quinta-feira, 4 de abril de 2019

Selecionando o campo para Plantar uma Igreja



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Introdução:

Um dos maiores equívocos na plantação de igrejas no Brasil tem a ver com o fato de que as pessoas não avaliam seriamente o campo onde desejam plantar igrejas. Muitas vezes as igrejas iniciam porque um grupo de pessoas pede ao pastor ou a liderança da igreja local para que plante uma igreja naquele local, e outras vezes, ainda pior, iniciam um projeto porque um pastor está sem campo e precisa ser realocado. Então, a motivação para a plantação é solucionar o problema do plantador de igreja, e não pela visão que a igreja criou e nem pelo potencial do campo.

Existem duas formas de se plantar igrejas. Ambas são válidas:

Uma, espontaneamente.
Não houve planejamento, mas circunstancialmente o trabalho aparece, e não creio que isto seja de todo errado. Deus pode orientar o trabalho para uma direção que não havíamos planejado e inclinar uma comunidade a uma direção nova.
Outra, intencionalmente.
Basta uma rápida leitura no livro de Atos para observarmos como os apóstolos eram intencionais na plantação de igrejas.
Em Atos 16 lemos: “Tendo pois navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte a Neápolis, e dali a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia” (At 16.11,12). Por que os discípulos não ficaram nas duas primeiras cidades? Porque não eram estratégicas.
Em Atos 20 vemos a mesma estratégia. Observe quantas cidades são cidades e regiões são citadas por Paulo. Pelo menos cinco (At 20.13-15) e em todas não há uma estratégia de missão. Por que? Talvez porque o primeiro público era judaico, mas outra possível explicação é que estas cidades não eram cidades grandes e Paulo definitivamente estava observando as cidades que poderiam influenciar mais o pensamento da regiao.

Uma das perguntas que devemos fazer ao pensarmos na plantação de igreja é o tipo de solo que estamos buscando. Temos a semente boa, temos obreiros disponíveis, mas este solo é apropriado ao plantio?

Algumas observações são necessárias:

  1. Ore, para entender a vontade de Deus – Veja como isto é interessante. Paulo afirma por duas vezes que quiseram fazer missão numa determinada direção e o Espírito Santo não permitiu. “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (At 16.6,7).

Qualquer Introdução à missiologia vai nos ensinar que o Espírito Santo é o autor das missões. Entretanto, nestes dois textos, o Espírito está “impedindo”, e “não permitindo”, que a igreja avance. Literalmente Deus fecha as portas. Qual problema havia na Ásia? Não sabemos. As pessoas não precisavam do evangelho? Claro que sim. Então, por que o Espírito Santo estava “impedindo” o avanço da obra naquela direção?

Provavelmente nunca entenderemos as razões de Deus, mas a verdade é que Ele estava orientando seu povo a caminhar na direção que ele mesmo queria, como vemos a seguir: “À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos” (At 16.9). Deus tem o tempo certo e seus propósitos são sábios e santos. Naquele momento da história, a igreja deveria avançar em direção à Europa, e foi isto que os apóstolos fizeram.

A piedade da igreja, a busca por direção, pode nos ajudar a ir na direção do plano de Deus. Isto evita perda de recursos, de tempo, mas acima de tudo, significa estar alinhado com a visão de Deus para sua história. Portanto, orar é fundamental, para saber a direção que Deus está dando para a sua igreja.

  1. Estude a região – Uma das opções é ter o mapa da cidade em seu escritório. Dê uma olhada na sua cidade, no seu estado. Do ponto de vista logístico, quais são as áreas que demandam a atenção da igreja e onde parece valer a pena investir recursos para implantação de uma nova igreja?

Observe os bairros – No inicio do meu pastorado na cidade de Anápolis, onde pastoreio desde 2003, comprei um mapa da cidade e coloquei alfinetes de cores diferentes para ter uma visão da presença de igrejas da minha denominação em minha cidade. Onde elas estavam estabelecidas? Onde havia congregação ou ponto de pregação? Então verifiquei cinco áreas que estavam sendo negligenciadas, sendo que uma delas tinha cerca de 40 mil habitantes. Este foi imediatamente o lugar onde iniciamos um projeto e plantamos uma igreja, estabelecida com sua sede própria.

