domingo, 23 de março de 2014

Gospel Transformation - Apostila - Unidade 1/ Lição 2

Unidade 1/ Lição 2

Você alguma vez declarou: “Isso não é culpa minha!”?

NOSSA NECESSIDADE DO EVANGELHO


Alvos desta lição:

Em nossa lição anterior encaramos o sofrimento inerente ao nosso mundo. Queremos reconhecer completamente a dor, o sofrimento e as tentações nele presentes. Apesar de ser absolutamente verdadeiro o fato de que somos pessoas quebradas num mundo quebrado, a realidade, porém, é que isso ainda não representa o quadro completo. Em razão de havermos dado as costas a Deus, precisamos do Evangelho. O alvo desta lição é o de nos convencer de nossa desesperada necessidade. Jamais abraçaremos a beleza e a glória do Evangelho sem que antes de mais nada nos conscientizemos de nossa tremenda necessidade dele, bem como reconheçamos a realidade do pecado. É obvio que isso se aplica ao momento em que nos convertemos, contudo logo nos esquecemos de que o Evangelho tem uma aplicação contínua em nossa vida. Como cristãos, freqüentemente nos esquecemos de que somos pecadores, e esquecemos o Evangelho.

Muitos caminhos podem nos levar a entender nossa necessidade do Evangelho. Nesta lição examinaremos apenas um aspecto da nossa pecaminosidade: nossa inclinação à autojustificação. Nas lições seguintes examinaremos como o Evangelho encara, entre outras coisas, este pecado em particular.  A autojustificação serve como uma boa rota para a nossa necessidade do Evangelho. Mesmo não tendo problema com drogas ou com o Imposto de Renda, todos nos justificamos a nós mesmos de forma tão fácil, banal e automática como o ar que respiramos. Somos como o Jovem Rico (Mt.19:16-22). Segundo nossa própria perspectiva, temos nos conservado obedientes em toda sorte de áreas ... até aquele momento em que Jesus nos confronta com um determinado terreno que revela nos mostra claramente nosso pecado e nossa grande necessidade.

Lição


A Lei – Mais fácil dizer do que fazer...

Dê uma olhada em Lucas, 10:25-29.  O que ocorre nessa passagem?  O expert, ou perito da lei, logo se dá conta de que apesar de haver dado a resposta certa, as coisas não eram tão simples nem tão fáceis como pareciam à primeira vista. O mandamento dizia que ele deveria amar a Deus de todo o coração, e ao próximo como a si mesmo. Mas quem, afinal, consegue amar dessa maneira?  Portanto, apesar de ser ele um estudioso da lei, ele tenta justificar-se no momento em que pergunta a Jesus: “Diga-me, Jesus, quem é o meu próximo?”  Talvez esperasse que Jesus lhe respondesse que seu próximo era seu amigo que morava ao lado da sua casa, em cuja companhia passara as férias do ano anterior - amigo esse que ele jamais teria dificuldade em amar. No entanto, para sua surpresa Jesus lhe responde: “Não é isso não! O amor a que me refiro inclui amar a pessoa que você detesta. Esse sentimento tem a ver com compaixão e misericórdia em relação aos seus inimigos”.

A tendência natural do nosso coração é a de construir um mundo à parte do Evangelho.  Esse homem conhecia a lei, e deu a resposta correta: Ame a Deus e ao seu próximo. Contudo ele reconhecia que não estava guardando essa lei. Por isso pergunta: “Quem é o meu próximo?” Talvez não fosse a pessoa que odiasse – sua sogra ou aquela mulher pecadora que observava na sinagoga. Ele tenta então justificar-se, para que possa estar correto diante de si mesmo, do seu próximo e de Deus. Esse mestre busca minimizar os requisitos da própria lei, porque no seu coração reconhecia que não era perfeito.  Longe disso!  Ele não tinha poder algum para amar seus inimigos. Sua falta de amor é observada até mesmo na maneira como trata a Jesus, e em sua manobra visando lançar uma armadilha contra o Senhor.


