Introdução
O chamado para se plantar uma igreja envolve toda a família. Não só o marido estará envolvido no processo, mas sua esposa e filhos. Quando Deus chama alguém para esta obra, também prepara os familiares para semelhante desafio. Ignorar a família num processo tão importante como este traz graves implicações. Na nossa avaliação, a mulher pode ainda ser o fiel da balança na avaliação de um plantador de igrejas.
Três aspectos devem ser considerados em relação a esposa do plantador de Igrejas:
1. Área psicológica – A esposa do plantador de igreja tem estrutura emocional? Ela ousa? Possui personalidade aberta para relacionamentos ou é tímida e introspectiva? Tem facilidade para construir pontes e relacionamentos? Sabe lidar bem com conflitos? Estrutura familiar sólida?
2. Área estratégica – Ela entende as implicações de um projeto desta envergadura? Está disposta a caminhar com seu esposo nesta empreitada? Entra junto no planejamento e está disposta a encontrar a direção estratégica que Deus deve dar a ambos?
3. Área Pastoral – Sua esposa tem condições emocionais para se envolver numa plantação de igrejas? Ela possui solidez teológica? Ela possui dons que ajudarão o seu esposo na desafiadora tarefa de implantar uma nova comunidade, evangelizando, administrando e treinando as pessoas que se aproximarão da igreja?
Perfil da esposa
O trabalho não poderá ser realizado eficazmente sem o suporte e a cooperação da esposa. Num dos maiores centros de avaliação dos candidatos a Plantação de Novas igrejas, sediado em Atlanta, o "Assessment Center", dá a esposa um papel primordial na seleção de candidatos. Nenhum trabalho é tão exaustivo e desafiador como plantação de novas igrejas. Existe uma conspiração clara do reino das trevas contra a implantação de novas igrejas. Se sua família estiver desequilibrada, o obreiro não terá condições de levar a bom termo sua jornada.
Pensando nas características da esposa:
Ao considerar a esposa do obreiro, deve-se levar em conta os seguintes aspectos:
1. Características pessoais:
A. Guardiã da família – Ao falarmos disto estamos considerando o fato de que a esposa é esteio na ausência do marido. Se ela é capaz de conduzir a casa sem uma dependência excessiva ou manipulativa do esposo. Muitas mulheres, pela sua fragilidade emocional não conseguem conduzir a casa sem requerer muito tempo e disposição do marido, e ele acaba não tendo disponibilidade para o exercício de sua função pastoral.
B. Espiritualidade sólida – Uma das primeiras perguntas que deve ser feita é se a pessoa tem uma visão clara das escrituras sagradas, do chamado, do sentido de vocação. Muitas mulheres de pastores são muito frágeis em suas convicções, raramente lêem a Bíblia ou desenvolvem um tempo muito irregular na vida devocional. Pessoas assim terão dificuldade de se dar sacrificialmente por não entenderem a natureza da vocação pastoral. Tem humildade para reconhecer suas forças e fraquezas? Consegue entender o Evangelho?
C. Adaptabilidade – Plantadores de igreja estão sempre em mudança. Rick Warren afirmou que durante o processo de plantação de sua igreja ele se mudou mais de 70 vezes.
Muitas vezes o local onde a igreja foi estabelecida torna-se inadequado. Eventualmente muda-se até mesmo de local, indo para outro bairro. Se a esposa do pastor tem dificuldade de mobilidade, ela sofrerá muito com a desinstalação e a provisoriedade.
D. Honestidade – Em todas as pesquisas conduzidas sobre liderança, esta é a característica mais evidente e necessária para liderança. Queremos saber se a pessoa é fiel, ética e baseada em princípios. Pessoas são consideradas honestas se fazem o que dizem, se existe consistência entre palavra e atos, valores e ética, padrões e valores. Uma esposa contraditória trará muitos embaraços e dificuldades numa pequena congregação, local onde normalmente as pessoas se tocam de forma diária e são constantemente checadas.
E. Modéstia – Muitas pessoas confundem modéstia com pobreza ou ignorância. Nada poderia ser mais equivocado. Ao falarmos da modéstia estamos pensando numa pessoa que seja capaz de se identificar com o grupo sem gerar espantos, sobressaltos ou crítica. Se a esposa do pastor veste-se mal num contexto de classe média, ela será observada pelo descaso consigo mesma. O que se pensava ser modéstia toma agora outra adjetivação. Modéstia pode também ser definida por simplicidade, pessoas que são capazes de viver sem muita preocupação com coisas pessoais e sem consumo exagerado de dinheiro que comprometa o orçamento doméstico.
F. Sabedoria – Uma pessoa capaz de distinguir o certo e o errado, entre o bom e ruim, entre o prioritário e urgente. Sabedoria tem a ver com a capacidade de fazer escolhas, saber orientar, saber decidir. “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata com as suas próprias mãos a destrói”.
G. Estabilidade emocional – Muitas esposas precisam de tratamento e apoio, porque estão passando por fases difíceis ou porque possuem uma natureza psicologicamente frágil.
Algumas são tendentes à depressão, à culpa, ao medo. Isto pode se tornar um fator complicador numa fase em que se está dando o ponto de partida para o estabelecimento da nova igreja. Algumas esposas de pastor precisam de uma comunidade que possa lhes apoiar, e encontrar encorajamento e não uma comunidade que está dando seus primeiros passos para a construção de um projeto.
2. Características Interpessoais – Além das características pessoais, precisamos também tocar em pelo menos quatro áreas relacionais que são extremamente importantes para a esposa do pastor: A União saudável e a maturidade relacional, cooperação e o equilíbrio entre o papel de mãe e de líder.
A. União saudável – Para aceitar o projeto de plantação de igreja é necessário que se considere como vai a relação entre marido e mulher. Como ela lida com os conflitos familiares? Sabe administrá-los? Possui uma autoimagem positiva para lidar com os compromissos familiares? A esposa não se encontra amargurada e ferida por alguma coisa que o marido tenha feito e que ainda não esteja resolvida? Seu coração está em paz, experimentando a graça do Evangelho?
B. Maturidade relacional – Isto tem a ver com a forma da pessoa em lidar com os outros. Ela é autocentrada ou tem sensibilidade para com as necessidades dos outros? É capaz de dar suporte verbal e encorajamento aos outros. Sabe lidar com ofensas, perdoar, ser compassiva e paciente no trato com os outros? Não tem problemas com a supersensibilidade ou hipersensibilidade?
C. Cooperação - Ela é vista como parte vital no ministério do marido? Eles formam um time coerente nos seus propósitos? Ela apóia o pastor nesta decisão de plantar uma nova igreja? Isto a desafia? Ela se sente entusiasmada em compartilhar o ministério com seu esposo? Consegue usar seus dons e habilidades sem que isto se torne um problema para o relacionamento familiar?
D. Sabe equilibrar o papel de mãe e de líder? Pessoas inseguras quanto ao seu papel, tendem ao desequilíbrio e se sentem culpadas em não fazer nem uma coisa nem outra. De outro lado, pessoas polarizadas em um dos lados da moeda tendem a agir com base numa justaposição estéril, ora de um lado do pêndulo, ora do outro. Estas coisas são fundamentais no ministério.
3. Características profissionais – Isto tem a ver com seu temperamento, dons e habilidades em si. Dentre elas consideramos:
A. Dinamismo – Envolvida no projeto? Consegue motivar outros e trazê-los para o time? Consegue dar o suporte e ser criativa ao lado do marido para a realização do projeto que se encontra em seus corações? Muitas esposas são encorajadoras, outras são pessimistas e desanimadoras.
B. Companheirismo – Ela é uma pessoa presente nas horas decisivas? As pessoas podem contar com seu apoio? Ela encoraja seu esposo e possui uma visão clara da fé e do poder de Deus para situações de crise?
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