“O caminho à
minha frente, é como um rato num labirinto...”
SIMON AND KARFUNKEL
Baseado no livro: O Homem no Espelho de Patrick Morley
O
alarme da TV liga automaticamente, e o locutor fala das notícias do dia que se
inicia.
“Já é manhã novamente?” resmunga Pedro, rolando na cama e apertando o
travesseiro sobre o ouvido. O aroma da cafeteira automática vindo da cozinha
começa a encher a casa, Seis horas de sono pode não ter sido suficiente, mas
sucesso no final no Século XXI tem preço a pagar. Uma estrela emergente como
Pedro não pode perder tempo. O leite aquecido no micro ondas e o pão adormecido
é engolido às pressas Lavar o rosto, fazer a barba, tomar café, tudo deve ser
feito em 35 minutos como o programado.
Enquanto
se prepara, Pedro percebe que já existem 13 mensagens no whats up. A página do
banco também está semi aberta no celular. Na noite passada ele fez o balanço de
sua conta bancária após o noticiário das 11 horas e, cansado das atividades do
dia, ela fechou automaticamente, mas ainda lhe permitia o acesso imediato, caso
desejasse.
Sua
esposa, Ana, teve um bem-vindo dia de folga, então, enquanto ela dorme, Pedro
sacode as crianças para levantá-las para a escola. Após tirá-las da cama, ele
as prepara e leva as duas menores para a
creche ficando apenas Carol, 12 anos,
com ele no carro. Ela se parece preocupada ultimamente, como se tivesse
uma grande questão na sua cabeça de pré adolescente. Quando o carro ultrapassa
novamente o limite de velocidade, Carol pergunta: “Papai, você ainda ama a mamãe?”.
A
questão veio à tona de sua mente pensativa. Pedro não sabia que Carol estava
lutando para ter coragem de perguntar isto por vários meses. A vida familiar
deles estava mudando e Carol parecia estar diagnosticando as mudanças. Pedro
asseverou que amava muito sua mamãe.
Ana
não tinha planejado voltar a trabalhar quanto ela começou seu curso na
faculdade. Desmotivada com seu tradicional estilo de vida de dona de casa, ela
estava apenas buscando um sentido maior na vida. Sua vizinha parecia viver uma
glamorosa vida no mundo dos negócios e as revistas não dão dignidade às pessoas
que trabalham em casa ou exercem a função de mãe. Ela não conseguia parar de
questionar seus valores tradicionais. Então, duas noites cada semana por três
anos e meio ela viajava para a universidade local.
Pedro,
um aguerrido vendedor autônomo de vendas, avançava rapidamente em sua
companhia. Quinze anos de busca pelos sonhos o tinha recompensado com o título
de vice-presidente. O Salário cobria o essencial, mas ambos queriam mais da
“boa vida”.
“Estou pensando em voltar para o
trabalho”, Ana disse. Pedro não
protestou. Ana tinha ganho um dinheiro extra como caixa de banco no começo do
seu casamento e tinha ajudado a mobiliar o apartamento. Por mútuo acordo, Ana
tinha parado de trabalhar quando Carol nasceu e desde então eles viviam
apertados para pagar as contas do final de mês. Apesar de sua própria mãe não
trabalhar, Pedro sabia que coisas eram agora diferentes. Ele tinha confusas
emoções sobre mandar suas crianças para a creche mas já que dinheiro era sempre
um problema, ficou silencioso quando Ana anunciou que ia ser entrevistada para
um trabalho.
Pedro
claramente entendeu a troca: Mais dinheiro, menos família. Mais família, menos
dinheiro, mas eles realmente queriam a “vida-boa”. Seus vizinhos compraram um carro
novo e Pedro estava surpreso em saber que podia ter um por somente R$ 499,00
por mês. Dando o duro eles em 5 meses conseguiriam juntar R$ 7.000,00, que
somados às suas economias, era o bastante para dar a entrada de R$ 12.500,00.