Autojustificação  é uma característica daqueles que conhecem a lei (Lucas 10:25-29):
 
Q1        O que significa “justificar-se a si mesmo”? (29)
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Q2                   Você pode pensar em algum exemplo na sua vida, em que se depara “justificando-se a si mesmo”? 
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Autojustificação é uma característica dos fariseus (Leia Lucas 16:14, 15 e 18:10-14):

Q3        Quais foram as maneiras pelas quais os fariseus se justificaram a si mesmos?
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Q4        Qual a manifestação verbal da autojustificação deles?
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Q5          São apenas os fariseus que se justificam a si mesmos?
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Autojustificação é uma característica das igrejas (Leia Apocalipse, 3:1-3):

Q6        Como você acredita que a igreja de Sardes conquistou sua reputação (v.1)?
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Q7        Como Jesus considera tais obras e a Igreja?
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Q8        Por que buscamos reputação?
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Q9        Onde você está buscando estabelecer uma reputação?
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Autojustificação é uma característica das pessoas corretas (Leia Jó 29:1-25; 31:1-40):

Q10      O que está fazendo Jó nessa passagem?
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Q11      O que Jó usa para se justificar a si mesmo?  Em outras palavras: O que aponta especificamente em sua vida e suas ações a fim de se justificar a si mesmo?
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Q12       Qual a resposta dos amigos de Jó? (Jó 32:1)   Qual a razão dessa resposta? 
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Q13      Qual a resposta de Jó?  (Jó 40:8)
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Q14      No final do livro percebemos o arrependimento de Jó.  Qual a necessidade desse arrependimento?
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Por que você anda tão irado?


Qual seria o primeiro pensamento que lhe passaria pela mente se a polícia o fizesse parar por excesso de velocidade? Ou se um membro da sua família lhe perguntasse: “Por que você anda tão irado?” Não é mesmo verdade que a nossa primeira reação caminha na linha da autojustificação? Eu e minha esposa tivemos recentemente um desentendimento a respeito daquilo que iríamos permitir ou não permitir a um de nossos filhos. Ela percebeu que eu a estava olhando com um ar de reprovação. Minha resposta imediata e impulsiva a ela foi esta: “Não, eu não a estou reprovando...”

Posteriormente eu me dei conta de que - muito pelo contrário - estava realmente desaprovando a sua opinião, e certamente isso se mostrara evidente na minha expressão facial. No entanto, em questão de segundos eu tentei me justificar a mim mesmo. Quão rapidamente estava pronto para mentir, apenas para parecer “bom” e menos irado!...

Quão rapidamente tentamos nos justificar a nós mesmos por adotarmos uma “teologia correta”, ou por julgarmos que temos uma versão mais acertada da Bíblia; ou por chegarmos cedo à igreja, ou por termos certos bens, ou por fazermos certas coisas, conseguirmos algumas façanhas ou por minimizarmos aquilo que fizemos de errado. Tudo isso são exemplos de como buscamos construir uma vida à parte de Jesus, um mundo “perfeito” longe de Cristo. 

Q15      Por que razão uma vida de autojustificação é perigosa e enganosa?
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A solução final - a culpa não é minha!

Algo marcante que foi observado pelo homem que capturou Adolf Eichman (o autor da “solução final”; o exterminador de judeus debaixo do controle nazista), tanto quanto pelos jornalistas que cobriram seu julgamento posterior, foi a conclusão a que chegaram: a coisa mais chocante em relação a Eichman foi que ele era um homem comum e bastante familiar. Aliada a essa natureza comum ele tinha uma extraordinária capacidade para a autojustificação, e também para se desculpar dos seus atos horrendos.

Aqueles que são culpados dos crimes mais atrozes contra a humanidade conseguem facilmente encontrar desculpas para seu comportamento. Se as pessoas podem encontrar justificativas para seus mais terríveis crimes, da mesma forma também nós podemos descobrir espaços para explicar nossas reações e comportamento: ira, preguiça, falta de tempo, olhares de desaprovação, transgressão das leis de trânsito, maledicência, ciúmes, intriga, inveja, e mil e uma características infelizes... A autojustificação é um hábito humano tão velho quanto é velho Caim, o mais claro exemplo de alguém que tentou se justificar a si mesmo diante de Deus e do irmão.

Nós somos por natureza os Eichmanns deste mundo.  Isso porque a história não nos deu a oportunidade de canalizar nossa ira e nosso ódio projetado por nosso próximo. Somos aqueles que estamos no meio da multidão gritando para que Cristo seja crucificado, pela única razão de haver ele subjugado nosso “sistema religioso”, e uma vida de autojustificação diante da humanidade.  Ele tem exposto diante de Deus nossa vida fraudulenta. A razão fundamental da oposição dos fariseus e da multidão em relação a Jesus não nasceu pelo fato de ele os haver ferido de alguma maneira, e sim por lhes haver exposto claramente a vida de autojustificação, e sua religião baseada na justiça humana. O único recurso que lhes restava era o de matá-lo. Nós somos os Jós desta vida, que buscamos a Deus a fim de demonstrarmos quão justos somos.

Nossas igrejas são como a de Sardes. Construímos uma reputação à semelhança da torre de Babel, até que Deus em sua misericórdia nos confronte com a mensagem do Evangelho. A maravilha das boas-novas é que Jesus veio para gente como nós!

