Introdução:
Walter Trobisch, quando era
convidado a realizar uma cerimônia de casamento, costumava perguntar aos
noivos. “Vocês já brigaram alguma vez?”. Quando respondiam que não, ele dizia.
“Então vão e briguem, se conseguirem perdoar, voltem aqui que eu faço o
casamento de vocês”. De fato, perdão é fundamental para a unidade do casamento.
Contexto:
O texto anterior fala do perdão
(Mt 18.15-20) e Jesus parece estar introduzindo esta questão para uma pergunta
ainda mais séria que surgirá no capítulo 19 de Mateus, quando as pessoas
indagam sobre a questão do divórcio. Jesus deixa claro que o divórcio não é uma
questão institucional, se é ou não aprovada pela lei; mas ensina que o problema
é mais sério, pois está ligado à dureza do coração (Mt 19.3-12).
Sem perdão, não há casamento com
saúde. Se quisermos cura em nossos lares, temos que aprender a perdoar.
Conceitos errados sobre o perdão:
- Silêncio é a voz do perdão – Pelo contrário, muitas vezes, é a raiz da amargura, que vai adensando e consumindo aos poucos a vida das pessoas. A ira “sepultada” é nefasta.
- Tempo é remédio: Cura tudo – Muitas vezes é como câncer não tratado. Quando mais tempo passa, mais destrutivo.
- Sentir-se ofendido é anti cristão – A Bíblia até admite a possibilidade da ira diante de determinadas coisas e ofensas recebidas. “Irai-vos e não pequeis!”. O problema não é se iramos ou não, mas o que fazemos com esta ira. Vemos Jesus confrontando a Judas com sua traição: “Com um beijo trais o Filho do Homem?”
Por que perdoar?
- Porque esta
é a base do nosso relacionamento com Deus –
- A parábola do credor - Mt 18 (20 milhões de reais ou 2 mil reais?);
- A oração dominical – “Perdoa nossas dividas, assim como perdoamos.”
- Porque
precisamos continuar livres –
- “Assim também meu pai celeste vos fará, se do intimo, não perdoardes, cada um a seu irmão” (Mt 18.35)
- “Não perdoar é tomar um copo de veneno esperando que o outro morra”.
- Para que
nosso casamento não acabe –
- A causa do divórcio - Dureza e não uma questão legal.
- Certa mulher disse ao seu marido: “Eu te perdôo, para que possamos continuar vivendo juntos’.
- Para que
Satanás não destrua nossa vida –
- A ausência de perdão é uma poderosa arma do diabo;
- Você concorda: “Duas pessoas cristãs não necessariamente produzem um lar cristão?”
- Você sabia? O índice de divórcio entre evangélicos e não-evangélicos é o mesmo.
O que é perdão?
- Não é a negação da dor -
Quando reconhecemos a dor, lidamos de forma objetiva.
- Lembrar o fato, sem o sentimento relacionado ao
fato – Muitos afirmam que perdoar é esquecer. Isto não é verdade, neste
caso deveríamos ter amnésia. Perdoar é lembrar o fato, mas este fato,
quando evocado em nossa memória, não estaria mais associado ao sentimento
que normalmente se relacionava ao fato.
- Perdoar é absolver o outro – Perdoar é virar a página, consolidar o débito é deixar o outro sair de nosso peito.
- Perdoar é romper com a amargura do passado, resolver viver – Sem perdão não avançamos. Nenhuma pessoa, cuja vida esteja fundamentada numa experiência de dor conseguirá caminhar de forma bonita. Sua vida será sempre uma miséria.
- Perdoar é ficar no prejuízo – Quem perdoa sai perdendo? Não! A maior perda se dá quando não somos capazes de perdoar. R. Alves: “O diabo soma. Deus subtrai. Deus não tem contabilidade. Não soma virtudes, não soma pecados”.
Conclusão:
O exemplo de Jesus
“Aquele que não conheceu pecado,
Deus o fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co
5.21).
"Se eu me recusar a perdoar,
só pode ser por uma razão: eu jamais compreendi a graça de Cristo" (R.
Kent Hughes).
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