Pedro
adorava carros. Seu pai sempre gostou de carros e o gosto de Pedro tinha
evoluído com o tempo. Se um carro modelo esportivo parava perto dele o seu coração
sempre batia mais forte. Ele podia se ver num destes elegantes carros. Por
acidente descobriu que por somente R$243.00 a mais ao mês, ele podia comprar um
carro um pouco mais sofisticado, a suaves 72 prestações. Ana desesperadamente
queria férias em Orlando naquele ano. Sua parceira de tênis tinha ido na última
primavera, mas eles não podiam fazer as duas coisas ao mesmo tempo. “Se você me ajudar na compra do carro, eu vou
providenciar sua viagem para Orlando, eu prometo!”. Pedro falou empolgado.
Sua contagiante expressão a convenceu, ela lembrou-se de como aquele sorriso de
garoto a tinha atraído no primeiro encontro que tiveram. Ele tinha sido bom
para ela, ela pensou: “Ok, vá em frente”.
Ana
sonhava em viver num sobrado com piscina, mas com as prestações do carro e a
viagem isso continuaria sendo um sonho por anos. Pedro escravizou-se em
jornadas de 12 a 14 horas diárias, sempre pensando como ganhar mais dinheiro
para pagar as contas e adquirir a casa de sonhos da Ana. Quando Ana foi para o
trabalhou, eles somaram os números e ficaram surpresos por perceberem que
poderiam financiar sua casa em 30 anos, usar o FGTS do Pedro, e fechar um
negócio daqui a 1 ano.
Mas
as dificuldades de sustentar suas vidas os desencorajou, tinham contas para
pagar, crianças para apanhar na creche, encontros para atender, cotas para
alcançar, mas não muito tempo para aproveitar suas posses que tinham
conseguido. Pedro não conseguia lembrar quando fora a última vez que saíram num
final de semana para passear com a família.
As
palavras de Simon and Garfunkel soavam nos pensamentos de Pedro: “O caminho à minha frente é como um rato num
labirinto, as sequências nunca alteram até o rato morrer”. Ele estava numa
armadilha. Ana o pressionava, ela não podia mais suportar. Ela acreditava que
Pedro a tinha esquecido. Ele tinha que ser forte, saber como fazer as coisas
continuarem funcionando, mas Pedro estava tão confuso quanto ao seu papel,
quanto Ana.
Quando
a companhia de mudança saiu de sua casa, Pedro não conseguia acreditar no que
ela estava fazendo... Ana estava saindo de casa. Ela disse que precisava de
tempo e espaço para ajeitar as coisas. A questão que Carol tinha levantado
poucos meses antes queimava em sua mente: “Papai, você ainda gosta da mamãe?”
Sim...sim, ele gostava dela, mas estava muito tarde? Como as coisas perderam o controle?
O problema
Creio
que a maioria dos homens são pegos na corrida de ratos. Você concorda ou
discorda, e por que? Quais sintomas dão
suporte a sua posição?
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Você
conhece alguém que realmente ganhou a corrida de ratos. A maioria deve
concordar que não. Então, por que tantos homens correm nela? O que eles estão tentando alcançar?
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As
questões proverbiais da corrida de rato sempre estão presentes: “isto é tudo?” ou “existe mais alguma coisa a mais?” Estas perguntas nos torturam em
alguma situação, não importa quão bem sucedido somos, estas questões surgem em
nossas sombras:
·
Por que
existo? Como posso encontrar sentido?
·
Por que meus
relacionamentos estão estremecidos?
·
Por que me atolei
em débitos?
·
Como fui pego
nesta corrida de ratos?
Todos
nós desejamos melhorar nosso padrão de vida - isto é normal. Mas o mundo onde
vivemos tem incutido em nós seus conceitos do que significa uma vida boa, e
estas ideias são muito diferentes da ordem de Deus. A dicotomia entre a ordem
de Deus e a ordem deste mundo produz um estiramento na mente do homem de Deus: Existem absolutos? Os princípios bíblicos realmente se aplicam
ao Séc. XXI?