Nossa hesitação, ou até mesmo nossa total recusa a sermos identificados com as pessoas mencionadas acima vem apenas demonstrar quão bons imaginamos ser, quando nos justificamos a nós mesmos! A humanidade tem uma natureza comum – não existe um justo sequer, nem sequer um (Rm 3:10). 

Leia Gálatas 2:17

Q16      Se afirmamos que somos cristãos, que mais dissemos que somos?
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Desculpas: como estar certo e aparentar que está tudo bem          .






·        Eu apenas sou fraco.
(Realmente isso não é culpa minha...)

·        Eu só estava querendo ser honesto.
(Você não pode enfrentar a verdade?)

·        Eu não tinha intenção de fazer isso.
(Eu não tinha intenção de ser pego.)

·        Isso me deixou irado.
(Fui tratado injustamente)

·        Houve um mal entendido entre nós.
(Você não é tão maluco como pensei!)

·        Eu tão-somente estou dizendo aquilo que sinto.
(Não há nada errado com meus sentimentos)

·        Minha família sempre foi assim.
(Se você acha que eu sou ruim, então você deveria conhecer minha...)

·        Eu estou tendo um dia/uma semana/um ano muito ruim.
(Eu mereço algo melhor)

·        Estou cansado... Está muito quente hoje!
(Eu mereço um descanso)

·        Desculpe, mas você...
(Isso realmente é culpa sua)

·        Eu também cometo erros.
(Todos nós não cometemos?)

·        Eu só estava brincando...
(Você não entendeu a brincadeira...)

·        Você não me entendeu.
(Eu não sou tão ruim como você pensa)

·        Ninguém é perfeito
(Inclusive você)

·        Eu sou desta maneira.
(Sou pecador... Você tem mais é que aceitar esse fato.)

·        Desculpe-me! Por favor, me perdoe.
(Vamos resolver isso o mais rápido possível)

·        Eu simplesmente estou amolado.
(Você não percebe? Seu problema é que você não tem compaixão.)

·        Nós temos um problema de personalidade.
(Você é a metade do problema)

·        Nós temos um problema de comunicação.
(Você é a metade do problema)



Q17   Considerando a lista acima, quais são as desculpas mais comuns que você tem usado?  O que realmente está fazendo quando usa tais desculpas?

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Leia 1 João 1:10
Q18      O que de fato estamos dizendo, quando afirmamos que não somos pecadores?
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Se ele também é um pecador, então por que tenho a trave no meu olho?

Por que Jesus nos fala a respeito da trave em nossos próprios olhos, e apenas se refere ao cisco no olho do nosso irmão?  (Lucas, 6:41)  Se todos temos por natureza a mesma raiz pecaminosa, então por que mencionar essas diferenças entre a trave em nossos olhos e o cisco no olho do nosso irmão? A razão é que temos a forte tendência de nos justificar a nós mesmos. Nosso problema é que pensamos de maneira muito elevada a respeito de nós mesmos. Portanto, invertemos os valores: nós temos o cisco e os outros têm a trave. Isso nada mais é do que a exteriorização da nossa autojustificação.

Leia Marcos 2:13-17 e 1Timóteo 1:15-16
Q19      Segundo essas passagens, por que Jesus veio a este mundo?
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Leia Lucas 5:32; João 12:36; 14:31
Q20       Jesus está chamando os pecadores a quê?
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Seg > Ter > Quar > Qui > Sex > Sáb > Dom
Para a semana:


Ø      Recrute duas pessoas para estarem orando em sua intenção o Salmo 139:23,24, enquanto você participa deste curso de discipulado.
Ø      Pense em alguma coisa que Deus esteja requerendo de você, em relação à qual você sente que obedece muito bem. Você alguma vez já se vangloriou disso? Já criticou alguém porque aquela pessoa não se saiu tão bem como você?  Você já usou isso para “equilibrar” em sua mente alguma coisa que  está fazendo de errado?  Escreva esse exemplo abaixo.
Ø      Pense em alguma coisa requerida por Deus, em relação à qual você sempre parece fracassar. Quantas vezes tem desculpado seu comportamento? Quão amiúde tem se defendido a si mesmo?  Ou ignorado?  Ou minimizado a seriedade do problema?  Você tem se comparado com alguém que estava fazendo algo até mesmo pior que você? Escreva esse exemplo abaixo.
Ø      Peça ao Pai que lhe mostre as maneiras pelas quais você tenta se justificar  a si próprio.

Tradução: 
Igreja presbiteriana Central de Anápolis
Sara e Samuel Vieira





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