Unidade
1/ Lição 2
Você
alguma vez declarou: “Isso não é culpa minha!”?
NOSSA NECESSIDADE DO
EVANGELHO
Alvos desta lição:
Em nossa lição
anterior encaramos o sofrimento
inerente ao nosso mundo. Queremos reconhecer completamente a dor, o sofrimento
e as tentações nele presentes. Apesar de ser absolutamente verdadeiro o fato de
que somos pessoas quebradas num mundo quebrado, a realidade, porém, é que isso
ainda não representa o quadro completo. Em razão de havermos dado as costas a
Deus, precisamos do Evangelho. O alvo desta lição é o de nos convencer de nossa
desesperada necessidade. Jamais abraçaremos a beleza e a glória do Evangelho
sem que antes de mais nada nos conscientizemos de nossa tremenda necessidade
dele, bem como reconheçamos a realidade do pecado. É obvio que isso se aplica
ao momento em que nos convertemos, contudo logo nos esquecemos de que o
Evangelho tem uma aplicação contínua em nossa vida. Como cristãos,
freqüentemente nos esquecemos de que somos pecadores, e esquecemos o Evangelho.
Muitos caminhos podem nos levar a entender
nossa necessidade do Evangelho. Nesta lição examinaremos apenas um aspecto da
nossa pecaminosidade: nossa inclinação à autojustificação. Nas lições seguintes
examinaremos como o Evangelho encara, entre outras coisas, este pecado em particular. A autojustificação serve
como uma boa rota para a nossa necessidade do Evangelho. Mesmo não tendo problema
com drogas ou com o Imposto de Renda, todos nos justificamos a nós mesmos de
forma tão fácil, banal e automática como o ar que respiramos. Somos como o
Jovem Rico (Mt.19:16-22). Segundo nossa própria perspectiva, temos nos
conservado obedientes em toda sorte de áreas ... até aquele momento em que Jesus nos confronta
com um determinado terreno que revela nos mostra claramente nosso pecado e
nossa grande necessidade.
Lição
A Lei – Mais fácil dizer do que fazer...
Dê uma olhada em
Lucas, 10:25-29. O que ocorre nessa passagem? O expert, ou perito da lei, logo se dá conta
de que apesar de haver dado a resposta certa, as coisas não eram tão simples
nem tão fáceis como pareciam à primeira vista. O mandamento dizia que ele
deveria amar a Deus de todo o coração, e ao próximo como a si mesmo. Mas quem,
afinal, consegue amar dessa maneira?
Portanto, apesar de ser ele um estudioso da lei, ele tenta justificar-se
no momento em que pergunta a Jesus: “Diga-me, Jesus, quem é o meu
próximo?” Talvez esperasse que Jesus lhe
respondesse que seu próximo era seu amigo que morava ao lado da sua casa, em
cuja companhia passara as férias do ano anterior - amigo esse que ele jamais
teria dificuldade em amar. No
entanto, para sua surpresa Jesus lhe responde: “Não é isso não! O amor a que me
refiro inclui amar a pessoa que você detesta. Esse sentimento tem a ver com
compaixão e misericórdia em relação aos seus inimigos”.
A tendência natural do nosso coração é a de
construir um mundo à parte do Evangelho.
Esse homem conhecia a lei, e deu a resposta correta: Ame a Deus e ao seu
próximo. Contudo ele reconhecia que não estava guardando essa lei. Por isso
pergunta: “Quem é o meu próximo?” Talvez não fosse a pessoa que odiasse – sua
sogra ou aquela mulher pecadora que observava na sinagoga. Ele tenta então
justificar-se, para que possa estar correto diante de si mesmo, do seu próximo
e de Deus. Esse mestre busca minimizar os requisitos da própria lei, porque no
seu coração reconhecia que não era perfeito.
Longe disso! Ele não tinha poder
algum para amar seus inimigos. Sua falta de amor é observada até mesmo na
maneira como trata a Jesus, e em sua manobra visando lançar uma armadilha
contra o Senhor.
