quarta-feira, 4 de julho de 2012

Desafios da Igreja no Século XXI

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Desafios da Igreja no
Século XXI




Introdução



A Igreja de Cristo sempre teve grandes desafios no decorrer da sua história, e em cada geração teve que responder às questões e necessidades que surgiam. A Bíblia afirma que “tendo Davi servido à sua própria geração, adormeceu” (At 13.36). Ele não foi chamado por Deus para exercer seu ministério e testemunho em outra geração. Seu chamado era para seu tempo. Por isto, a Reforma adotou o lema: “Igreja reformada, sempre reformando-se”, por entender que as questões e angústias de uma geração tendem a mudar diante dos novos dilemas éticos e culturais que surgem. 


Os problemas que Lutero e Calvino enfrentaram no Século XVI, são muito diferentes dos atuais. Responder a estes desafios atuais exige intencionalidade e força de vontade. No Século XXI, são inúmeros os desafios, temos diante de nós uma lista quase inesgotável, por isto decidimos enumerar alguns para nossa reflexão. 


Eis alguns destes desafios:  
           


-       O Desafio Comunitário – Resgatando o sentido de viver em comunhão.
-       O Desafio Teológico – Resgatando as doutrinas essenciais da fé cristã
-       O Desafio hermenêutico – Traduzindo o evangelho para esta geração.
-       O Desafio da Evangelização – Comunicando efetivamente a mensagem.
-       O Desafio Social da Igreja ou o desafio da Compaixão – Estendendo a mão aos que sofrem 
-       O Desafio devocional – Vivendo uma vida de adoração
-       O Desafio Missionário – Olhando o mundo como alvo do amor de Deus. 
-       O Desafio Apologético –. Dando respostas honestas a perguntas honestas. 
-       O Desafio Terapêutico – Curando as feridas de uma sociedade aflita. 




1.      
O Desafio Comunitário
Resgatando o sentido de viver em comunhão.



Introdução: 



Scott Peck, renomado psiquiatra cristão, no seu livro “The Different Drum” inicia a discussão sobre a necessidade da sociedade moderna de encontrar o sentido mais profundo na experiência de vida em comunidade e reaprender conceitos ancestrais acerca sobre vida em comum. Sua primeira me fez fechar o livro e repensar não apenas a pastoral hoje adotada, mas meu estilo de vida pessoal. "In community lies our hope" (Em comunidade, encontra-se a nossa esperança). 

De fato, nada é mais doentio e traz mais enfermidades na sociedade moderna que a ausência de vida comunitária significativa. O Pr. José João, de Manaus, afirma que nunca encontrou doentes mentais na população ribeirinha no Amazonas, sua tese é simples: “Doença mental é conseqüência da vida urbana”. 

Naturalmente sabemos quantos danos a despersonalização e o anonimato dos grandes centros urbanos podem causar às pessoas. Existe muita doença da solidão, do distanciamento, do anonimato, da falta de solidariedade e ausência de amizade e sentido no convívio com uma comunidade. As sociedades primitivas sempre primavam pela vida em sociedade. O individualismo atual é conseqüência da sociedade burguesa e capitalista, e uma realidade relativamente nova. Em geral, aldeias, tribos e clãs, tinham um forte senso de pertencimento e valoração grupal. A vida de então, embora tivesse uma série de dificuldades, alicerçava-se nesta troca.

Ao nos referirmos à comunidade, precisamos desmistificar alguns conceitos: 

1. Não estamos falando de uma instituição – Muitos acreditam que por se tornarem membros de um clube ou de uma igreja, estão encontrando uma comunidade. Certamente podemos encontrar senso comunitário em instituições, mas nem sempre elas são capazes de gerar comunhão, ou vida em comum. Não é sem razão que muitas pessoas frequentadoras de igrejas, ainda não se filiaram às mesmas. São crentes, mas não pertencem a um grupo, criando uma forma de cristianismo adoecido. 