Não é difícil ver a configuração do bairro. Preste atenção nas avenidas principais que passam pela cidade. O bairro é estratégico? As pessoas afluem para o mesmo.

Um olhar sobre cidades – Outra forma interessante de observar sua região é fazendo um levantamento da região. Consegui adquirir um livro do Estado, chamado “Dossiê de Goiás”. Nele havia fotografia de todas as cidades, as informações sobre cada uma delas, população, fabricas, faculdades, etc. Compartilhei esta ideia com um grupo de estudantes, e eles fizeram um levantamento apontando para 12 cidades no Estado, com mais de 20 mil habitantes, sem presença de nossa denominação. Estas são “áreas” que precisamos considerar com carinho. Numa destas cidades já estabelecemos um trabalho em parceria com a Igreja Nacional de Brasilia e temos obreiro com sede própria.

Em Josué 13 lemos: “Era Josué, porém, já idoso, entrado em dias; e disse-lhe o Senhor: Já estás velho, entrado em dias, e ainda muitíssima terra ficou para se possuir” (Js 13.1). O desafio de avançar ainda era imenso para que o povo se estabelecesse na terra. A visão de Deus era clara: eles precisavam avançar. Havia muita coisa para ser feita. Então Josué faz o que? Ele reuniu toda a congregação dos filhos de Israel em Siló, e os desafiou cada tribo a fazer “um gráfico relativamente à herança das tribos e voltassem a ele (Js 18.4). ele pediu para que os filhos de Israel fizessem “um gráfico da terra” (Js 18.6). “Foram, pois, os homens, passaram pela terra, levantaram nela o gráfico, cidade por cidade, em sete partes, num livro e voltaram a Josué, ao arraial em Siló” (Js 18.9).

Não era fácil fazer um levantamento desta magnitude naqueles dias. Eles não possuíam GPS, nem geo referenciamento, nem mapas prontos, não podiam acessar o google, apesar de todas as limitações, trouxeram um gráfico para saber como poderiam avançar. Igrejas deveriam refletir seriamente sobre as oportunidades e desafios de cada região, e juntas, estabelecerem uma estratégia de ação missionária.

  1. Liste algumas áreas em potencial – Isto é essencial para plantar novas igrejas, fundamentado nos dados e informações que você já possui sobre a região.

Estabeleça prioridades. Não dá para alcançar todas as regiões, não temos recursos humanos e financeiros para todos os desafios.
Então considere o seguinte: Se você tivesse recursos hoje, onde você gostaria de estabelecer uma nova igreja?

Agora pense não apenas em termos de possibilidades, mas em termos de sonhos: Por que não pensar numa nova igreja nesta região, já que as possibilidades lhe parecem tão claras? Ainda que os recursos sejam pequenos. Priorize a lista de acordo com as possibilidades. Converse com lideres de sua igreja local e seu presbitério. O que eles acham disto? Será que existe alguém interessado em fazer uma parceria para que multipliquemos os recursos e potencializemos os trabalhos?

  1. Conheça o ambiente espiritual do Local – Cada região tem suas particularidades espirituais.

Quando começamos a pensar na cidade de Pirenópolis-GO., uma cidade histórica e turística, com mais de 200 anos de existência sem um trabalho de nossa denominação, tornou-se evidente que estaríamos planejando entrar numa cidade conhecida pelas suas “cavalhadas”. Tropeiros da região e do Estado chegam ali para fazer procissões a cavalos, carregando andores e celebrando a santa do lugar.

Pirenópolis é também uma cidade marcada pela droga. Por causa do seu veio turístico, jovens se reúnem para fumar maconha nos seus pontos turísticos, e a cidade tem uma vertente muito artística e musical. É importante conhecer o ambiente espiritual e cultural da cidade.