Autojustificação é uma característica daqueles que
conhecem a lei (Lucas 10:25-29):
Q1 O
que significa “justificar-se a si mesmo”? (29)
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q2 Você pode pensar em algum
exemplo na sua vida, em que se depara “justificando-se a si mesmo”?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Autojustificação é uma característica dos fariseus (Leia
Lucas 16:14, 15 e 18:10-14):
Q3
Quais foram as maneiras pelas quais os fariseus se justificaram a si mesmos?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Q4 Qual
a manifestação verbal da autojustificação deles?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q5 São apenas os fariseus que se justificam a si
mesmos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Autojustificação
é uma característica das igrejas (Leia
Apocalipse, 3:1-3):
Q6 Como
você acredita que a igreja de Sardes conquistou sua reputação (v.1)?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q7 Como
Jesus considera tais obras e a Igreja?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q8 Por
que buscamos reputação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q9 Onde
você está buscando estabelecer uma reputação?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Autojustificação é uma característica das pessoas
corretas (Leia Jó 29:1-25; 31:1-40):
Q10 O que
está fazendo Jó nessa passagem?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q11
O que Jó usa para se justificar a si
mesmo? Em outras palavras: O que aponta
especificamente em sua vida e suas ações a fim de se justificar a si mesmo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q12 Qual a resposta dos amigos de Jó? (Jó
32:1) Qual a razão dessa resposta?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q13 Qual a resposta de Jó? (Jó 40:8)
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Q14 No final do livro percebemos o
arrependimento de Jó. Qual a necessidade
desse arrependimento?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
.........................................................................................................................................................................................
Por que você anda tão irado?
Qual seria o primeiro
pensamento que lhe passaria pela mente se a polícia o fizesse parar por excesso
de velocidade? Ou se um membro da sua família lhe perguntasse: “Por que você
anda tão irado?” Não é mesmo verdade que a nossa primeira reação caminha na
linha da autojustificação? Eu e minha esposa tivemos recentemente um
desentendimento a respeito daquilo que iríamos permitir ou não permitir a um de
nossos filhos. Ela percebeu que eu a estava olhando com um ar de reprovação.
Minha resposta imediata e impulsiva a ela foi esta: “Não, eu não a estou
reprovando...”
Posteriormente
eu me dei conta de que - muito pelo contrário - estava realmente desaprovando a
sua opinião, e certamente isso se mostrara evidente na minha expressão facial.
No entanto, em questão de segundos eu tentei me justificar a mim mesmo. Quão
rapidamente estava pronto para mentir, apenas para parecer “bom” e menos
irado!...
Quão rapidamente
tentamos nos justificar a nós mesmos por adotarmos uma “teologia correta”, ou
por julgarmos que temos uma versão mais acertada da Bíblia; ou por chegarmos
cedo à igreja, ou por termos certos bens, ou por fazermos certas coisas,
conseguirmos algumas façanhas ou por minimizarmos aquilo que fizemos de errado.
Tudo isso são exemplos de como buscamos construir uma vida à parte de Jesus, um
mundo “perfeito” longe de Cristo.
Q15
Por que razão uma vida de
autojustificação é perigosa e enganosa?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
.................................................................................................................................................................................
A solução final - a culpa não é minha!
Algo marcante que
foi observado pelo homem que capturou Adolf Eichman (o autor da “solução
final”; o exterminador de judeus debaixo do controle nazista), tanto quanto
pelos jornalistas que cobriram seu julgamento posterior, foi a conclusão a que
chegaram: a coisa mais chocante em relação a Eichman foi que ele era um homem
comum e bastante familiar. Aliada a essa natureza comum ele tinha uma
extraordinária capacidade para a autojustificação, e também para se desculpar
dos seus atos horrendos.
Aqueles que são culpados dos crimes mais atrozes contra a
humanidade conseguem facilmente encontrar desculpas para seu comportamento. Se
as pessoas podem encontrar justificativas para seus mais terríveis crimes, da
mesma forma também nós podemos descobrir espaços para explicar nossas reações e
comportamento: ira, preguiça, falta de tempo, olhares de desaprovação,
transgressão das leis de trânsito, maledicência, ciúmes, intriga, inveja, e mil
e uma características infelizes... A autojustificação é um hábito humano tão
velho quanto é velho Caim, o mais claro exemplo de alguém que tentou se
justificar a si mesmo diante de Deus e do irmão.
Nós somos por natureza os Eichmanns deste mundo. Isso porque a história não nos deu a
oportunidade de canalizar nossa ira e nosso ódio projetado por nosso próximo.
Somos aqueles que estamos no meio da multidão gritando para que Cristo seja
crucificado, pela única razão de haver ele subjugado nosso “sistema religioso”,
e uma vida de autojustificação diante da humanidade. Ele tem exposto diante de Deus nossa vida fraudulenta.
A razão fundamental da oposição dos fariseus e da multidão em relação a Jesus
não nasceu pelo fato de ele os haver ferido de alguma maneira, e sim por lhes
haver exposto claramente a vida de autojustificação, e sua religião baseada na
justiça humana. O único recurso que lhes restava era o de matá-lo. Nós somos os
Jós desta vida, que buscamos a Deus a fim de demonstrarmos quão justos somos.
Nossas igrejas são como a de Sardes. Construímos uma reputação
à semelhança da torre de Babel, até que Deus em sua misericórdia nos confronte
com a mensagem do Evangelho. A maravilha das boas-novas é que Jesus veio para
gente como nós!