No Brasil, segundo dados estatísticos do IBGE (2008), 4% da população se intitula Evangélica,  não praticante, isto dá um número assombroso de 3.8 milhões de pessoas sem vínculos com as denominações. Eu sempre pensei que ser evangélico implicava de forma natural num compromisso comunitário, mas isto não é verdade para esta geração atual. Sou pastor de uma igreja com mais de 1000 membros, e sempre lutei para que os membros de nossa comunidade não fossem participantes apenas domingueiros. Recentemente fiquei chocado numa estatística do nosso Departamento Infantil com quase 300 crianças inscritas, que nossos membros não são dominicais, mas quinzenais. A realidade, portanto, é pior do que imaginava;

2. Não estamos falando de uma sociedade mística, de um grupo de fanáticos religiosos em transe num final de semana. Grupos místicos tendem a ter forte senso comunitário, mas isto não lhes garante vivência e aprendizado em comum. Estamos nos referindo a pessoas entenderam a obra de Cristo para suas vidas, e que sentem necessidade de entender o significado de discernir o corpo como afirmou Paulo: "Quem come e bebe sem discernir o corpo, como e bebe juízo para si". Disciplinamos pessoas e as afastamos da ceia e da comunhão a pessoa que tem uma queda espiritual, mas Paulo está falando de algo mais grave. É perigoso, espiritualmente, participar da ceia se fosse é incapaz de abraçar o irmão que está assentado no banco à sua frente.

3. Comunidade não é um “sanatório espiritual”, termo cunhado por Bonhoeffer. “Muitos culpam o grupo que pertencem pelo fracasso pessoal... A pessoa que busca comunidade porque está fugindo de si mesmo , está fazendo mal uso desta grande experiência”. Há muita doença relacionada à comunidades enfermas e marcadas por patologias, tais como, legalismo, proibições excessivas relacionadas à usos e costumes, autoritarismo e koinonite. 

4 . Comunidade não é uma modalidade de esporte para expectadores – Muitas vezes este é o sentimento que o pastor tem. Que ele é um cheer leader, ou atleta performático, tentando manter a adrenalina de das pessoas que se assentam nos bancos esperando um bom programa de teatro ou uma bela apresentação musical ou um discurso eloquente. Barna afirma. Um estilo de vida comunitária, baseada na Bíblia, "é uma maneira de vida, em que a pessoa atua como participante direta. Sentem-se compelidos, pela força da sua chamada e de sua vontade, e não por causa da mera obrigação ritualista, a desempenhar um papel no trabalho da igreja” 

CARACTERÍSTICAS MARCANTES 
Ao falarmos de comunidade, existem algumas características marcantes: 

A. Senso de Pertencimento – Ruptura com o isolamento e anonimato. 

Isto revela que existe um povo ao qual me reporto e ao qual estou ligado afetiva e institucionalmente em termos de propósitos. 

Certa mulher adoeceu e o médico a proibiu de sair de casa, afirmando que ela precisava de repouso absoluto. Ela virou de forma espontânea para o médico e disse: 

"-Mas doutor, e a igreja?" 
E ele respondeu de forma simpática: "-Eles nem sentirão a falta da senhora", 
e ela replicou: "-Não eles que sentirão falta de mim. Eu é que sentirei falta da igreja". 

Outra senhora foi questionada por membros de sua família por viver em torno da vida da igreja e das suas programações e, para escândalo deles, ajudar financeiramente. E ela respondeu: “Não tenho nenhuma dificuldade em repartir daquilo que tenho com minha igreja e levar meus dízimos. Quando estou sozinha, eles me visitam; quando estou desencorajada, eles me encorajam e oram comigo; quando não posso ir à igreja, alguém passa de carro e me apanha em casa”. 

Ora, quando este senso de pertencimento marca a vida de uma pessoa, podemos criticá-la como quiser , mas certamente ela  encontra sentido de fazer parte, ser verdadeiramente membro de um grupo que preenche emocional e espiritualmente sua vida. 

B. Fonte de conforto e vida – Apoio espiritual e humano

Uma das consequências de uma comunidade saudável, é que ela se torna fonte de acolhimento e cuidado. Em tempos difíceis, tal comunidade ampara, cuida e protege. Há um sentido de calor humano, senso de apoio e acolhimento. 

Uma igreja amável e acolhedora está em contato com as necessidades daqueles que dela participam. Ela está protegida espiritualmente, numa linguagem pentecostal ela tem "cobertura espiritual", e ali ela se sente amada. 

Uma das pessoas mais assíduas e envolvidas na vida da igreja que pastoreio é a D. Nelse. Ela atualmente encontra muita dificuldade de vir à igreja. temos um sistema de Kombi que traz as pessoas incapacitadas à igreja, mas mesmo assim ela ainda encontra dificuldade em estar conosco. Uma coisa, porém, é certa. Estar na igreja para aquela mulher é uma das experiências mais renovadoras e confortantes de sua alma. Ela não cessa de, carinhosamente, abraçar seus pastores e dizer que os ama. com dificuldades para se locomover, se comunica com todos ao redor do banco onde costuma se assentar. Ela encontrou comunidade, conforto e alegria na sua igreja. 