Perto dali, existe outra cidade, conhecida mundialmente por causa de um controvertido guru espiritual, um famoso curandeiro que se auto denomina João de Deus (John of God), atualmente ele está preso por abusar de centenas de mulheres casadas e jovens. Ele é um temido macumbeiro da região que diz ter poderes miraculosos para curar pessoas e fazer cirurgias espirituais. A pessoa que se sentir desafiada à plantação de igrejas em cdiades assim, precisa entender o que encontrará pela frente e se preparar espiritualmente para a batalha espiritual que enfrentará, e buscar estratégias espirituais para confrontar com tais poderes, como aconteceu com Paulo em Filipos (jovem adivinha), e em Listra, onde foram confundidos com os deuses pagãos, Júpiter e Mercúrio, após a cura de um paralitico conhecido na cidade (At 14.8-18).

Considere as seguintes questões:

    1. Qual é a história da cidade: sua fundação? Muitas cidades no Brasil foram fundadas em torno de determinados santos ou entidades. Anápolis, por exemplo, é a “cidade de Ana” que na tradição católica é a mãe de Maria. O conceito de mariolatria é bem enraizado na cidade desde sua fundação. A Igreja de Santa Ana é central na cidade.

    1. A História posterior da cidade: Quais forças espirituais ainda dominam na cidade. Suas procissões, a quantidade de terreiros, centros de espiritismo, logosofia, maçonaria. Que forças estão presentes na cidade?

    1. As denominações cristãs: que linhas teológicas são adotadas? Existem muitas divisões? Como os pastores da região trabalham? É uma igreja marcada por escândalos ou goza de bom testemunho das pessoas?

    1. Os símbolos da cidade (bandeiras e escudos e hinos), fazem alguma alusão a forças religiosas? Imagine pastorear uma cidade que tem nome de uma entidade como Exu (PE).

    1. As estátuas da cidade exaltam entidades? Refletem alguma característica demoníaca? Idolatria?

    1. As áreas de lazer são caracterizadas por sensualidade? Quantas destas áreas existem na cidade? Existem cinemas e áreas destinadas à promiscuidade?

    1. A cidade é receptiva aos evangélicos? Quais foram as histórias no nascedouro da cidade? A evangelização tem sido relativamente fácil?

  1. Estabeleça parcerias – Trabalhar em equipe, dividindo sonhos e atividades é a coisa mais bonita que pode acontecer.

Um dos inimigos mortais nesta fase é a atitude de suspeita, já que os líderes locais podem alimentar certa desconfiança sobre as motivações do outro. Obviamente as pessoas são narcisitas, egocêntricas e isto também conspira contra a idéia de parceria, mas quando os primeiros projetos forem estabelecidos, torna-se mais fácil alcançar os objetivos desejados. Quando entendermos que não estamos plantando uma igreja para nós mesmos, mas para edificação do reino, isto se torna muito mais fácil.

Parcerias aproximam as pessoas e multiplicam os recursos. Um e um é sempre mais que dois. Torna-se mais fácil realizar qualquer projeto missionário ou evangelístico quando há um esforço comunitário maior e não apenas de uma congregação local.

  1. Ore para que Deus confirme isto no coração da liderança – Vejo algumas coisas interessantes nas escrituras sobre o projeto missionário.

Observamos que os apóstolos desejaram pregar na Ásia, mas o Espírito Santo os impediu, quiseram ir para Bitínia, mas o Espírito Santo não permitiu (At 16.6-7). Quando oramos para entender a vontade de Deus podemos nos surpreender com as respostas. Por que o Espírito Santo os impediu, e outra vez, não permitiu que pregassem o Evangelho em determinados lugares?

O avanço da obra depende essencialmente da estratégia divina. Outro relato interessante sobre a obra missionária encontra-se na carta de Paulo aos Tessalônicenses, quando a igreja tentou avançar numa determinada direção, “mas Satanás nos barrou o caminho” (1 Ts 2.18). Neste caso, trata-se de uma batalha espiritual, uma oposição satânica, e Paulo assim foi impedido de ir para aquela cidade.

Existem situações que provavelmente nunca entenderemos, mas se buscarmos a direção de Deus, teremos menos frustrações e mais efetividade, menos obreiros cansados no meio do caminho e mais resultado na obra missionária, consumiríamos menos recursos financeiros e aproveitaríamos melhor as oportunidades na obra do Senhor.

  1. Escolha o Local apropriado – Muitas igrejas chegam na hora certa, nos bairros certos, mas se colocam de forma não muito estratégica onde desejam se estabelecer.

