Calvário é o local da Justiça de Deus. Porque está escrito: “Toda alma que pecar essa morrerá!". O Calvário é a evidência de que como pecadores Cristo assumiu em nosso lugar a condenação que era nossa.

Algumas versões bíblicas dizem: Chegado ao lugar chamado CAVEIRA. Esta figura nos assusta.

Se você é o tempo do MANDRAQUE e do FANTASMA

os dois grandes personagens criados por Lee Falk na década de 1930. Os chamados crossovers, Mandrake era um ilusionista que se valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos, e de poderes telepatas e Fantasma seu companheiro. Um cavaleiro solitário. No seu dedo o Anel da Caveira assumiu uma grande importância no início das aventuras do Fantasma. A figura mitológica dos dois era a Caverna da Caveira. Lugar sinistro.

No momento culminante da sua paixão e crucificação, depois de ter sido preso, condenado e humilhado pelo povo e autoridades políticas e religiosas, Jesus tem uma exclamação reveladora de um coração misericordioso: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Esta exclamação que poderemos também interpretar como uma oração filial elevada por Deus Filho a Deus Pai, é uma oração de perdão que exprime o profundo sentido de misericórdia que habitava o coração de Jesus. Sentimento este que é a expressão nata de um Deus perdoador.

Para Ele, a atitude mórbida do povo, a trapaça dos chefes e soldados romanos e a conspiração das autoridades religiosas judaicas devem, apesar de tudo, serem perdoados, dado que, eles não conhecem a gravidade e as consequências últimas dos seus próprios atos.

«Não há dúvida de que os responsáveis diretos (políticos e religiosos) tinham consciência clara de que iriam condenar um inocente, cometendo não um homicídio e sim um "deicídio"; mas não entendiam naquele momento de paixão, que estavam a cometer um erro, ao condenarem o Filho de Deus.

O Apóstolo Paulo na sua epístola aos Coríntios se dá conta deste fato quando referindo-se à sabedoria de Deus, afirma que " mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;". ( I Coríntios 2, 7-8)

A condenação de Jesus na perspectiva humana é a maior injustiça já cometida em um tribunal humano. As provas contra Jesus eram evidentemente equivocadas, o próprio promotor, Pilatos, afirma que “não via nele crime algum”. A justiça afirma sua inocência, e apesar disto o condena. Todo tribunal injusto faz o contrário: junta provas, ainda que falsas, para provar a culpa. No caso de Jesus as evidências mostravam que ele não era culpado.

Mas o que nos leva a considerar aqui não é a justiça dos homens, mas a de Deus.

Jesus foi levado à morte injustamente. E é essa uma das atitudes de Jesus que nos leva a compreender o que é o verdadeiro amor.

Podemos comparar as injustiças que sofremos com as que Jesus suportou? Se ele pôde perdoar seus torturadores, certamente podemos decidir perdoar também.

Portanto, perdão não é um sentimento. Perdão é uma decisão. A própria palavra DE-CISÃO, impõe uma dimensão de corte, ruptura. Há um rompimento com possibilidade de uma justiça própria ou até mesmo uma justiça legal. Podemos nos sentir injustiçados, mas diante do exemplo de Cristo, somos convidados a imitá-lo.

Alguns ferimentos muito profundos podem exigir tempo antes que haja perdão total, mas podemos decidir esquecer, decidir apagar a maioria das injustiças que experimentamos, rápida e completamente, escolhendo perdoar os ofensores.

O salmista diz que Deus não se lembra dos nossos pecados perdoados. Jesus expõe a essência do perdão, considerando a ignorância dos homens.

A boa notícia é que podemos pedir a Deus que nos ajude a perdoar. Podemos orar para que ele nos ajude a lembrar o que Jesus suportou e dizer: “Pai, perdoo quer eles saibam ou não o que estavam fazendo. Eu lhes perdoo, não por merecimento, mas porque quero assemelhar-me a ti”.

Somos chamados a nos parecer com Cristo. Esse é talvez um dos maiores desafios. Sermos perdoadores.

Rev. José Carlos Potenciano.

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