“Igrejas amáveis e acolhedoras demonstram, de forma coerente, sua capacidade de identificar pessoas em seu meio, que sejam capazes de ministrar a quem tenha necessidades especiais” (Barna).

C. Senso de apoio e acolhimento – Espaço para proteção e cuidado

Uma comunidade torna-se fonte de sustentação para muitas vidas, em tempos de perdas e tragédias. Muitas pessoas relatam que não saberiam como conseguiriam enfrentar o luto, ou o divórcio, a doença, sem a presença de membros de sua comunidade. A presença física de outros cristãos é uma fonte de incomparável alegria e força para outros crentes. 

Quando falamos de igreja, temos ainda que considerar a natureza desta comunidade. “Cristianismo significa comunidade através de Jesus Cristo e em Jesus Cristo. Nenhuma comunidade cristã é menos que isto... cristãos precisam uns dos outros, por causa de Cristo” e a Palavra de Deus nos fala da natureza da comunidade que seria criada. 

Uma comunidade em torno da cruz
O Profeta Isaías ao descrever o sacrifício de Cristo afirma que o Servo sofredor, veria “o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficaria satisfeito"  (Is 53.11). 

O que Jesus antevia? 
Um povo redimido por seu sangue, lutando o bom combate da fé e proclamando as virtudes de sua obra expiatória. A igreja de Cristo está fundamentada no sacrifício expiatório e substitutivo da cruz. Ela se fortalece em torno da cruz. A Eucaristia é a atualização e dramatização desta mensagem. "Isto é o meu corpo, bebei dele todos". 

Uma comunidade firmada no amor
Jesus afirmou que uma das características dos seus discípulos seria o amor: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 14.35). 

O historiador romano Tácito, que viveu nos dias de Paulo e Pedro, não era cristão, mas nos seus anais mostra a crueldade de Nero contra o povo de Deus: "Cobertos com peles de bestas os cristãos eram rasgados por cães e pereciam, ou eram pregados em cruzes e consumidos por chamas para servirem como iluminação noturna nos jardins de Nero". Este mesmo Tácito, ao ver o comportamento dos cristãos, fez uma declaração que se tornou célebre: "Vede como se amam mutuamente e como estão prontos a morrer um pelo outro! Eles não apenas amam os membros de sua comunidade, mas amam indiscriminadamente os outros”. 

Esta é a realidade da igreja de Cristo. 
Uma comunidade marcada pelo amor. 

iii. Uma comunidade orgânica – A ênfase da Bíblia sobre a igreja não se refere a uma organização, e sim a um organismo. Trata-se de um corpo, no qual, todos os membros, pela justa cooperação de cada parte, edificam a si mesmos em amor (Ef 4.16). 

A fé cristã desenvolve-se comunitariamente. “Não é apenas a fé que produz a comunhão. A comunhão produz a fé. Muita coisa se pode sozinha sem comunhão, menos ser cristão. A fé só pode vingar na comunhão”.

Numa época onde há uma tendência tão presente de querer viver o cristianismo de forma isolada da vivência comunitária, precisamos lembrar que somos um corpo, e "todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Ef 4.16). 

INIMIGOS DA COMUNIDADE 

Existem, porém, alguns inimigos de uma comunidade. Vamos considerar alguns deles: 

1. Hipersensibilidade
Viver em comunidade significa relacionar-se com pessoas diferentes com hábitos, culturas e comportamentos distintos. Pessoas excessivamente sensíveis se ferem facilmente e não conseguem senão isolar-se e distanciar-se. Líderes hipersensíveis são um desastre para um grupo. Choques e diferenças de opiniões e idéias são inevitáveis quando se vive em comunidade. 

Particularmente tenho muita dificuldade em trabalhar com membros hipersensíveis porque tenho absoluta compreensão de que, mais cedo ou mais tarde, eu vou errar. Além do mais, aprendi que hipersensibilidade é um forte sinal de narcisismo e egoísmo. Pessoas assim não sobrevivem em momentos que exigem resiliência, perseverança e perdão. 

