I.
Antigo
Testamento
a.
Um Deus que se revela – O Deus dos pais e da
libertação. Frei Carlos Mesters: “A história de Deus na história dos homens”.
Revelação: Auto-manifestação de Iahweh na história. Deus é Senhor da história.
O que de deus se pode conhecer é o que ele decidiu revelar (Dt 29.29).
i.
Não é teosofia, nem teodiceia.
ii.
Revelação progressiva – Intencionalmente Deus
vai se revelando, primeiro a Abraão, até chegar à plena revelação que faz de si
mesmo em seu Filho Jesus (Hb 1.1-4).
iii.
A libertação do Egito se torna a confissão
central de Israel.
b.
A Aliança do Sinai – Identidade do povo e
consciência da eleição. No Sinai são firmadas as raízes da fé (Ex 20.1): Dez
Mandamentos.
i.
Deus dos pais: Abraão, Isaque e Jacó.
ii.
O que sustenta o judaísmo:
1.
Identidade de um povo
2.
Um livro sagrado.
c.
O Deserto e a terra- Peregrinação da fé e
concretização da promessa.
i.
Deserto: Lugar de provação e manifestação de
deus
ii.
Canaã: Deus está no meio. Sentido escatológico.
d.
Monarquia e desafio profético
i.
O estabelecimento da monarquia é conflitivo.
Luta de poder: Profetismo x Monarquia, Samuel x Saul
ii.
O profeta intervém em momentos críticos da
história.
iii.
O profeta conclama ao arrependimento. Voltar às
bases.
1.
Oposição x submissão
2.
Mensagem de juízo e esperança
3.
Iahweh domina o cosmo e a história
e.
Síntese da espiritualidade: pecado (não apenas
individual, mas social) e a Lei.
II.
O Novo Testamento
a.
Jesus e o Espirito. O termo pneuma aparece 250 vezes, numa forte relação com Jesus: Nascimento,
batismo, mensagem (o Espirito do Senhor está sobre mim), na continuidade (outro
consolador): Jo 14.16
b.
A Espiritualidade dos sinóticos: A presença do
reino. Marcos 13 vezes, Mateus e Lucas – 9 vezes. O termo igreja aparece apenas
em dois textos: Mt 16.18 e 18.18.
i.
O reino é escatológico, mas se faz presente na
pessoa de Jesus (parousia). O Já e o
ainda não (1 Co 13.12).
ii.
Entrar no reino: conversão – Decisão existência
e radical: “Vai, vende tudo o que tem” (Mt
13.35).
iii.
Permanecer no reino: amor. Imitar a Jesus.
Discipulado.
c.
Espiritualidade Paulina: Mística de Cristo
i.
“Fui
crucificado com cristo” (Gl 2.19-20). Cristo em nós e nós em cristo. (Rm
8.9-11)
ii.
Tensão:
Antigo e Novo: carne e Espirito. Lutero: “ao mesmo tempo justo e pecador”.
d.
A Espiritualidade Joanina: Mística da amizade
amoroso a Jesus, no Espirito. Luta contra o gnosticismo: negava a pessoa de
cristo e reduzia a salvação ao conhecimento.
e.
Síntese da Espiritualidade: Imitação e
discipulado.
III.
Espiritualidade na Patrística –
a.
Didaquê : “Doutrina do Senhor às nações por meio
dos doze apóstolos”. Modelo Pastoral – Catequético. Local: Síria ou Palestina.
Ano 120. Documento sobre a via cotidiana da igreja primitiva. Estabelece o
direito canônico.
i.
Questões ético morais – (I-IV). Caminho de vida
x caminho de morte
ii.
Caráter litúrgico – (V-X). Batismo, jejum e oração,
celebração da eucaristia. A Didaquê propõe o batismo, oração e eucaristia, como
centro da vida cristã.
iii.
Prescrições Disciplinares (XI-XV). A comunidade
vive o clima de fraternidade e partilha.
iv.
Apelo à Vigilância – (XVI)
b.
