Pastorear igrejas em grandes
cidades não é um desafio fácil. Bakke cita uma pesquisa feita por uma grande
organização britânica que descobriu que apenas 4 de 142 candidatos, gostariam
de pastorear grandes cidades.[1]
Quais são os problemas mais
facilmente encontrados nas grandes cidades?
q
Anonimato – Esta é a primeira característica descrita por Cox no
seu clássico "A cidade secular"[2] ao
se referir à face da cidade. Em geral as pessoas se horrorizam diante da
impessoalidade e pela perda da identidade que a cidade traz. Pessoas podem
perder toda sua identidade personalidade no meio da correria diária, e dos
intermináveis números. "Solidão é indubitavelmente um sério problema na
cidade"[3]
q
Alienação – Neste caso, percebe-se que a pessoa não passa de um
número, e que os encontros normalmente são feitos de forma esporádica e sem
desejo de aproximação. O homem urbano se
distancia facilmente do outro. A falta de intimidade e distanciamento nos
grandes centros e grupos. Você pode morar no mesmo prédio e não conhecer quem
mora em frente à sua casa. Exemplo pastor do Rio de Janeiro que mudou-se par ao
interior por medo da alienação da grande cidade.
q
Isolamento – Diante da constante mobilização, as pessoas são sempre muito diferente mesmo na vizinhança.
Muitas estão constantemente se mudando. Alguém por perto não significa
"proximidade".
q
Despersonalização
– individuo tratado como número e
coisa. Tente acessar seu banco, sua conta na internet. Você estará sendo sempre
identificado pelo número que tem. A Bíblia diz que mais vale o bom nome do que
as muitas riquezas, mas na cidade, mais vale um bom número.
q
Pobreza,
promiscuidade e desencorajamento – Na
cidade grande vemos pessoas sempre pedindo ajuda e buscando recursos. A
quantidade de pessoas que buscam suporte financeiro é gigantesca.
q
Ausência de
sentido – ambiente competitivo e
baseado em performance. A vida pode se esvaziar, quando você se torna sempre e
constantemente alguém competitivo.
Implicações:
1.
A Igreja como
comunidade. Interligando a pessoa,
tornando-a aceita e fazendo parte de um grupo. O conceito de Meta-Church tem
sido discutido: "Uma igreja grande para celebrar, mas pequena para
cuidar". Quanto maior se torna a cidade, mais importante se tornam os
vínculos comunitários;
2.
A Igreja com a
visão elevada da humanidade: seres criados à imagem de Deus. Aprendendo a
cuidar, a proteger, a ajudar a pessoa a resgatar sua auto estima.
3.
A Igreja como
agência de misericórdia. Compartilhando a vida e recursos financeiros.
A cidade:
suas necessidades
Quais são, em nossos dias,
as maiores necessidades da cidade, e como a Igreja pode cooperar eficazmente
para abençoar a cidade?
q
A pobreza
espiritual da cidade – Cidade é
cenário de luta espiritual. Milhares de pessoas são vitimas de religiões falsas,
de seitas e grupos espiritualistas, em busca de sentido e identificação. Tanto
orar quanto proteger seus habitantes torna-se um enorme desafio. Exemplos
recentes mostram a tragédia dos mendigos de S. Paulo (a situação em si já seria
catastrófica), mas assume uma dimensão ainda maior quando tais pessoas,
indefesas, abandonadas, são violentamente executadas.
q
O abandono
histórico da cidade – Muitas cidades
são mau governadas, não só por governos
corruptos, mas governos incompetentes. Grandes centros têm sido abandonadas. A
sujeira da cidade, os pontos de prostituição, a violência, assaltos, furtos,
etc.
q
Pessoas não
alcançadas – Muitos nunca ouviram o
Evangelho. Poucas pessoas tem evangelizado as cidades. Encontrado estratégias
para pregar o Evangelho de forma efetiva aos perdidos.
Barreiras para a Missão Urbana.
Bakke, fazendo consultas sobre a questão da
evangelização urbana, indagando porque muitas vezes são tão eficazes, encontrou
alguns pontos em comuns nas pesquisas que fez, em diversas partes do mundo. Ele
afirma que esta lista feita em Belgrado, Yugoslávia, em Agosto de 1983, foi
similar a que ele fez em Cairo e México City.[4]
- Não existem pessoas
orando de forma organizada pela cidade;
- Não existem líderes
treinados, sejam eles leigos ou pastores.
- A maioria dos
evangélicos perderam a visão, motivação e paixão pelos perdidos;
- Igrejas e pastores
possuem uma visão rural.
- Nós falhamos em usar
as oportunidades para o testemunho quando elas nos são dadas.
- As comunidades
cristãs vivem como se estivessem em guetos, e perdem o contacto com seus
amigos não crentes.
- As igrejas não
cooperam.
- Cristão tem vidas
muito ocupadas e com muitas reuniões da igrejas.
- Existe um intervalo
entre as gerações que são na sua maioria acima de 55 anos e os líderes
emergentes que estão abaixo dos trintas anos. Existem poucos líderes entre
30 e 45 anos nas igrejas.
- Ausência de
edifícios adequados e espaços para realizar o projeto missionário.
Implicações: 1. A necessidade de um evangelismo agressivo que ocupe prioridade em
todos os programas da igreja;
2. A necessidade de estar na cidade, para amá-la e
servi-la, trazendo alegria para a comunidade.
3. A cidade
ainda é um dos lugares menos alcançados, e um dos maiores campos missionários
da igreja em nossos dias.
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