2.     Mudança constante de membros

Comunidades precisam de tempo para se fortalecer, criar laços e estabelecer vínculos profundos. Quando as pessoas estão em constante mudança, chegando alguns e saindo outros, torna-se difícil aprofundar os relacionamentos. 

Existe um antigo ditado que diz que é impossível se tornar íntimo antes de comer um saco de sal juntos. Estabilidade é uma palavra importante para comunidade. 

Com o surgimento de membros cada vez mais consumistas, com exigências cada vez mais sofisticadas, e que não querem pagar preço de perdoar, negociar projetos, ou que se sentem magoadas na primeira vez que acham que uma pessoa não se importou com elas, gera uma comunidade de pessoas imaturas e transeuntes constantes. Leva-se tempo para experimentar vida em comunidade, no verdadeiro sentido do termo.

3.     Excesso de atividade

A sociedade atual possui uma agenda muito complicada e cheia de compromissos, com fortes demandas de urgência que solicitam o nosso tempo. Este pode ser um fator que compromete o desenvolvimento de um senso comunitário.

Para se fortalecer vínculos é necessário caminhar junto, ter programações planejadas ou informais para caminhar juntos. Quando as pessoas são muito ocupadas, torna-se impossível cultivar relacionamentos neste nível. Líderes da igreja, em especial, precisam participar das atividades da igreja e se envolver no dia a dia da comunidade. Um dos grandes desafios que temos quanto a isto se refere à líderes leigos de comunidades que estão ocupados demais para dar parte de seu tempo à sua igreja. 

Minha sugestão nestes casos, a pessoas interessadas em maior envolvimento, é que haja uma reprogramação da agenda, negociando determinados pontos que podem ser substituídos e criando novas resoluções e propósitos. Isto não apenas é salutar em termos comunitários mas para a saúde física e emocional. Mesmo Deus, que teoricamente não precisa de sábado para descansar, o criou para nosso benefício. Ele é nosso modelo. O sábado não pode ser secundário, entendendo o sábado como uma dimensão de descanso, e este sábado, pode ser no domingo ou qualquer outro dia da semana. Já pensou em criar um sábado no meio de sua semana?


4.     Superficialidade de relacionamentos

Quando a convivência não é aprofundada, o senso comunitário torna-se vago e disperso. Grandes cidades e centros urbanos encontram maior dificuldade em aprofundar relacionamentos, e alguns, até mesmo buscam esta distância se isolando na sua individualidade. 

Certo pastor mudou de domicílio e depois de alguns anos reencontrou uma família que fizera parte de sua comunidade. Ele então perguntou qual igreja estavam frequentando e a resposta o surpreendeu pois estavam numa mega-church conhecida pela teologia da prosperidade e caracterizada pelo anonimato. Eles se justificaram dizendo que  se sentiam bem porque entravam e saiam e ninguém perguntava seus nomes, não tinham compromisso com a comunidade, e não eram cobrados para receber visita ou participar de pequenos grupos. 

Este é o típico modelo de igreja que pode até satisfazer uma cultura da despersonalização, mas que não é a proposta bíblica de comunidade. 

5.     Elitismo

Outro aspecto muito comum em igrejas que possuem certo nível social. Sem perceberem, podem se tornar esnobes e se distanciarem dos outros por causa do nível social e financeiro. 

Na Igreja de Corinto Paulo viu este tipo de atitudes em irmãos que desconsideravam os pobres, e nas festas de ágape,  tomavam antecipadamente sua própria ceia enquanto outros ficavam com fome (1 Co 11.21). 

o Elitismo pode ser até mesmo intelectual. Pessoas que se tornam exigentes quanto aos sermões, escola dominical, mas que não se preparam, elas mesmas para ministrarem a palavra de Deus com mansidão, unção e graça às outras pessoas. O elitismo pode ser espiritual. O apóstolo João teve que lidar com um grupo dos "pneumatikois" (espirituais), que se julgavam superiores aos irmãos. Paulo percebeu isto também na Igreja de Corinto, quando escreveu sua carta ele diz: "Acerca dos dons espirituais não quero que sejais ignorantes" (1 Co 12.1). Exegeticamente, porém, ele está falando de algo mais sério: "Acerca dos espirituais – (peri de ton pneumatikopn)". O problema não eram os dons espirituais, que consumiam tanto tempo e preocupação da igreja nascente, mas dos "espirituais". As pessoas que mais me dão trabalho na igreja são os " espirituais". 


