quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mt 18.21-35 O perdão de Deus na família



Introdução:

Walter Trobisch, quando era convidado a realizar uma cerimônia de casamento, costumava perguntar aos noivos. “Vocês já brigaram alguma vez?”. Quando respondiam que não, ele dizia. “Então vão e briguem, se conseguirem perdoar, voltem aqui que eu faço o casamento de vocês”. De fato, perdão é fundamental para a unidade do casamento.

Contexto:
O texto anterior fala do perdão (Mt 18.15-20) e Jesus parece estar introduzindo esta questão para uma pergunta ainda mais séria que surgirá no capítulo 19 de Mateus, quando as pessoas indagam sobre a questão do divórcio. Jesus deixa claro que o divórcio não é uma questão institucional, se é ou não aprovada pela lei; mas ensina que o problema é mais sério, pois está ligado à dureza do coração (Mt 19.3-12).

Sem perdão, não há casamento com saúde. Se quisermos cura em nossos lares, temos que aprender a perdoar.

Conceitos errados sobre o perdão:
  1. Silêncio é  a voz do perdão – Pelo contrário, muitas vezes, é a raiz da amargura, que vai adensando e consumindo aos poucos a vida das pessoas. A ira “sepultada” é nefasta.

  1. Tempo é remédio: Cura tudo – Muitas vezes é como câncer não tratado. Quando mais tempo passa, mais destrutivo.

  1. Sentir-se ofendido é anti cristão – A Bíblia até admite a possibilidade da ira diante de determinadas coisas e ofensas recebidas. “Irai-vos e não pequeis!”. O problema não é se iramos ou não, mas o que fazemos com esta ira. Vemos Jesus confrontando a Judas com sua traição: “Com um beijo trais o Filho do Homem?”

Por que perdoar?
  1. Porque esta é a base do nosso relacionamento com Deus –
    1. A parábola do credor  - Mt 18 (20 milhões de reais ou 2  mil reais?);
    2. A oração dominical – “Perdoa nossas dividas, assim como perdoamos.”

  1. Porque precisamos continuar livres –
    1. Assim também meu pai celeste vos fará, se do intimo, não perdoardes, cada um a seu irmão” (Mt 18.35)
    2. “Não perdoar é tomar um copo de veneno esperando que o outro morra”.

  1. Para que nosso casamento não acabe –
    1. A causa do divórcio  - Dureza e não uma questão legal.
    2. Certa mulher disse ao seu marido: “Eu te perdôo, para que possamos continuar vivendo juntos’.

  1. Para que Satanás não destrua nossa vida –
    1. A ausência de perdão é uma poderosa arma do diabo;
    2. Você concorda: “Duas pessoas cristãs não necessariamente produzem um lar cristão?”
    3. Você sabia? O índice de divórcio entre evangélicos e não-evangélicos é o mesmo.

O que é perdão?
    1. Não é a negação da dor -  Quando reconhecemos a dor, lidamos de forma objetiva.

    1. Lembrar o fato, sem o sentimento relacionado ao fato – Muitos afirmam que perdoar é esquecer. Isto não é verdade, neste caso deveríamos ter amnésia. Perdoar é lembrar o fato, mas este fato, quando evocado em nossa memória, não estaria mais associado ao sentimento que normalmente se relacionava ao fato.

    1. Perdoar é absolver o outro – Perdoar é virar a página, consolidar o débito é deixar o outro sair de nosso peito.

    1. Perdoar é romper com a amargura do passado, resolver viver – Sem perdão não avançamos. Nenhuma pessoa, cuja vida esteja fundamentada numa experiência de dor conseguirá caminhar de forma bonita. Sua vida será sempre uma miséria.

    1. Perdoar é ficar no prejuízo – Quem perdoa sai perdendo? Não! A maior perda se dá quando não somos capazes de perdoar. R. Alves: “O diabo soma. Deus subtrai. Deus não tem contabilidade. Não soma virtudes, não soma pecados”.


Conclusão:

O exemplo de Jesus
“Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
"Se eu me recusar a perdoar, só pode ser por uma razão: eu jamais compreendi a graça de Cristo" (R. Kent Hughes).