O falso padrão de vida - Todo
bom negócio começa com a descrição do seu contexto. Vamos começar a olhar nosso
problemas, olhando primeiramente o contexto no qual trabalhamos e vivemos. A
primeira questão que necessitamos é: “Como
medir nosso padrão de vida?”. Não é muito difícil descobrir que nossa
medida da qualidade de vida tem mudado nos últimos anos. Tente imaginar como seu pai e seu avô poderiam descrever esta qualidade
de vida. O que você pensa que eles diriam?
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Como
é que nossa sociedade, a partir do modelo mostrado na vida de Ana e Pedro,
define “padrão de vida” nos nossos dias?
PADRÃO
DE VIDA ESPIRITUAL X PADRÃO DE VIDA
MATERIAL
Enquanto
o padrão material de vida tem subido nos últimos tempos, o padrão moral/
relacional/ /espiritual tem diminuído. Nossos pais tinham problemas, mas seus
problemas eram “fusquinhas” para famílias que tinham vizinhos com fuscas e
pagavam contas no preço de fuscas. A vida tem pressionado para termos carros
mais sofisticados, relógios caros e viagens exóticas. O desejo por
gratificações instantâneas, tem tomado o lugar de um tempo em que as coisas
eram pagas sem prestações. Hoje, somos consumidos por desejos de comprar
coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar
pessoas que não gostamos.
Explosão tecnológica
A
explosão tecnológica torna este século como o tempo em que o ser humano
alcançou o ápice de seu potencial humano. Somos abençoados com conforto,
viagens, comunicação e trabalho. Antigamente diante de uma proposta de
marketing, gastava-se milhares de papéis que cabem hoje num pen-drive. De fato
alcançamos um alto escore, mas a maioria encontra-se exausta, e, infelizmente,
jogadores cansados são contundidos com mais facilidade. Com pessoas machucadas,
o time todo começa a perder seu ritmo, coragem e vontade.
Homens
hoje estão se sentido exaustos. Você se sente exausto? Por que?
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Embora
nosso progresso continue a crescer, as almas dos homens estão encolhendo,
podemos comprar mais e mais coisas, mas estamos menos satisfeitos.
A economia dominante
O consumismo
tem assumido cada vez mais nossa vida. Webster define consumismo como: “a
teoria econômica de que o aumento de consumo de coisas é benéfico”. Esta filosofia parece ser a meta da maioria
dos homens. Em 1957, Vance Packard escreveu o livro“Os agentes secretos da persuasão” que chocou o mundo. Ele
descobriu um esforço de larga escala para bombardear hábitos inconscientes e
manipular comportamentos do cliente. O marketing tem a função de manipular o consumidor com propagandas,
criando desejos por coisas supérfluas.
Já
parou para pensar porque, após dois ou três anos, as pessoas começam a querer
um novo tipo de carro? A razão é a obsolescência psicológica. Pesquisadores
sabem como nos fazer sentir envergonhados de estar com uma coisa usada, quando
o fabricante pode providenciar um novo, com nova aerodinâmica e com mais poder.
A influência da mídia
Os
marqueteiros não teriam tanta influência se não fosse a mídia. Infelizmente a
mídia é controlada por humanistas seculares. Eles criam formas, propagandas,
programas e novos modelos para comportar uma nova realidade de vida. O
humanismo secular tem a visão de que o
homem deve estabelecer seus próprios valores morais, fora da influência de
qualquer outra pessoa (inclusive Deus), e que ele determina seu futuro, ele é dono
de seu nariz!
O problema com esta nova visão de vida é que ela não tem absolutos -
nenhum referencial eterno. Nós podemos fazer nossas próprias regras como
queremos. Mas como saberemos se a promiscuidade sexual é imoral ou não? Por não devemos criar artifícios nos negócios?
Por que deveria a vida familiar ter mais valor que nossa carreira? Como tem esta visão de vida afetado nossa
sociedade?
Poderia
isto estar acontecendo em áreas de nossa vida?
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Que
indicações podemos ver de que o humanismo está penetrando em nossa experiência
pessoal?
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