Nossa hesitação, ou até mesmo nossa total recusa a sermos
identificados com as pessoas mencionadas acima vem apenas demonstrar quão bons
imaginamos ser, quando nos justificamos a nós mesmos! A humanidade tem uma
natureza comum – não existe um justo sequer, nem sequer um (Rm 3:10).
Leia Gálatas 2:17
Q16
Se afirmamos que somos cristãos, que
mais dissemos que somos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Desculpas: como estar
certo e aparentar que está tudo bem
.
·
Eu apenas sou fraco.
(Realmente isso
não é culpa minha...)
·
Eu só estava querendo ser honesto.
(Você não pode
enfrentar a verdade?)
·
Eu não tinha intenção de fazer isso.
(Eu
não tinha intenção de ser pego.)
·
Isso me deixou irado.
(Fui tratado
injustamente)
·
Houve um mal entendido entre nós.
(Você não é tão
maluco como pensei!)
·
Eu tão-somente estou dizendo aquilo que sinto.
(Não há nada
errado com meus sentimentos)
·
Minha família sempre foi assim.
(Se você acha que
eu sou ruim, então você deveria conhecer minha...)
·
Eu estou tendo um dia/uma semana/um ano muito ruim.
(Eu mereço algo
melhor)
·
Estou cansado... Está muito quente hoje!
(Eu mereço um
descanso)
·
Desculpe, mas você...
(Isso realmente é
culpa sua)
·
Eu também cometo erros.
(Todos nós não
cometemos?)
·
Eu só estava brincando...
(Você não entendeu
a brincadeira...)
·
Você não me entendeu.
(Eu não sou tão
ruim como você pensa)
·
Ninguém é perfeito
(Inclusive você)
·
Eu sou desta maneira.
(Sou pecador...
Você tem mais é que aceitar esse fato.)
·
Desculpe-me! Por favor, me perdoe.
(Vamos resolver
isso o mais rápido possível)
·
Eu simplesmente estou amolado.
(Você não percebe?
Seu problema é que você não tem compaixão.)
·
Nós temos um problema de personalidade.
(Você é a metade
do problema)
·
Nós temos um problema de comunicação.
(Você é a metade
do problema)
Q17 Considerando a lista acima, quais são as
desculpas mais comuns que você tem usado?
O que realmente está fazendo quando usa tais desculpas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Leia
1 João 1:10
Q18 O que
de fato estamos dizendo, quando afirmamos que não somos pecadores?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
.................................................................................................................................................................................
Se ele também é um
pecador, então por que tenho a trave no meu olho?
Por
que Jesus nos fala a respeito da trave em nossos próprios olhos, e apenas se
refere ao cisco no olho do nosso irmão?
(Lucas, 6:41) Se todos temos por
natureza a mesma raiz pecaminosa, então por que mencionar essas diferenças
entre a trave em nossos olhos e o cisco no olho do nosso irmão? A razão é que
temos a forte tendência de nos justificar a nós mesmos. Nosso problema é que
pensamos de maneira muito elevada a respeito de nós mesmos. Portanto,
invertemos os valores: nós temos o cisco e os outros têm a trave. Isso nada
mais é do que a exteriorização da nossa autojustificação.
Leia Marcos 2:13-17 e 1Timóteo 1:15-16
Q19 Segundo essas passagens, por que Jesus veio
a este mundo?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Leia
Lucas 5:32; João 12:36; 14:31
Q20 Jesus está chamando os pecadores a quê?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Seg > Ter > Quar >
Qui > Sex > Sáb > Dom
Para a semana:
Ø
Recrute
duas pessoas para estarem orando em sua intenção o Salmo 139:23,24, enquanto
você participa deste curso de discipulado.
Ø
Pense
em alguma coisa que Deus esteja requerendo de você, em relação à qual você
sente que obedece muito bem. Você alguma vez já se vangloriou disso? Já
criticou alguém porque aquela pessoa não se saiu tão bem como você? Você já usou isso para “equilibrar” em sua
mente alguma coisa que está fazendo de
errado? Escreva esse exemplo abaixo.
Ø
Pense
em alguma coisa requerida por Deus, em relação à qual você sempre parece
fracassar. Quantas vezes tem desculpado seu comportamento? Quão amiúde tem se
defendido a si mesmo? Ou ignorado? Ou minimizado a seriedade do problema? Você tem se comparado com alguém que estava
fazendo algo até mesmo pior que você? Escreva esse exemplo abaixo.
Ø
Peça ao
Pai que lhe mostre as maneiras pelas quais você tenta se justificar a si próprio.
Tradução:
Igreja presbiteriana Central de Anápolis
Sara e Samuel Vieira
Igreja presbiteriana Central de Anápolis
Sara e Samuel Vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário