Introdução: Este tíitulo já parte da compreensão de que vamos ter dificuldades se resolvermos compartilhar nossa história com alguém.
Casamento é um projeto de grande risco:
a. Duas pessoas pecadoras – Narcisista, auto-centradas, vaidosas, egocêntricas. As chances de erros são muito grandes. Por isto, “Duas pessoas cristãs, não fazem automaticamente um lar cristão”. Se isto fosse natural, não haveria divórcio...
b. Conflitos surgem quando uma das partes, ou ambas, se consideram prejudicadas. Você não acha que no seu relacionamento você cede sempre mais que seu cônjuge?
c. É bom entender, porém, que sem resolução não há possibilidade de continuar a jornada – “Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?” (Am 3.3)
Em Mt 18.15-35, Jesus desenvolve seu discurso em torno do perdão, até chegar ao capítulo 19, que fala sobre o divórcio. O texto demonstra que ninguém está preparado para casar, se não é capaz de perdoar.
Walter Trobisch, no seu pequeno livro, com quem vou me casar, afirma que quando alguém lhe procurava para fazer o casamento, ele indagava se as pessoas eram capazes de perdoar – se isto fosse possível, ele então realizaria a cerimônia.
A pergunta que introduz o discurso sobre o divórcio é: “É licito ao marido, repudiar sua mulher, por qualquer motivo?” (Mt 19.3).
Jesus foca no perdão. Qual é o padrão?
1. Todos somos devedores – Mt 18.23-25
2. Todos recebemos graça para viver e graça para dar –
3. Tudo quanto nosso próximo nos deve é infinitamente menor do que devemos a Deus: 100 dólares x l0 milhões de dólares.
4. Não perdoar o próximo é fazer com ele o que Deus não faz conosco.
5. Quem não perdoa, afunda-se num ciclo inexorável de tormento, sendo entregue aos verdugos (Mt 18.34).
6. Quem não perdoa, coloca-se novamente debaixo do juízo de Deus: “Se do intimo, não perdoardes” (Mt 18.35)
O que não é perdão:
1. Negação da dor – muitas afirmam quem não doeu, ou que não foi grave. Isto não ajuda o processo de cura. Seria melhor reconhecer que o que foi feito era grave, mas assim como foi grave nossa ofensa contra Deus e ele nos perdoou, assim também queremos perdoar;
2. Desmemoriamento – Ou seja, perda da memória. Muitos afirmam que perdoar é “esquecer”. Na verdade, perdoar não é “deletar” o que foi feito, mas lembrar do evento, sem associá-lo a uma experiência negativa.
3. Acerto de contas – Mais uma vez precisamos entender que quem perdoa, decide ficar no prejuízo, e quebrar o ciclo da malignidade que tanto fere. Assim como Deus, assumiu nosso lugar, pagando o preço por nossas vidas.
4. Karma – Este é um conceito espírita, não cristão. No espiritismo não há perdão, mas karma. A pessoa tem que pagar. Na cruz, Jesus assume o lugar do pecador. Há redenção. Perdão.
Por que Perdoar?
1. Para continuar nossa história a dois – Se não perdoarmos, não conseguimos mais caminhar juntos. Você opta por perdoar ou punir. Num caso, restauração; noutro – divórcio ou punição. Jesus afirma que divórcio não acontece por causa de infidelidade, mas por causa da dureza dos corações.
2. Os discípulos acharam dura esta posição de Jesus. “Se esta é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar” (Mt 19.10). Mas esta é a condição de Deus. Deus nunca propõe o divórcio, mas o perdão. Conflitos resolvidos significam perdão aplicado e vida restaurada.
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