6.     Timidez

O lado oposto do elitismo. A pessoa geralmente demonstra timidez por causa da introversão ou porque se julga inferior ou acuada. Muitos culpam a igreja de não prestar atenção neles, mas eventualmente eles mesmos são responsáveis, porque se isolam e se distanciam, não por esnobismo, mas por dificuldade de estar em grupo. 

Eventualmente precisamos nos esforçar para nos aproximar, dialogar, conhecer pessoas diferentes. Gosto de dar um exemplo para pessoas assim: Imagine que você está na sua casa, e um amigo seu vem visitá-lo trazendo outro amigo que você não conhecia. O que você faz? mesmo sendo tímido (a), você se esforçará para ser simpático. Não é verdade? Assim deve ser seu procedimento na igreja. 

7.     Individualismo

Um inimigo mortal da comunidade, pois opta sempre em se manter à distância. 

Um dos maiores problemas do homem moderno é a solidão. Não é sem razão que Scott Peck afirme que “nossa esperança, enquanto sociedade, reside em comunidade”. 

Meu amigo Carlos Alberto Rodrigues Alves, escreveu este belíssimo poema: 

"Nasci num velho casarão de muitas janelas. 
Vistas para o jardim, para o rio, para a torre da igreja... 
Penso que a vida também tem infindas janelas, 
Impossível usufruí-la com uma visão individualista. 
Precisamos com/partilhar visões para enxergar todo o cenário. 
Sábio é o que agrega várias verdades para pintar mil horizontes. 

VIVENDO EM COMUNIDADE 

Para encerrar esta reflexão, gostaria de sugerir 4 caminhos práticos para desenvolver uma experiência comunitária. Todos nós devemos e podemos andar por eles: 

A. ENVOLVENDO-SE  

Para se viver em comunidade é necessário que nos disponhamos a participar e a conviver com este grupo. Se você quer intensificar seus relacionamentos com as pessoas de sua igreja, é necessário que se disponha a participar de suas atividades. Para isto, procure estar nos eventos da igreja, não é possível participar de todos, mas existem encontros que seriam profundamente significativos em termos de comunhão, se participássemos deles. 

Se você é jovem, adolescente ou criança, procure descobrir a programação de sua igreja. Em geral as igrejas estão promovendo atividades lúdicas, retiros ou estudos bíblicos. Envolva-se. Insira-se. 

Se você é casado, sempre existem propostas de encontro de casais. Se o programa não está do seu agrado, procure saber se você pode contribuir para melhorar a qualidade daquilo que está sendo feito ao invés de apenas criticar o que os outros fizeram. Se tem filhos pequenos, provavelmente eles terão suas atividades especificas e você pode se voluntariar para ajudar de alguma forma, levando crianças a eventos, ajudando no departamento infantil ou apenas em eventos especiais. Sempre há muita necessidade de pessoas voluntárias para atividades da igreja. 

Outra forma de se envolver é participando de um pequeno grupo. Se você está numa comunidade com mais de 200 pessoas, é provável que você não consiga conhecer a todos e saber seus nomes, mas poderá, pelo menos, fortalecer sua comunhão com um pequeno grupo, ao qual você se reporta, que sabe seu nome, suas lutas, ora por você e com quem você estuda a Bíblia. 

B. SUSTENTANDO 

Outra forma de viver em comunidade é tornando-se suporte para os eventos e programações do seu grupo. Eventualmente o sustento pode ser financeiro, com necessidade de contribuição espontânea, outras vezes é de tempo ou mão de obra, que implica nos talentos que você possui. 

Aprenda a se dispor, se oferecer, dizer que está presente. 
Numa pesquisa recente feita Instituto Gallup nos Estados constatou-se que quatro em cada dez americanos estão envolvidos em pequenos grupos que se reúnem semanalmente, buscando saída para o envolvimento com drogas, problemas familiares, solidão e isolamento. Embora muitos estejam em busca de uma oportunidade para aprofundar sua experiência cristã e crescer no conhecimento de Deus, a maioria, segundo Gallup, busca satisfazer suas necessidades pessoais. 

C.INVESTINDO 

Todo envolvimento comunitário tem custo. Se você deseja incrementar e gerar vida comunitária, vai ter que dispor de sua casa, seus recursos, seu tempo e talento. Toda programação tem planejamento, preparação e precisa de dinheiro. Você não faz um jantar ou um lanche na igreja ou na sua casa, sem que alguém prepare as coisas. Se deseja convidar alguém para sua casa, é necessário dispor de seu tempo e espaço. Se vai visitar alguém enfermo ou idoso, precisa sair de sua zona de conforto. Se vai telefonar para alguém, precisa se dispor a fazê-lo. 

Não existe almoço grátis. Não existe culto bíblico sem custo. Discipulado sem compromisso. Salvação sem cruz e morte. 

 D. DEMONSTRANDO 

Para se viver em comunidade, é necessário que aprendamos a demonstrar graça, simpatia, misericórdia e perdão. 

Existe muita dor na nossa sociedade atual, e precisamos demonstrar empatia e aprender a chorar com os que choram e alegrar com os que se alegram. Não é fácil chorar com os que choram, mas muitas vezes é ainda mais difícil alegrar-se com os que se alegram. Imagine que você esteja estudando e se aplicando para um determinado concurso, e no final, outra pessoa da sua comunidade é aprovada e você não. Você acha fácil alegrar-se com esta pessoa? 

Muitas vezes precisamos demonstrar graça com pessoas que na nossa visão precisava era de umas boas palmadas. Como demonstrar misericórdia? Suportar pessoas insuportáveis?

Consumidores ou Participantes? 

Algum tempo atrás, escrevi no boletim da igreja que pastoreio, a seguinte pastoral: Um dos grandes problemas da igreja de Cristo sempre foi o fato de que ela tem um grande número de consumidores e um pequeno número de participantes. 

Deixe-me definir o perfil de cada um destes: 

O Consumidor é um expectador que se aproxima da igreja como quem vai ao estádio, torce pelo seu time, eventualmente paga o bilhete de entrada, mas não faz parte do time, já que ele não se envolve. Se o show é bom ele aplaude e recompensa os atores, mas se é ruim, vaia e busca um espetáculo melhor. Ele apenas consome. A Igreja é como se fosse um grande supermercado que corresponde ao seu perfil de cliente. Ele avalia e analisa as mercadorias, mas não se entrega. Ele não sente que faz parte daquele grupo. 

O Participante não vê a igreja como um programa, mas como uma comunidade da qual faz parte. Ele se sente chamado para o envolvimento com o grupo já que faz parte dele. Ele se envolve, disponibiliza seus recursos, seu tempo, talentos, energia e criatividade. A vitória do grupo é a sua vitória. Ele é dos atores voluntários da comunidade. Ele não é alguém que “paga” o salário dos “atores”, mas faz parte do time e se sente responsabilizado por sua vitória. 

Como você participa de sua igreja? 

Consumidor ou participante?





Obs. 
Para ter a continuacao deste artigo: 
https://revsamucaestudos.blogspot.com/2018/12/2-o-desafio-teologico.html
e
https://revsamucaestudos.blogspot.com/2018/12/3-o-desafio-hermeneutico.html


Se você quiser ler outros artigos e sermoes, meu blog é www.revsamuca.blogspot.com. 
acesse tambem meu site

samuelvieira.com

Recentemente recebi o encorajador e-mail do Pr. Silvio.
pretendo, em breve publicar os demais artigos, que já estão prontos, mas que precisam ainda de revisão. 

Sou pastor Silvio, IB Em Maua, SP.

Estou iniciando uma pesquisa sobre o tema, e achei gratificante e esclarecedor sua abordagem no tópico 1 do material disponibilizado no blog

Gostaria se possível que o amado disponibilizasse os demais tópicos, quais sejam:

  • O Desafio Apologético –. Dando respostas honestas a perguntas honestas.
  • O Desafio de fazer missões- Olhando o mundo como alvo do amor de Deus.
  • O Desafio da Compaixão – Estendendo a mão aos que sofrem
  • O Desafio Terapêutico – Curando as feridas de uma sociedade aflita.

Aproveito para parabeniza-lo pela forma simples e suscinta da abordagem.

Se possível, gostaria de fazer uma coletanica, caso o amado me autorize.

Grato,

Pr. Silvio
Igreja Batista
11- 95488-3764

6 comentários:

  1. Faltou postaros demais temas que foram apresentados na introdução.

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  2. Gostei muito da sua explicação sobre a Comunidade, parabéns.

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  3. Me ajudou demais numa pesquisa de implantação na igreja. Obrigado!!

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  4. Achei muito saudável e oportuno a colocação de seu artigo, por certo de fácil entendimento e muito útil para fazer estudos apartir de seus tópicos.

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  5. muito bom estudo mesmo... propicio para os dias atuais

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