Talvez por causa do custo financeiro ou falta de visão estratégica. O local apropriado é uma das coisas fundamentais para que alcancemos nossos alvos. Muitos ficam preocupados em adquirir uma área própria, mas analistas tem considerado a possibilidade de aluguel para o estabelecimento do trabalho, afinal, locais temporários:
(a) São mais flexíveis;
(b)- Não exigem capital inicial muito alto;
(c)- Reduzem as distrações;
(d) Geram expectativas. Locais temporários parecem temporários;
(e)- Envolvem pessoas na tarefa de montar e desmontar instrumentos e materiais;
(f) não limitam o tamanho dos sonhos.

  1. O obreiro apropriado – Uma pessoa para realizar o chamado em determinado lugar deveria fazer três perguntas sobre o seu campo missionário:

Þ   Quem são as pessoas a quem desejo ministrar?

Þ   Quais são suas necessidades espirituais?

Þ   Como o Evangelho pode alcançá-las de forma mais eficiente?

De todas estes itens enumerados, a escolha do obreiro é fundamental. Um obreiro adequando para um campo, preparado com seus dons espirituais e talentos, é fundamental para a efetividade do trabalho. Muitas vezes usamos uma equação perversa na plantação de igrejas, e o resultado já podemos antecipar. Escolhemos o pior obreiro, pagamos o pior salario e o colocamos no pior campo. Qual o resultado? Teremos a pior igreja.

Conclusão:

Todas as vezes que estabelecemos metas, falamos de estratégias, metodologias, gráficos, levantamentos, recursos financeiros, qualificações profissionais, corremos o risco de um perigoso desvio: Esquecermos que sem o poder de Deus todo projeto será incapaz porque lidamos com realidades espirituais que dependem de uma ação espiritual de Deus.

Quando Paulo entendeu isto, ele afirmou: “Não que por nós mesmos sejamos capazes de alguma coisa, como se partisse de nós, pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus que nos habilitou para sermos ministros da nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Co 3.5-6).

Plantação de igrejas é uma obra tão desafiadora, que tentar fazer na base do talento natural e da carne, pode ser o maior equivoco de um obreiro ou de uma igreja.

Nossa suficiência vem de Deus!
Por melhores que sejam os planos, por mais competente que seja a equipe, não estamos falando de algo humano, mas algo que carece do sopro especial de Deus para florescer.

Que Deus nos ajude!

Confrontando o Status Quo


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Introdução:

O slogan do Summit Leadership, promovido anualmente pela Igreja de South Barrington (Bill Hybels), é o seguinte: “Veja a realidade não como ela é, mas como ela deve ser”.

Numa provocante palestra, From Here to there (Deste lugar para o outro), ele afirma que, quando se trata de desafiar uma comunidade, o grande problema não é convencê-las de que a visão não é boa, mas que o lugar onde nos encontramos não é adequado. Em geral as pessoas não querem mudança, por comodismo, acomodação, ou até mesmo resistência.

Um líder é aquele que confronta o status quo.
Em geral dizemos: “time que ganha não se mexe”, mas um líder dirá: “Devemos mexer no time que está ganhando, para que sua efetividade seja maior”. Líder inquieta, provoca movimentos, traz nova visão e lidera a comunidade para situações que ela nunca consideraria que seria possível alcançar.

Dinâmica:
Apanhe um pedaço de papel e faça uma linha no meio. Pense sobre pessoas que você considera líderes. Podem ser contemporâneos ou históricos. Escreva seus nomes no lado esquerdo da coluna. No lado direito, tente lembrar eventos ou ações que podem ser identificados nestes líderes. Quais as situações que podem ser associadas a eles?

Agora apanhe outro papel. Novamente faça uma linha no meio. Pense em pessoas que são administradoras. Coloque o nome de um lado, e suas ações e eventos de outro. Quais as situações que podem ser associadas a elas?

Agora reveja as duas listas. Veja se existe algum padrão. O que eles têm em comum? Existe alguma diferença entre a lista de líderes e administradores?