Modelo Apologético-Catequético- Testemunhal e teológico-institucional.
A igreja sai de Israel, ambiente doméstico e se depara com a arena pagã. Escritos
apologéticos são dirigidos aos pagãos. A Fé Cristã confrontada com a filosofia
greco-romana.
i.
Três linhas de pensamento:
1.
Responder
à acusação de que a igreja seria um perigo para o Estado.
2.
Expor
o absurdo e a imoralidade do paganismo e dos mitos de suas divindades
3.
Apresentar
o cristianismo como uma verdadeira filosofia, ensinada pelo logos divino: os
apologetas se tornaram os primeiros teólogos da igreja: Taciano (O Sírio);
Hermias (o filósofo); Apolinário (Hierápolis).
c.
Diálogo com a Filosofia: Justino, o Mártir.
i.
Nasceu no ano100, em Siquém (Samaria), buscando a
verdade, se converteu num encontro com um ancião à beira mar, que lhe convenceu
que apenas os profetas eram testemunhas fidedignos da verdade. Justino foi
martirizado no ano 165.
ii.
Tese central: O encontro do homem com deus
realiza-se plenamente na doutrina cristã, não como resultado do esforço humano,
mas pela ação do Espirito.
iii.
Justino deu status de cidadania aos cristãos.
d.
Patrística: Quatro pontos a destacar.
i.
Forte ênfase doutrinária
ii.
Defesa apologética
iii.
Relação igreja x Estado
iv.
Martírio – de 10 a 180 mil mártires, segundo
Henrique Matos.
IV.
Alta Idade Média (313-1073)
a.
Igreja com face imperial
i.
313 – Edito de Milão. Constantino dá direito de
cidadania aos cristãos.
ii.
380- Teodósio torna o cristianismo a religião oficial
do Estado.
iii.
391 – Proíbe-se o culto pagão no império.
iv.
814 – Carlos Magno decreta pena de morte ao que não
se batiza ou deixa de batizar seus filhos.
b.
Concílios doutrinários
i.
325 - Niceia – Jesus, natureza consubstancial ao
Pai
ii.
381 – Constantinopla – Jesus é igual ao Espírito
Santo e ao Pai
iii.
431 – Éfeso – Jesus é plenamente homem e Deus.
Maria é mãe de Jesus e mãe de Deus.
c.
Sec VI: Monaquismo
i.
510 - Beneditinos : Ascetismo rígido
ii.
Decadência moral do clero
iii.
Reforma gregoriana: renovar a igreja renovando o
clero.
d.
Séc IX e X: Reação
i.
Espiritualidade devocional
ii.
Retorno à devoção e minimização da teologia.
iii.
Explosão de espiritualidade
1.
Valorização dos ritos – incluindo o exorcismo
2.
Peregrinação aos lugares sagrados
3.
Hagiografia: imagem de santos/testemunho dos
santos. Vitrais e imagens. Padroeiros “protetores das cidades”.
4.
Verticalismo individualista- Fé individual x submissão
à hierarquia.
5.
Penitência: O pecador recebe a penitencia,
cumpre e retorna ao padre para receber a absolvição. Surgimento dos “livros
penitenciais”, que traziam as tarefas e tarifas específicas para cada pecado
cometido.
V.
A Baixa Idade Média (1073-1545)
a.
Fortes crises institucionais
i.
Exílio de Avinhão – (1309-1377): Cativeiro babilônicos
dos papas.
ii.
O cisma do Ocidente (1378-1417). Por oito anos a
igreja teve três papas simultaneamente.
iii.
1213 – Criação da Inquisição- responsabilidade
dos dominicanos
iv.
Movimentos de Reforma
1.
Cistercienses : S. Bernardo de Claraval (1153)
2.
Joaquim de Fiore (1130-1202): A Era do espírito.
3.
Cruzadas: Concílio de Clermont (1095)
4.
Reforma Protestante.
Observação:
Boa parte deste material foi extraído do livro: História da
Espiritualidade de Ronaldo Cavalcante, Ed. Paulinas, 2016
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