Normalmente líderes são identificados pela capacidade de criar novos produtos, empresas, resoluções de crises, movimentos revolucionários, mudança política, inovações sociais, etc. Líderes nos lembram tempos de conflitos, turbulências, inovações e mudanças. Já os administradores são hábeis para cortar os custos, melhorar eficiência, gerar estabilidade e lidar com processos organizacionais. Eles nos lembram tempos de estabilidade, harmonia, manutenção e constância. Ambos são essenciais para o sistema social, mas possuem funções distintas.

Líderes são aqueles que estão à frente, fazem descobertas, inovam, mostram a direção. Estão a um passo adiante. São interessados em novos caminhos, processos revolucionários que mexem com o sistema, novas abordagens, novos paradigmas e pisam em novos territórios.

Por isto suas características são bem diferentes dos Administradores (ou gestores). Estes são os que lidam com a manutenção e andamento do processo, com os métodos, com avaliação dos recursos.





Veja o seguinte gráfico:

LIDER
BUROCRÁTA
CARACTERÍSTICAS
Visionário
Administrador
Gera o projeto. Cria expectativas.
Manutenção do projeto
Desbravador. Abre trilhas.
Cuida da trilha aberta
Visibilidade e mais stress
Permite que as engrenagens funcionem a contento.

Desafiando o processo
Independentemente da área em que os líderes se encontram, estarão sempre buscando novas oportunidades e enxergando novos caminhos. Estarão sempre tentando criar uma nova forma de ver a vida. Por isto líderes assumem riscos e aceitam responsabilidade pelo que acontece.

Agentes da mudança
Liderança está sempre associada ao processo de inovação, de trazer novas idéias, métodos e soluções. Não apenas em questão de se ter uma nova abordagem, mas tal método vai facilitar a vida de todos. Trata-se de uma reorganização.

Iniciando uma mudança
A atitude de liderança é que faz a diferença, e esta atitude estará sempre voltada em desafiar o processo.

Três considerações precisam ser feitas
1.     Não apenas o líder procura mudanças, mas mudanças buscam por líderes;

2.     Mudanças geram oportunidades para coisas melhores. Mudanças são a base motivacional para a excelência.

3.     Mudanças revelam oportunidades, talentos e habilidades que em geral as pessoas pensam não ter.

Condições que sustentam liderança
A melhor condição para manter alguém numa liderança criativa é entusiasmo, isto acontece quando a pessoa sente-se viva. Ninguém que se sinta desmotivado, poderá liderar bem. Sentimentos como insatisfação, indiferença, passividade, apatia e rotina não estão associados às pessoas vitoriosas. As palavras chaves são empolgação e paixão. Atividades que não geram entusiasmo, não promovem grandes líderes e boas performances.

"Não siga por onde o caminho está pavimentado, mas vá onde não existem ainda caminhos, e deixe ali suas trilhas". Esta é a filosofia de Renn Zaphiropoulos, presidente da Versatec, Inc. Ele afirma ainda que, "ninguém faz alguma coisa significativa sem stress".

O fator  motivacional intrínseco
No mundo dos negócios, coisas como dinheiro, ações, prestígio, posições, são fortes fatores. Contudo, hoje se tem questionado o que pode colocar o coração da pessoa em fogo. Por que pessoas sacrificam suas vidas por ideologias, obras de ações social, missões, etc?  Os pesquisadores tentam encontrar uma explicação para tais ações.  E o que eles tem descoberto é:

O que é recompensador, será executado.

Se os fatores externos como recompensa e punição geram sucesso, porque se preocupar com fatores intrínsecos? Acima de tudo, pessoas no mundo dos negócios não são voluntárias. Elas são pagas. Contudo, a conclusão que se chega é que se a motivação é apenas financeira, e nunca uma fonte de satisfação, as pessoas ignorarão outras necessidades fundamentais, como aprendizado por prazer, orgulho, competência e serviço aos outros. O fator motivacional será exclusivamente utilitarista. E o resultado desastroso para as organizações. Quando contratamos apenas a força de trabalho das pessoas, mas a mente e o coração delas não estão envolvidos, perdemos o mais precioso retorno que existe na vida humana.

Outra coisa a considerar. Se a única recompensa para os funcionários é econômica, eles nunca contribuirão mais que o mínimo. Por isto, sentir-se-ão alienados e deixarão seu trabalho por outro igual ou que pague melhor. Pesquisas têm demonstrado que recompensas monetárias podem diminuir o desejo de se realizar uma tarefa. Obviamente isto não é um argumento para exploração do trabalho mal remunerado. Certamente devemos dar salários justos e benefícios, contudo incentivos meramente externos, limitam as pessoas na sua criatividade.

As melhores palavras para descrever a disposição de espírito daqueles que lideram são: desafio, recompensa e entusiasmo. Numa pesquisa feita na universidade de Chicago, o professor Csikszentmihalyi descobriu que o que mais gera prazer nas pessoas é o uso de suas habilidades. Poder, prestígio e glamour – ficaram em últimas posições.

Uma palavra de alerta é dada por este professor: Quando o desafio e as mudanças são muito grandes, isto pode se tornar uma ameaça e imobilizar a pessoa, causando ansiedade. É necessário encontrar o equilíbrio entre a motivação e as habilidades pessoais. Mas é fundamental que as pessoas sintam que seu projeto desafia, e ao mesmo tempo, dá prazer.

O paradoxo da rotina
O desafio de criar um novo modo de vida é motivador para líderes e liderados. Rotinas podem ser inimigas de mudanças. Warren Benis: "Rotinas de trabalho podem nos levar a não considerar trabalhos não rotineiros". Isto é, destroem todos os planos criativos e todas as mudanças fundamentais. A tendência é gastarmos uma enorme quantidade de tempo que na verdade seria plenamente dispensável.

Rotinas podem
            Embotar nossos sentidos,
            Destruir nossa criatividade,
            Limitar nossa atividade intelectual,
            Remover nosso estímulo,
            Destruir nossa habilidade de competir.

Algumas rotinas porém são essenciais para,
            Estabelecer medidas,
            Realizar operações mensuráveis, consistentes e eficientes.

Mudanças constantes em projetos podem confundir alvos e objetivos, e criar confusão para os empregados e para a instituição.

Na verdade, não podemos viver sem elas, nem podemos viver com elas. O trabalho tende a ser repetitivo e tedioso, mas se não fizermos as coisas pelo menos duas vezes no mesmo caminho, nunca poderemos concretizar nenhum projeto. Precisamos detectar quais rotinas podem se tornar disfuncionais para nossas vidas e quais devem ser positivas.
O seguinte gráfico ajuda a compreender as vantagens e desvantagens da rotina:

ROTINA
FATORES NEGATIVOS
FATORES POSITIVOS
Comodismo
Previsibilidade
Apatia
Disciplina
Falta de criatividade
Segurança
Conservadorismo
Regularidade
Mecanicismo
Aprimora
Embota os sentidos
Confunde o alvo
Impede o pensar
Expertise
Destrói a competitividade
Estabelece medidas
Método mais importante que o alvo
Mudanças constantes



Compromisso número 1: Procure desafios, oportunidades para mudar, crescer, inovar e melhorar.

Líderes sempre estão presentes onde parece existir uma nova oportunidade. Embora o desafio seja duro, é também agradável. Para que a tarefa seja empolgante, precisam encontrar motivações internas. Recompensas externas são insuficientes. Eis algumas sugestões para ajudar:

1.     Lide com seu trabalho como uma aventura – Tente recriar o projeto, descobrir novas formas de fazer a mesma coisa, lide criativamente com seu orçamento.

2.     Lide com novas situações como oportunidades de mudanças, mesmo que não sejam Líder é aquele que descobre oportunidades novas em situações antigas.

3.     Questione paradigmas – Escreva, por exemplo, a forma como as coisas têm sido feitas, e pergunte: "será que isto é necessário para que o melhor aconteça?", ou, "que tipo de alternativa poderemos encontrar nesta situação?" ou ainda, "É possível inovar ou criar uma forma nova de ser e existir?". Pergunte as pessoas o que elas acham que não funcionam bem em suas empresas.

4.     Procure descobrir o que não está funcionando – em todos lugares existe algo que não funciona bem. Descubra! Pergunte "por que fazemos isto ou fazemos as coisas da forma como fazemos?"

5.     Coloque aventura no seu trabalho – Desafios podem ser provocativos e gerar entusiasmo. Muitas respostas poderão ser dadas por pessoas que ocupam cargos apenas burocráticos.

6.     Quebre a rotina – Normalmente nos tornamos criaturas de hábitos. Temos a mesma rotina para trabalhar, comemos nos mesmos restaurantes, faça uma lista de suas rotinas e pergunte: "quais delas me ajudam e quais impedem o meu crescimento?". Se tiver dificuldade pergunte: "qual poderia ser a pior coisa se eu...?" Muitas vezes descobrimos que o sofrimento é recompensando pelo ganho em criatividade e produção. Cada dia quebre um velho hábito desnecessário e comece um novo. Veja se isto ajuda. Leia um novo livro, visite um lugar diferente. De forma ativa procure alguma coisa nova.

7.     Faça a aventura ficar divertida – Se você não está achando divertido fazer o que você faz, certamente você não fará o seu melhor. Contudo, é bom lembrar que projetos que são divertidos e desafiadores também trazem riscos. No próximo capitulo analisaremos isto.

Você assume riscos?
Gene Calvert Highwire Management

1.     Assumir riscos na liderança faz sentido apenas quando não existem outras alternativas aceitáveis.                   
Concordo (     ) Discordo (     )

2.     Eu geralmente prefiro coisas que me desafiam àquilo que me dá segurança.
Concordo (     ) Discordo (     )

3.     Eu tenho confiança na minha habilidade de me recuperar de erros pessoais, independentemente do tamanho destes erros.
Concordo (     ) Discordo (     )

4.     Eu prefiro promover alguém com grande potencial e experiência limitada a um posto chave que alguém com potencial limitado, mas com alguma experiência.
Concordo (     ) Discordo (     )

5.     É mais importante deixar de fazer que fazer algo que não seja perfeito
Concordo (     ) Discordo (     )

6.     Eu creio que oportunidades surgem apenas uma vez.
Concordo (     ) Discordo (     )

7.     É melhor pedir permissão do que pedir perdão.            
Concordo (     ) Discordo (     )

8.     Sucesso em administração é mais uma questão de sorte que habilidade.
Concordo (     ) Discordo (     )
9.     Se me dessem escolha, prefiro $3,000 de aumento anual que $ 10,000 de bônus no qual eu tenho a chance de 1 em 3 em ganhar.
Concordo (     ) Discordo (     )

10.  Eu consigo ter grandes perdas e desapontamentos com pequena dificuldade.
Concordo (     ) Discordo (     )

11.  Se fosse possível escolher eu optaria por segurança mais que realização.
Concordo (     ) Discordo (     )

12.  Fracasso é um longo caminho para administrar sucesso.
Concordo (     ) Discordo (     )

13.  Eu tolero ambiguidades e situações não previstas com facilidade.
Concordo (     ) Discordo (     )

14.  Eu prefiro ter um grande desapontamento do que um arrependimento intenso.
Concordo (     ) Discordo (     )

15.  Quando tenho que tomar uma decisão, sem estar certo das consequências, meu potencial de perdas são minhas maiores preocupações.
Concordo (     ) Discordo (     )

Avaliação:
Dê a você mesmo um ponto em cada uma das seguintes afirmações com as quais você concordou: 2,3,4,5,10,13,14.
Dê também um ponto extra nas seguintes afirmações que você discordou: 1,6,7,8,9,11,12,15.

Calcule o total. Se for 11 ou acima deste número, isto indica que você é uma pessoa que tem facilidade para assumir riscos.
De 6-10, indica que você tem uma disposição mediana para assumir riscos.
Se for 5 ou abaixo deste número, fraca disposição de assumir riscos.
Um número de 14 ou 15 indica que você tem uma tendência extremamente alta.


Diante dos resultados. Responda:

1.     Por que você tem medo de assumir riscos?








2.     Eu assumiria mais riscos se ________________________ - comente.









3.     Você já teve alguma experiência de fracasso?









4.     Fé e fracasso podem andar juntos? Sim, não. Comente.



Rev. Samuel Vieira
www.revsamuca.blogspot.com.br



[1]Kouzes, James M., The leadership Challenge- San Francisco, Jossey-Bass Publishers, 1990, síntese do cap. 3 – Search for opportunities, pg. 31-53